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Paixão pelo Opala vem de família
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Carro do leitor

Paixão pelo Opala vem de família

Dono de um cupê de 1979, Felipe Garcia aprendeu com o tio a gostar do modelo da Chevrolet

25 de jan, 2015 · 6 minutos de leitura.

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  Paixão pelo Opala vem de família
Conhecida como ‘Las Vegas’, opção com teto de vinil surgiu em 1973

O designer Felipe Garcia tem um segredo de beleza: banhos com sabão de coco e, uma vez por mês, a aplicação de uma generosa camada de creme hidratante. A receita não é para conservar o esplendor de seus 32 anos e sim o teto de vinil do Opala Comodoro 1979 que ele guarda na garagem de casa.

A vontade de ter o cupê da Chevrolet veio por influência de seu tio, Ricardo. “Quando eu era pequeno, ele teve um Puma GTB e um Opala, ambos com o mesmo motor seis-cilindros, cujo ronco me deixou fascinado”, conta Garcia.

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Ele teve outros três antigos – um Fusca, um Corcel II e um Del Rey – até conseguir juntar o dinheiro necessário para ir atrás do sonhado Chevrolet.

A compra do primeiro imóvel ficou para mais tarde – com o aval do tio, que lhe disse que o apartamento podia esperar.

Além de ter o motor que o encantara na infância, Garcia sabia que o Opala desejado deveria ser cupê e totalmente original. Por isso, descartou a versão SS, esportiva, que, segundo ele, costuma ser modificada pelos donos ao longo dos anos, e manteve o foco na Comodoro.


A busca demorou quase dois anos, percorreu várias cidades do interior paulista e foi terminar em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde o exemplar “Marrom Tâmara” desta reportagem estava sendo oferecido pelo terceiro dono, a R$ 37.500. Ao ver a integridade das longarinas e o aspecto imaculado da cabine, o designer e o tio souberam que haviam encontrado o carro certo.

“Considerando o ótimo estado de conservação, um bom entendedor sabe que o preço não foi alto”, acredita Garcia. De acordo com ele, há vários fatores que definem o valor de um antigo. “Não dá para avaliar o preço comparando-o com o de um carro novo”, afirma.

Emoção. Assim que o cupê desembarcou do caminhão cegonha na capital paulista, Felipe entregou as chaves para que Ricardo o guiasse durante o passeio inaugural. “Ele tremia de emoção. Ao entrar na (avenida) Engenheiro Caetano Álvares (na zona norte), ele parou o carro, começou a chorar e me agradeceu pela experiência.”


Garcia atualizou a parte elétrica e repôs os emblemas que foram retirados quando a carroceria foi repintada. Para não furar a lataria, fixou as peças com adesivo de dupla face. O motor teve a potência elevada de 90 cv para 212 cv, segundo o leitor, com o retrabalho do comando de válvulas e a instalação de um carburador de corpo duplo.

“O câmbio é original, de quatro velocidades, e tem a terceira bem longa. É a marcha que mais uso na cidade. Consigo esticá-la até os 110 km/h”, conta Garcia. “Alguns donos de Opala instalam a caixa de cinco marchas. Outros colocam freios a disco nas quatro rodas. Preferi manter a originalidade e obter a placa preta.”

Quando passeia com sua joia, o designer atrai o interesse de gente de diversas faixas etárias. “Antigos donos de Opala, com idades entre 60 e 70 anos, ficam nostálgicos e vêm dividir comigo suas histórias. Já os caras da minha idade vêm atraídos pelo barulho do motor e as crianças, pelos pneus, parecidos com os de carros de brinquedo.”


Há também um tipo de público menos respeitoso: os jovens donos de exemplares turbinados de Gol, Corsa e Parati, que insistem em propor “rachas”. Mas Garcia não se abala com as provocações. “Eles ouvem o ronco do motor, pensam que vou arrancar e saem na frente em disparada. Eu acelero bem de mansinho, não vou atrás e eles ficam furiosos”, diverte-se.



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