Primeira Classe

Na nova classe executiva da KLM, gentileza é o destaque

Veja como é a experiência de voar na nova 'business class' da companhia aérea holandesa

Rafaela Borges

06 de mar, 2017 · 10 minutos de leitura.

Na nova classe executiva da KLM, gentileza é o destaque
Crédito: Veja como é a experiência de voar na nova 'business class' da companhia aérea holandesa

(Fotos: Rafaela Borges)

 

Estive na Holanda pela primeira vez em 2013 e o que mais me impressionou, mais que os museus, os jardins e a liberdade de Amsterdã, foi a gentileza do povo holandês. São simpáticos, prestativos, adoram conversar e interagir com novas culturas. É uma gente sem preconceito, que se interessa pelo turista e faz com que todos se sintam em casa.

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(No Instagram: @primeiraclasse_estadao)

Essa impressão foi ressaltada no voo de classe executiva pela KLM de São Paulo a Genebra, com escala em Amsterdã, que fiz neste domingo (5), com chegada hoje, segunda-feira (6). Ainda não tinha voado com a companhia após a estreia da nova classe executiva no Brasil. Foi minha estreia.

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A aeronave, um Boeing 777-200, tem configuração 2-2-2. No 777-300, maior, a configuração é a mesma, mas há mais lugares na executiva (são 18, no 200). Os Boeing 747 e 787 trazem a configurações diferentes.


Para falar a verdade, no quesito acomodação e conforto, a nova business não traz nada de especial. Os assentos viram camas flat-bed (superfície plana), e há apenas dois ajustes automáticos (vertical e cama). Na maioria das companhias, há um ajuste automático intermediário, para a opção “descanso”.

Isso não é um grande problema, já que é possível fazer combinação entre assento, apoio para os pés e encosto de diversificadas maneiras – algo que muitas companhias não oferecem. Além disso, é um grande avanço ante a antiga executiva, com a inclinação conhecida como “tobogã” – em que os pés ficam apontados para baixo quando a poltrona está na posição cama, algo bastante desconfortável.


A poltrona e a configuração geral são muito parecidas com as da Lufthansa. Porém, a KLM oferece um apoio para os pés à frente da poltrona, que se integra a ela para formar a cama – algo que a alemã não tem.

A tela do sistema de entretenimento é imensa e sensível ao toque. O dispositivo de comando remoto é um destaque. Parece um tablet (embora menor) e também é sensível ao toque. Mas o melhor é que dá para ver coisas diferentes na tela e no dispositivo remoto. Dá para assistir um filme em um e acompanhar o status do voo (mapas, local em que o avião se encontra, velocidade e tempo para chegada, entre outros dados) em outro.


Um ponto negativo foi que em pelo menos quatro assentos o sistema multimídia não estava funcionando. Falha grave,  já que não havia outros locais disponíveis para todos esses quatro passageiros.

Aí veio o primeiro golaço da tripulação. Eles deram a esses passageiros formulários de reclamação, que devem ser enviados ao saque da KLM, relatando o problema. Segundo os comissários, há possibilidade de devolução de parte do dinheiro gasto na compra da passagem aos passageiros que foram lesados.


Outro golaço foi em uma situação que estive envolvida. Como meu voo de Amsterdã a Genebra era em classe econômica, perguntei à comissária se poderia usar a sala VIP no aeroporto da capital holandesa. Rapidamente, ela conversou com o comandante, que entrou em contato com o pessoal de terra para ter todos os detalhes.

Em pouco mais de dez minutos, veio a resposta – a mim e ao passageiro que estava ao meu lado, que não viajava comigo, mas estava na mesma situação. Sim, é possível. Basta ter a passagem do voo anterior comprovando que o trajeto foi feito em executiva.


Isso não é um padrão. Na Europa, nos EUA e no Brasil, o que vale na hora de embarcar é o  voo a fazer, não o já concluído. Então, além da gentileza da KLM, vale ressaltar também a boa vontade e simpatia da comissária holandesa que nos atendeu – falando português fluente. E não apenas para resolver essa situação. Ela se interessou por minha viagem, minha conexão, e conversou sobre diversos assuntos, explicando como funciona a rotina de uma companhia aérea. Juro: nunca fui tão bem tratada a bordo.

A KLM também é uma companhias que mais incentivam o upgrade de classe de viagem. Já tinha ouvido falar sobre isso, e desta vez pude comprovar. Então, para quem quer comprar um bilhete de econômica e tentar um upgrade para a executiva na hora, gastando (bem) menos, a KLM é uma das melhores opções. Mas isso é assunto para outro post.


Sala VIP em Amsterdã (acima e abaixo)

O serviço de bordo e a qualidade da alimentação ficou no padrão da maioria das classes executivas. No jantar, havia duas opções de entrada, três de prato principal e quatro de sobremesa – com possibilidade de obter mais de uma. Para o café da manhã, eram duas as opções de prato principal. No geral, as refeições estavam bastante saborosas.

Em terra, o check-in aconteceu sem problemas. Mesmo na classe econômica, eram vários os guichês de atendimento e não houve formação de grandes filas. Na entrega das malas, um ponto negativo: demorou bastante, já que a esteira no aeroporto de Genebra (destino final) era a mesma de dois outros voos.


Em Guarulhos, a sala VIP usada pela KLM, a mesma de Delta e Air France, entre outras, é a pior. Pequena, sem charme na decoração e com buffet bem menos completo que a da Tam e da Star Alliance (Lufthansa, Swiss e United, entre outras). Ao menos, não é tão lotada quanto a da Tam em horários de pico. Em Guarulhos a minha preferida é a da Star Alliance.

Sala VIP em Guarulhos

Em Amsterdã, a sala VIP da KLM para voos na Europa é espetacular. Imensa, com diversos bares, buffet variado e áreas diversificadas (mesas, sofás para descanso com tomadas, poltronas para dormir, etc).

Entre as  companhias aéreas brasileiras, a parceira da KLM é a Gol. Clientes do programa de fidelidade Smiles pontuam em voos da empresa holandesa.


Se você quer uma companhia que seja destaque em poltronas diferenciadas ou serviço de alimentação a bordo, a KLM pode te decepcionar, ou ao menos não impressionar. Nesses quesitos, ela está no padrão. Boa, mas não excelente. Mas se sua praia é um serviço impecável, comissários prestativos, ótimo atendimento também em terra e uma companhia que resolva a sua vida, em vez de dificultá-la, a KLM é uma escolha muito acertada.

 

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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.