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Alguns carros feitos no País têm lateral frágil
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Legislação

Alguns carros feitos no País têm lateral frágil

Crash test de impacto lateral realizado na Europa. No Brasil, essa modalidade ainda não é realizada LEANDRO ALVARES FOTOS: DIVULGAÇÃO... leia mais

19 de mai, 2013 · 7 minutos de leitura.

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 Alguns carros feitos no País têm lateral frágil

Crash test de impacto lateral realizado na Europa. No Brasil, essa modalidade ainda não é realizada

LEANDRO ALVARES
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A determinação legal de instalação de freios ABS e air bag duplo em todos os carros “novos” vendidos no País a partir de 2014 contribuirá para a melhoria do desempenho dos veículos nos testes de colisão, mais conhecidos como crash tests. Na opinião de especialistas, contudo, os produtos nacionais, especialmente os “populares”, precisam receber aperfeiçoamentos nas estruturas laterais das carrocerias para oferecer mais segurança tanto para o motorista quanto aos passageiros.

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Nas recentes aferições feitas pelo Programa de Avaliação de Carros Novos da América Latina (Latin NCAP), as versões básicas de modelos como Chevrolet Celta e Volkswagen Gol receberam nota mínima quando submetidos a impactos frontais. “A partir do próximo ano, os resultados certamente serão melhores”, aposta o especialista em segurança veicular e diretor da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) Marcus Vinicius Aguiar.

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“Mas os testes da Latin NCAP ainda não consideram as colisões laterais. Por esse motivo, creio que se esse tipo de simulação fosse feito hoje, nossos carros não se sairiam muito bem.”

Teste de colisão do Latin NCAP

Aguiar destaca que há diferenças estruturais entre as carrocerias de alguns veículos brasileiros em relação aos importados. “As chapas de aço dos modelos feitos na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, são mais finas que as nossas e utilizam diferentes tipos de liga metálica.

No Brasil, a maioria das fabricantes usa somente aço e os projetos dos carros populares, principalmente, são mais defasados”, justifica.


O diretor da AEA nega, porém, que os carros produzidos no País sejam “mortais”, como apontou uma recente reportagem da agência Associated Press (AP), com base nos últimos crash tests do Latin NCAP.

“As companhias que fazem os testes de colisão sempre estão à frente da legislação e isso é correto, pois devemos exigir o máximo da capacidade de segurança dos produtos. Mas é errado passar ao consumidor a imagem que os automóveis fabricados aqui são ruins. Cerca de 60% dos nossos carros têm air bags duplos e freios ABS e estão no mesmo nível dos modelos europeus e norte-americanos.”

Segundo Aguiar, a diferença de critérios entre os programas de colisão contribui também para uma impressão equivocada sobre os modelos nacionais.


“Praticamente todos os carros europeus contam com Isofix (sistema que permite a fixação das cadeirinhas infantis diretamente na carroceria do veículo) e o Euro NCAP promove os testes com modelos pensados para ter esse dispositivo. No Brasil, temos de usar as cadeirinhas mais simples porque o Inmetro não regulamentou ainda as com Isofix.”

Para o engenheiro automobilístico Ricardo Bock, a qualidade dos carros nacionais tende a melhorar por causa do programa automotivo Inovar-Auto. “As montadoras terão de tornar os modelos mais econômicos. Para isso, serão necessárias tecnologias mais atuais ou então aposentar produtos ultrapassados.”

Entre os veículos que vão sair de cena até o fim do ano está a veterana Volkswagen Kombi, que, para ser atualizada e receber freios ABS e air bags duplos, teria de ser vendida a um preço impraticável.


Na opinião de Aguiar, o fenômeno de renovação da frota automotiva, que já passou pela Europa e EUA, será rápido no Brasil. “Com tudo que vem acontecendo ultimamente, em termos de legislação e incentivos ao setor, imagino que em dois anos estaremos em pé de igualdade com os principais mercados. De qualquer forma, vale dizer que nossos carros deixaram de ser carroças há muito tempo.”

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