Você está lendo...
Paixão por um Ford T 1926
Carro do leitor

Paixão por um Ford T 1926

á 30 anos o comerciante Dionísio Cândido Moreira tem na garagem um Ford T 1926. O curioso é que ele comprou o carro por acaso, durante o horário de almoço. "Foi amor à primeira vista", lembra. "Ele estava impecável, só com alguns amassados no...

29 de jul, 2011 · 4 minutos de leitura.

Publicidade

 Paixão por um Ford T 1926

TEXTO: MILENE RIOS
FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE

Há 30 anos o comerciante Dionísio Cândido Moreira tem na garagem um Ford T 1926. O curioso é que ele comprou o carro por acaso, durante o horário de almoço.

Publicidade


“Foi amor à primeira vista”, lembra. “Ele estava impecável, só com alguns amassados no para-lamas, e havia outro interessado. Ofereci um terço a mais e fiquei com o Fordinho.”

Após fechar negócio, Moreira, que é aficionado por carros desde a adolescência, foi pesquisar a história do T e até hoje se surpreende com as descobertas.


“O volante, por exemplo, pode ser levantado para facilitar a entrada de motoristas barrigudos. Eles pensavam em tudo”, diz rindo.

Outra curiosidade é que ao acender o farol de milha, um facho de luz ilumina o termômetro do radiador no capô e reflete a informação sobre a temperatura dentro do carro. “É genial.”


O modelo T, criado por Henry Ford em 1908, é símbolo da produção em série, conceito que o engenheiro norte-americano passou a difundir em 1913. Projetado para ser simples e custar pouco, o carro ajudou a tornar padrão, na maior parte do mundo, o uso de motores a gasolina e o volante do lado esquerdo.

Com propulsor quatro-cilindros de 20 cv e câmbio de duas marchas, mais ré, o Fordinho chega a 72,4 km/h, de acordo com informações da fabricante.


“Viajei com ele para Brasília, Rio e Curitiba. Ele vai bem, mas é uma carroça com motor. Nem tem velocímetro”, conta Moreira. No painel há apenas o miolo do contato da ignição e um amperímetro (mede a intensidade da corrente elétrica).
O comerciante, que é dono de várias outras raridades, diz que nem pensa em se desfazer dessa “carroça”. “Já recebi propostas ‘gordas’, mas prefiro o Fordinho a dinheiro”, afirma.

De acordo com ele, esses carros fazem parte da história. “Se eu não os tivesse guardado, talvez amanhã as pessoas não saberiam sobre a sua existência.”


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”