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Caminhão está na família há 53 anos
Carro do leitor

Caminhão está na família há 53 anos

Ford F-350 ano 1962 foi usado no trabalho pesado, mas agora só sai para passear

09 de ago, 2015 · 5 minutos de leitura.

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 Caminhão está na família há 53 anos

O reluzente Ford F-350 das fotos desta página tem sido um parceiro fiel da família Cypriano há cinco décadas. Nas quatro primeiras, quem ficava ao volante era o agora aposentado Irineu. Atualmente, é o empresário Irineu Filho quem cuida do caminhão.

O Ford foi comprado novo em 1962, para uso na mercearia da qual Irineu (pai) foi sócio até 2007. Irineu Filho nasceu no ano seguinte e o utilitário fez parte de sua infância, passada na Vila Guilherme, na zona norte da capital paulista.

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“Meu pai levava toda a criançada do bairro na caçamba quando fazia as entregas da mercearia”, lembra o empresário.

A valentia do Ford o fez acumular outras atribuições ao longo dos anos. A partir de 1988, o caminhão passou a cumprir jornada dupla, levando, além dos mantimentos do empório do pai, mercadorias da indústria têxtil fundada pelo filho.

E ainda tinha fôlego para fazer bicos com carretos domésticos. “Ele levava e trazia as mudanças de nossos parentes e vizinhos”, conta o empresário.


Em 2000, três anos após ter o motor retificado, o Ford passou o bastão a modelos mais modernos na fábrica de Irineu Filho. Mas nem por isso deixou de fazer parte da vida dos Cypriano.

Em 2008, o empresário e seu irmão resolveram comprar o caminhão do pai e restaurá-lo. A lataria foi recuperada e, na cabine, o courvin do teto deu lugar ao veludo. O rádio original, de um sedã Galaxie 1970, foi mantido no caminhão.

Depois de tantos serviços prestados, o velhinho teve seu expediente reduzido. Em uma viagem a Camanducaia (MG), Irineu Filho percebeu que o Ford já dava sinais de cansaço.


“Quando descemos a serra com ele, notamos que os freios não estavam funcionando adequadamente. Aí, concluímos que ele deveria levar uma vida mais mansa”, conta.

A partir daí, o F-350 passou a circular quinzenalmente e em trajetos curtos pelo bairro. Como um avô amoroso que leva os netos para passear, acolheu a nova geração dos Cypriano, que só quer saber de “andar no caminhão verde”.

“Meus sobrinhos viajam na boleia e não na caçamba, como eu fazia quando era moleque. Naquela época, a gente se escondia embaixo da lona”, recorda Irineu Filho, nostálgico.


Apesar do apego que nutre pelo Ford, ele considera a ideia de passar o Ford adiante. “Por ter sido usado para trabalho, é difícil encontrar um exemplar tão íntegro. Mas a venda teria de ser para alguém que realmente se importasse com ele, e não o deixasse de lado, como se fosse apenas mais um item no acervo.”

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