Primeira Classe

Carros que carregam suas marcas nas costas

Marcas que têm modelos de entrada dependem deles para ficar no topo de vendas. É o caso da Ford que, sem o hatch Ka despencaria no ranking

Rafaela Borges

05 de fev, 2019 · 7 minutos de leitura.

Hatch Ka" >
Ford Ka
Crédito: Foto: Gabriela Biló/Estadão

SUV Nissan Kicks, a dupla Onix e Prisma, o hatch Ka (e sua versão sedã). Esses são exemplos de carros que carregam suas montadoras nas costas no Brasil. No caso das quatro mais tradicionais montadoras, por exemplo, Chevrolet e Ford dependem muito de seus carros mais vendidos.

É claro que, em geral, modelos de entrada (e alguns intermediários) são feitos para terem grandes volumes de vendas. Os preços desses campeões giram em torno de R$ 46 mil.

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Em geral, a fórmula é a mesma. Dimensões reduzidas, acabamento simplificado, trem de força razoável e preço agressivo fazem parte desse universo.

No entanto, Volkswagen e Fiat, as outras duas marcas tradicionais (e com linhas bastante diversificada) não dependem de seus modelos mais vendidos. Elas têm suas vendas mais divididas entre diversos carros.


GALERIA: Os carros mais vendidos em janeiro de 2019

Dependência

Sem Onix e Prisma, seus carros mais baratos, a Chevrolet estaria bem distante da liderança no mercado brasileiro. O hatch, que parte de cerca de R$ 45 mil, representou 48,5% dos 435 mil carros vendidos pela empresa no País no ano passado.

Sem o Onix, as vendas da Chevrolet cairiam para 215 mil exemplares, bem atrás das 368 mil da Volkswagen e até das 226 mil da quarta colocada, Ford.


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Quando de somam às do hatch as vendas do “irmão” Prisma, que parte de pouco mais de R$ 49 mil, a representatividade sobe para 64,8%. Isso significa que a Chevrolet é extremamente dependente dos dois carros.

Na lista dos 20 mais vendidos em 2018, não apareceu nenhum outro carro da marca, além de Onix e Prisma. Atrás dos dois está a S10, que foi o 27º veículo mais emplacado do País no ano passado. A picape somou 31.76 unidades comercializadas.


Para comparação, o Gol, carro mais vendido da Volkswagen, representou 21,2% da empresa. A marca foi a vice- líder entre as montadoras no ano passado e seu hatch parte de R$ 46.320.

Já a participação de seus dois carros mais vendidos juntos, Gol e Polo, não chega a 50% (fica em 40%). Além disso, a marca tem outros campeões de venda, como Virtus, Fox e Voyage, todos entre os 25 mais emplacados de 2018.

O mesmo ocorre com a Fiat. A marca teve quatro veículos no “top 20” de vendas no ano passado: Strada, Argo, Toro e Mobi.


Modelo mais vendido da marca, a picape Strada representou 20,6% de seus emplacamentos.

 

GALERIA: Os carros mais vendidos do mundo em 2018

 


Hatch Ka

Com a Ford, a dependência de um único veículo, o hatch Ka, também é alta. O modelo representou, em 2018, 45,6% de seus emplacamentos. Se preço parte de R$ 46.390.

O hatch Ka foi o terceiro carro mais vendido no mercado brasileiro no ano passado. Além disso, foi o único Ford na lista dos 20 mais emplacados em 2018.

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O segundo Ford mais vendido, atrás do hatch Ka, foi o Ka Sedan. O modelo, que parte de R$ 50.490, ficou na 22ª posição do ranking de vendas.

Juntos, o hatch Ka e sua versão sedã têm uma representatividade na linha Ford apenas um pouco menor que a da dupla Onix/Prisma na Chevrolet. A participação é de 63,3%.

Sem os dois modelos, a Ford seria apenas a 10ª colocada no ranking de vendas, atrás da Nissan.


Kicks

O March, carro mais barato da Nissan, parte de R$ 47.190. Mas a maior dependência da marca é pelo Kicks. Diferentemente dos exemplos citados acima, o SUV não é um modelo de entrada e tem tabela inicial de R$ 74 mil.

Sem o Kicks, a Nissan teria vendido apenas 45 mil unidades de seus outros quatro modelos (além do March, há Versa, Frontier e Sentra) no Brasil no ano passado. A boa notícia é que nem assim a empresa perderia posição no ranking. Isso porque a 11ª colocada (a Nissan é a décima), Peugeot, vendeu cerca de 24 mil carros no Brasil no ano passado.

O Kicks representou em 2018 51,6% das vendas da Nissan no País.


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All black!!! #Lamborghini Urus flagrado por @mateo.r.photography em Paris. Quem também está ansioso para ver o Super SUV nas ruas do Brasil? #paris #França #luxo #luxury #lifestyle #suv #car #carro #instacar #instadaily #lifestyle #urus #viagem #trip

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.