A briga pela vice-liderança do segmento de sedãs médios (o líder Corolla não sofre ameaça) pegou fogo. E teve reviravolta neste início de ano. No duelo entre Civic e Cruze, pela primeira vez é o modelo da Chevrolet que está levando a melhor.
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É fato que o Civic foi muito mal no primeiro mês do ano. Em janeiro, o Honda somou 977 emplacamentos.
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Enquanto isso, o Cruze manteve sua média. O Chevrolet registrou 1.561 unidades vendidas em janeiro.
CIVIC E CRUZE EM FEVEREIRO
Eu, sinceramente, imaginei que, em fevereiro, a briga entre Civic e Cruze fosse voltar ao normal. Ou seja: com o Civic na frente. Afinal, janeiro é um mês atípico.
E, no duelo entre Civic e Cruze, o Honda sempre esteve à frente. Antes e depois do lançamento das novas gerações dos dois carros – em 2016.
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Em fevereiro, o Civic realmente vendeu mais que o concorrente. Mas não suficiente. Foram 1.893 emplacamentos para o Honda e 1.754 para o Chevrolet.
A diferença? Apenas 139 unidades. Foi pouco para o Civic descontar o início de ano ruim. O resultado é que o Cruze fechou o primeiro bimestre à frente do concorrente.
No acumulado de janeiro e fevereiro, o Chevrolet somou 3.315 unidades vendidas. Quanto ao Honda, foram 2.870 emplacamentos.
DÁ PARA ACREDITAR NA VIRADA EM 2018?
Sim! E não apenas pelo fato de o Cruze ter ficado à frente no primeiro semestre. O mais alarmante para a Honda é que o Chevrolet vem reduzindo a desvantagem mês a mês.
No ano passado, em média, o Civic ficou 555 unidades mensais à frente do Cruze. Porém, nos últimos dois meses de 2017, a vantagem já havia caído para apenas 200 unidades, aproximadamente.
Ou seja: o Cruze está sim encostando no concorrente. Por quê?
RAZÕES DA REVIRAVOLTA
Há duas leituras para traduzir essa iminente inversão de posições entre na briga entre Civic e Cruze. A primeira é mais recente.
No ano passado, fiz uma análise sobre o desempenho de mercado do Honda Civic. Na época, a montadora informava que seu sedã médio conquistava as vendas esperadas. Eram comercializadas todas as unidades produzidas.
Mas será que a Honda passou a produzir menos por que a procura era baixa? Ou as vendas estavam baixas por que a Honda produzia pouco? É a velha discussão do “ovo ou galinha” (que você pode conferir aqui).
Também de acordo com a Honda, como não há estoque, não há campanha de varejo. Em outras palavras: a marca não está trabalhando muito para vender o carro.
Já a Chevrolet tem aumentado o investimento em ações de varejo para seus modelos fora do segmento de entrada (já bem consolidados). Nesse grupo, há o Cruze, o Equinox e o Tracker, que avançou bastante no mercado neste início de ano.
Assim, o instrumento de ações de varejo pode ajudar a explicar essa inversão de posições entre Civic e Cruze.
SEGUNDA LEITURA
A outra leitura é a relação custo-benefício do Cruze, melhor que a do Civic.
O Civic é um carro melhor que o Cruze? Sim. Ele tem, por exemplo, suspensão independente nas quatro rodas e tecnologias que funcionam de forma mais eficiente que as do rival.
Essas tecnologias, porém, só estão na versão de topo, Touring, que custa quase R$ 125 mil – inacessível para o cliente médio de sedãs médios.
Nas versões do Civic que realmente vendem, e que concorrem diretamente com o Cruze, o Chevrolet acaba sendo um carro melhor, pelo custo-benefício.
Seu motor 1.4 turbo é superior ao antigo 2.0 usado nos Civic mais simples. Além disso, ele é mais bem equipado, com muitas tecnologias que o rival não tem nessas versões.
PREÇOS
Interessante observar, porém, que as diferenças de preços, altas no lançamentos das novas gerações, caiu.
O preço do Cruze é de R$ 95.890 na versão LT e de R$ 109.190 na LTZ. Já os Civic automáticos (único câmbio disponível no Cruze) custam R$ 96.400 na versão Sport, R$ 99.900 na EX e R$ 106.200 na EXL.
Na sua opinião, qual vai se dar melhor no fim do ano na briga entre Civic e Cruze? O Honda ou o Chevrolet?
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