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Dodge Charger LS 1972 virá xodó da família
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Carro do leitor

Dodge Charger LS 1972 virá xodó da família

Modelo com motor 5.2 está em ótimo estado e já passou por vários integrantes da família Scatolini

08 de nov, 2015 · 6 minutos de leitura.

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 Dodge Charger LS 1972 virá xodó da família
Dodge Charger LS 1972

Um Charger LS 1972 se transformou em peça de valor inestimável para a família Scatolini. O Dodge foi herdado pelo piloto de helicóptero Cesar, então com 2 anos de idade, após seu padrinho e antigo dono do carro falecer em um acidente de moto. Coube ao pai do menino, o comerciante Danilo Tadeu, a missão de cuidar do cupê até que o filho chegasse à maioridade e pudesse guiá-lo.

Fã do “muscle car” desde a juventude – o dono da empresa em que ele trabalhava à época tinha um modelo similar – o patriarca teve de se esforçar bastante para cumprir a vontade do padrinho de Cesar.

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Ele lembra que, em um período em que ficou desempregado, quase vendeu o cupê por causa das dificuldades financeiras. “Um dia, recebi uma oferta por ele que resolveria meus problemas. Mas, quando peguei o documento, senti um peso na consciência, me desculpei com o interessado e desisti.”

Outro momento marcante foi quando a família alugou o Dodge para ser usado em cenas de “Perigosas Peruas”, novela da TV Globo de 1992. O diretor do folhetim quis comprar o carro, mas Danilo Tadeu manteve o compromisso novamente.

Em 1993, Cesar, então com 14 anos, não conseguiu aguentar a espera e saiu com o carro sem que o pai soubesse. A bronca generalizada não impediu que, anos depois, o caçula da família, Danilo, fizesse o mesmo. “Estávamos na praia e, ao ver o Dodge rodando pelo bairro, um parente veio contar”, diz o piloto.


Enfim, sós. Quando fez 18 anos, Cesar assumiu oficialmente o volante do Charger, que está com 41 mil km rodados. Entre os poucos itens que não são originais estão a ignição eletrônica, no lugar do platinado, as rodas e a pintura, refeita em 2005 após um pequeno incidente.

“Por falta de opção, eu guardava o carro em um estacionamento. Como o telhado não o cobria totalmente, amarrei uma lona no toldo e no para-choque. Mas um dia ela caiu e acabou danificando a pintura. Quase infartei”, exagera Cesar.

O piloto roda semanalmente com o cupê por avenidas como Faria Lima, Paulista e Rebouças. Ele conta que o carro atrai a atenção de pessoas de várias idades. “Todos fazem as mesmas perguntas em sequência: ‘É V8?’ e ‘Gasta muito?’.”


Aos curiosos, Cesar responde que, em uma tocada mansa, o motor de 5,2 litros queima, em média, 1 litro de gasolina de alta octanagem a cada 4 km. “Não ‘bebe’ muito, vai!”

Esporadicamente, Danilo Tadeu também sai para passear com o modelo. “Até hoje, o cheiro da cabine, idêntico em todos os Dodge, me transporta para o passado”, diz o pai dos rapazes. “Dou uma voltinha, relembro, escuto o barulho, é tão bom! Sinto-me realizado a bordo, tenho orgulho dele.”

A relação dos Scatolini com o cupê, que foi apelidado por seu dono de “Jorjão”, uma brincadeira que faz referência ao nome da marca, não transcorreu sem percalços mecânicos. Danilo Tadeu já teve de empurrá-lo sozinho após um apagão elétrico em pleno Vale do Anhangabaú, no centro da capital, e Cesar precisou dar um jeito para fazer o carro andar após problemas de embreagem, cabo de acelerador e bomba de gasolina.


Mas até as panes ao longo do caminho são lembradas com afeto pelos Scatolini. “Mesmo tendo nos deixando na mão algumas vezes, este carro nunca deixou de ser amado por todos nós. Só levou algumas xingadinhas”, brinca o piloto.

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