Um Fusquinha muito irreverente

Se tem uma coisa que irrita o empresário argentino Hugo Oscar Brizzio é ouvir sua criação ser chamada de Buggy. Ele define o modelo que customizou como “um legítimo Fusca que traz apenas alguns retoques ousados.” O veículo recebeu até nome próprio: Fuzzio, união da palavra Fusca com o sobrenome do proprietário.

Em 1978, ele encontrou num ferro velho um Fusca vermelhinho, pelo qual pagou R$ 600. A carcaça foi levada para a empresa de Brizzio, no interior do Estado, e se transformou em seu passatempo após o expediente.

“Só aproveitei o capô e a parte traseira.” Utilizando chapas de aço e seu gosto por velocidade, ele criou soluções que deixaram o Fuzzio com aparência de um carro de fórmula. “Ele tem entradas de ar laterais na parte superior, que parece um santantônio, além de um defletor dianteiro, abaixo do capô.”

Sem teto, o modelo chama a atenção também por causa das rodas dianteiras de 15” com para-lamas independentes da carroceria. O para-brisa ganhou um recorte na parte central para melhorar o fluxo de ar que vai em direção ao duto traseiro. As portas são dois arcos que abrem e fecham verticalmente.

Como o carro estava sem motor, o empresário resolveu alterar o “coração” do antigo Fusca. Colocou um 1.6 refrigerado a ar do VW Gol. “Era para ser diferente e eu sempre gostei desse motor”, explica Brizzio, que instalou dois carburadores de Opala para deixar o Fuzzio mais esperto.

Além disso, o capô traseiro foi retirado. Aberto, o “bocal” exibe o movimento e as cores do propulsor, sonorizado por um escapamento com duas saídas.

Na dianteira, o Fuzzio traz nada menos que dez faróis, que totalizam 1.000 watts de potência. O painel conta com vários instrumentos e diversos botões para ligar as luzes.

Não há chave para dar a partida. O acionamento do motor é feito por meio de um botão. Os bancos esportivos são da cor da carroceria. “Foram eles que inspiraram a escolha do amarelo.” (Leandro Alvares)

FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE