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DS 1974 coroa esmero de seu restaurador
Carro do leitor

DS 1974 coroa esmero de seu restaurador

Jonathas Russomano levou um ano e meio para dar vida nova ao Citroën, seu modelo favorito

13 de dez, 2015 · 6 minutos de leitura.

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 DS 1974 coroa esmero de seu restaurador
A paixão por modelos antigos da Citroën foi uma lição que Jonathas Russomano aprendeu em casa. Ele cresceu mexendo nos carros do pai e, há alguns anos, a coisa ficou tão séria que o hobby virou profissão: ele abandonou a administração de empresas e abriu uma oficina de restauração focada na marca francesa. O primeiro antigo a sair de lá renovado foi o DS23 de 1974 desta reportagem.

“Fiz o serviço para um amigo, cuja família já tivera exemplares do DS fora do Brasil. Esse carro passou anos exposto no Museu de Tecnologia da Ulbra (hoje extinto, na região metropolitana de Porto Alegre). Imagine como é reabilitar uma peça de museu, um bibelô inanimado, para que ele possa voltar a rodar normalmente.”

A restauração levou um ano e meio para ser concluída. A pintura marrom da carroceria deu lugar ao mesmo tom negro dos exemplares que eram usados pela presidência da França. “Foi a bordo de um deles que o líder Charles De Gaulle escapou de um atentado em Paris, em 1962. Esse episódio foi contado no filme “O Dia do Chacal”, lembra o restaurador.

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Produzido na França de 1955 a 1975, o DS se consagrou pelo desenho e mecânica arrojados para a época. No lançamento, o modelo foi apresentado como “um carro 20 anos à frente”.

Entre os destaques está o sistema que integra direção, suspensão e freios. “Complexo e difícil de regular, requer gente que conheça bem esse carro. Poucas oficinas mexem nele”, afirma Russomano.Após ser revigorado, o DS voltou a desfilar pelas ruas como se estivesse em 1974 e acompanha sem sustos os outros veículos nas saídas de semáforos. “Como o proprietário tem agenda apertada, sou eu quem cuida do carro e também o leva a eventos de antigos. A maior recompensa é você ver o modelo que restaurou fazendo sucesso.”

Fanático. Russomano derrama-se em elogios à dirigibilidade do clássico francês. “O conforto e a ergonomia são muito bons, você se senta como em uma poltrona. O assoalho, forrado de espuma bem grossa, é fofinho para colocar o pé. E, graças à suspensão hidropneumática, você passa por lombadas e depressões e não sente, como se estivesse flutuando. Por isso, o DS é chamado em alguns países de ‘tapete voador’”, enumera.


Ele fala com o conhecimento de quem dedicou muito tempo ao seu modelo predileto. “Tenho 33 anos de idade e desde os 12 anoto em uma planilha cada exemplar de DS com que me deparo. Até hoje, encontrei 28 sedãs e 6 peruas”, conta.“Tenho um problema sério com eles: gosto de conhecer todos, ver o estado de conservação e, se possível, resgatá-los para mim. Já cheguei a ter uma dúzia, mas precisei reduzir a coleção por falta de espaço.”

Atualmente Russomano é dono de apenas um DS19, fabricado em 1967, que está em fase de restauração. Mas no acervo de sua família há outras unidades do Citroën: seu pai e seu tio têm exemplares do DS, nas configurações perua e conversível.


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