A Volkswagen do Brasil anunciou há alguns dias o investimento de R$ 300 milhões na área de armação de carroceria da Saveiro na fábrica Anchieta. A primeira fase do investimento, em 2013, no valor de R$ 250 milhões, foi destinada à produção das versões cabine simples e estendida. Agora, os R$ 50 milhões adicionais na “linha da Armação” destinam-se à montagem da cabine dupla.
Em 32 anos de trajetória, a Saveiro, como é natural, evoluiu muito, o que só valoriza os seus primórdios. A picape da família que começou com o Gol (1980) e também teve Voyage (1981) e Parati (1982) foi lançada em setembro de 1982. Essas primeiras unidades hoje são raras e disputadas por colecionadores, e não só brasileiros. Isso porque trazem debaixo do capô o lendário motor boxer refrigerado a ar de 1.584 cm3 de cilindrada, herança de Ferdinand Porsche e que equipou Fusca, Kombi e outros clássicos da marca alemã.
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Outro importante atrativo: a picape foi o último produto desenvolvido pela Volkswagen com o velho motor boxer, já que Voyage e Parati nasceram com propulsor refrigerado a água. Em 1985, a Saveiro também recebeu o 1.6 a água.
A Saveiro “batedeira” – alusão ao ruído característico do propulsor a ar – surgiu como um veículo prioritariamente destinado ao trabalho, sem luxos como direção hidráulica, ar-condicionado, vidros e travas elétricos, itens corriqueiros nas picapes atuais. O carro saía nas versões S (de Super, a básica) e LS. A LS trazia ventilador (duas velocidades), temporizador e acendedor de cigarros, entre outros itens. Relógio de horas e hodômetro parcial eram opcionais mesmo na LS.
Em teste da revista Quatro Rodas à época, o carro foi elogiado pela simplicidade e eficiência. Com motor a ar, mostrou-se econômico, como o Gol. A 80 km/h, descarregada e só com o motorista, o consumo médio da picape era de 15,45 km/l. No uso urbano, fazia 13,21 km/l. A velocidade máxima alcançada foi de 141,038 km/h.
As primeiras unidades a ar da linha BX estão cada vez mais visadas. No caso do Gol, ainda há muitas rodando, e as impecavelmente conservadas estão nas mãos de colecionadores. Já uma boa Saveiro “batedeira” é mosca branca.
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