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Zagato Monstro terá apenas cinco unidades
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Zagato Monstro terá apenas cinco unidades

Cupê inspirado no Maserati 450 S 1957 tem motor V8 de 420 cv e preço de cerca de R$ 3 milhões

25 de mai, 2015 · 15 minutos de leitura.

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 Zagato Monstro terá apenas cinco unidades
Novo modelo da Zagato está no Concorso d’Eleganza Villa d’Este

A fabricante de carrocerias Zagato acaba de revelar o Monstro, novo fruto da parceria com a Maserati, criado para celebrar os 100 anos da fabricante italiana de esportivos de luxo. Limitado a cinco unidades, o modelo está sendo mostrado na edição 2015 do Concorso d’Eleganza Villa d’Este, em Cernobbio, na Itália.

O cupê é inspirado no Maserati 450 S, de 1957, que ficou conhecido como “Il Monstro” por causa de seu potente motor de oito cilindros e 400 cv instalado na dianteira. O modelo original foi criado pelo engenheiro britânico Frank Costin, que trabalhava na Zagato e deu forma ao projeto aplicando os conhecimentos adquiridos durante o período em que atuou na indústria aeronáutica.

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No novo Monstro, que tem chassi tubular de aço e carroceria feita de fibra de carbono, o V8 está em posição central, para melhorar a distribuição de peso. Os 420 cv de potência são gerenciados por um câmbio semiautomático de seis marchas e enviados às rodas traseiras calçadas com pneus 295/35 R19 – as da frente são 255/40 R19.

A Zagato informa que o Monstro foi feito para as pistas, mas está pronto para ser homologado para as ruas.

Os destaques do desenho são a longo capô e o enorme aerofólio atrás. Também chamam a atenção as amplas janelas e o sistema de acionamento das portas, que se abrem para cima.


Primeiro da série, o esportivo exposto no evento italiano já tem dono. Seu preço não foi revelado, mas, de acordo com informações da Zagato, nenhum carro feito pela empresa custa mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3 milhões).

A boa notícia para os cinco felizardos é que, além de oferecer muita exclusividade, o Monstro tem tudo para ser um ótimo investimento. Como todo Zagato, trata-se de um modelo de coleção e, em vez de se depreciar com o passar do tempo, tende a se valorizar. Infelizmente (para os endinheirados), as quatro unidades que ainda serão construídas também já foram vendidas.

O Monstro “original” foi idealizado pelo piloto inglês Stirling Moss. Ele queria um carro com linhas o mais aerodinâmicas possíveis para competir na mítica 24 Horas de Le Mans, na França, em 1957. O modelo projetado por Costin era o único participante da prova com carroceria fechada – todos os demais eram roadsters.


Fundada em 1919 por Ugo Zagato, a empresa italiana sediada em Milão fez parcerias com várias fabricantes europeias. Entre as mais conhecidas estão Alfa Romeo, Aston Martin, Bristol, Ferrari, Fiat, Jaguar, Lancia, Maserati e Porsche.

HISTÓRIA

Fundador da empresa que leva seu sobrenome, o italiano Ugo Zagato nasceu em 1890, em Gavello, cidadezinha perto de Veneza. Com a morte do pai, o garoto, então com 15 anos de idade, e seus cinco irmãos se mudar para a Alemanha, onde ele começou a trabalhar como metalúrgico.


De volta à Itália, para cumprir o serviço militar, Zagato foi contratado pela Carrozzeria Varesina, empresa especializada na produção de ônibus de dois andares. Nesse período, ele ingressou na Escola de Design Santa Maria.

Durante a Primeira Guerra, Zagato foi para Turim para trabalhar na Pomilio – a empresa produzia aviões biplanos usados em combates. Com o fim do conflito, o projetista mudou-se para Milão, onde fundou a Carrozzeria Ugo Zagato & Co em 1919. Ele morreu em 1968.

Ao longo de quase um século, a companhia criou carros que se transformaram em mitos, muitos deles em parceria com a Maserati. Confira detalhes de algumas dessas joias:


Maserati Tipo 26M Sport 1931

Lançado em 1926, o Type 26, primeiro carro da Maserati tinha motor de oito cilindros e era feito exclusivamente para as pistas. A união da marca com Zagato, que já era parceiro da Alfa Romeo e fornecedor da Scuderia Ferrari, foi um processo natural. “Primogênito” desse casamento, o Type 26M foi produzido de 1930 a 1932 sobre a base do Alfa 8C 2500. Apesar de a letra “M” indicar que o carro tinha apenas um assento, também havia lugar para um navegador ou mecânico.

Maserati Tipo 4CS 1100 1933


No começo dos anos 30, a Maserati decidiu fazer um carro pequeno. O objetivo era vencer a Mille Miglia, prova italiana repleta de trechos sinuosos em montanhas, nos quais modelos grandes e com motores de oito cilindros não tinham vez. Do novo projeto surgiram o 4CTR (Testa Riportata, ou Cabeça Avançada), 4CM (Monoposto) e 4CS (Sport) – o número “4” refere-se ao propulsor de quatro cilindros, que tinha comando de válvulas duplo e potências entre 90 e 115 cv. Apresentado como protótipo em 1931, o carro foi o vencedor em sua categoria na corrida do ano seguinte. Com a adição da carroceria assinada por Zagato, em 1933, o 4C começou a disputar várias provas importantes e venceu a Mille Miglia, em 1936, de ponta a ponta.

Maserati V4 Zagato Spider 1934

O terceiro modelo da parceira era baseado em um monoposto que estreou no GP de Monza de 1929 pilotado por ninguém menos que Alfieri Maserati. O engenheiro fundou, em Bolonha, em 1919, juntamente com seus irmãos, Bindo e Ettore, a oficina de preparação que daria origem à famosa marca de veículos. Primeiro carro de corrida do mundo com motor de 16 cilindros, o V4 manteve, durante 25 anos, o recorde de volta mais rápida no GP de Cremona (Itália), em que chegou a 246 km/h. Após deixar as pistas, o modelo foi vendido e Zagato foi incumbido da tarefa de deixá-lo apto a rodar nas ruas. O resultado foi uma nova carroceria de alumínio pintada em dois tons de verde que fez o V4 Zagato conquistar o prêmio principal do Pincio Concorso d’Eleganza, em Roma, naquele ano.


Maserati A6 1500 Coupé Panoramica 1947

No fim dos anos 40, Ugo Zagato criou um novo estilo de carroceria, inspirado em cabines de aviões de caça, que chamava a atenção pelo uso de acrílico no lugar dos vidros e foi batizado de Panoramica. O A6 foi um dos primeiros produtos surgido desse novo experimento – apenas a grade dianteira denunciava que o carro era um Maserati.

A6G/54 Maserati Coupé 1954


Logo após a Segunda Guerra, a Maserati deu início a um plano para se reerguer. Começou a desenhar chassis de carros de rua, que receberiam carrocerias baseadas no conceito Panoramica. Em 1950, surgiu o A6G, com motor de dois litros e versões sem capota e GT (cupê). Quatro anos depois, o A6G/54 foi apresentado no Salão de Turim e, além de ser um dos melhores exemplos de modelos Gran Turismo, teve enorme sucesso nas pistas e virou uma espécie de símbolo daquela era. Até 1957 foram feitos cerca de 60 unidades, das quais 20 foram personalizadas sob supervisão do próprio Zagato.

Maserati 3500 GTZ 1959

Para a Maserati, 1957 foi o ano de uma guinada radical. Com o fim do Campeonato Mundial de Construtores, a empresa decidiu focar sua produção em modelos de rua. No Salão de Genebra (Suíça) do ano seguinte, a marca apresentou o 3500 GT, um cupê maior e mais confortável que os modelos feitos por ela até então. O protótipo da versão criada por Zagato foi apresentada em uma área dentro do estande da Maserati e incluído no catálogo oficial da fabricante. Era o início da transformação da companhia, reconhecida pelos resultados na pista, em uma marca de carros esportivos de luxo.


Maserati Biturbo Spyder 1984

Com a ampliação da produção, que ganhou ritmo industrial, a Zagato mudou-se, em 1961, de Milão para Arese para ficar próxima à planta da Alfa Romeo. Em 1984, Alejandro De Tomaso convidou os irmãos Elio e Gianni Zagato para desenvolverem o projeto do Biturbo Spyder. Com motor 2.0 de seis cilindros, o carro se caracterizava pelo teto que, ao ser recolhido, desaparecia sob um compartimento na traseira. Em 1989, o modelo ganhou motor 2.8 na Europa e foi lançado nos EUA com um 2.5 com catalisador por causa das leis anti-poluição. Foram feitas cerca de 7 mil unidades do esportivo.

Maserati Karif 1988


Um dos mais importantes movimentos ocorridos nos anos 80 foi o surgimento dos “Carros Clássicos Instantâneos”, modelos que, embora fossem novos, ganhavam clubes prestigiados organizados por colecionadores. Os Zagato, que mantinham a filosofia do período inicial da companhia – eram cupês e conversíveis de dois lugares feitos em edições limitadas – se encaixaram perfeitamente nesse novo nicho. De olho nesse publico, a Maserati chamou à Zagato, em 1988, um modelo baseado no Biturbo Spyder, menor, mais potente e com teto rígido. Batizado de Karif, o cupê com motor de 280 cv na Europa e 225 nos EUA teve somente 200 unidades produzidas.

Maserati GS Zagato 2007

Criado a pedido da Maserati, o V-Max Concept foi apresentado no Concorso d’Eleganza Villa d’Este de 2007 para homenagear o A6G/54 Coupé Zagato. O modelo tem a mesma mecânica do Maserati Spyder 4.2, mas com entre-eixos 18 cm menor. Entre os destaques, o protótipo une a performance oferecida pelo motor Ferrari de oito cilindros às características que se tornaram parte do DNA das duar marcas, como leveza, belas linhas e dimensões compactas da carroceria.


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