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Fusion ficou três meses parado com defeitos
Defenda-se

Fusion ficou três meses parado com defeitos

A Ford não entregava peças para o reparo, mas concordou em trocar o carro do leitor após a queixa ao JC

02 de dez, 2015 · 7 minutos de leitura.

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 Fusion ficou três meses parado com defeitos

O Fusion 2014 que adquiri novo já rodou mais de 8.500 km. Há três meses, o carro teve uma pane e foi rebocado até a concessionária. Após dez dias, recebi a informação de que o motor inteiro teria de ser substituído, em garantia. Desde então, venho brigando com a Ford e a autorizada para que o reparo seja efetuado. Mas eles alegam falta de peças e, de acordo com a Ford, não há sequer previsão para a chegada do novo motor. Escrevi uma carta à montadora exigindo um prazo para o reparo ou a substituição por um veículo novo, já que o Código de Defesa do Consumidor me dá esse direito, mas fui ignorado. A empresa não dá importância ao atendimento dos clientes e ignora suas obrigações.
Celso Recchioni, COTIA (SP)

Ford responde: a questão foi solucionada.

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O leitor diz que, um mês após o envio da queixa, a autorizada lhe ofereceu a troca do veículo por outro novo e ele aceitou. Enquanto a pendência não se resolvia, ele usou um carro alugado, custeado pela empresa.

Advogado: quando o vício do produto afeta partes essenciais, como o motor, em vez de ser reparado o carro deve ser trocado por outro novo. Isso porque o reparo de componentes estruturais compromete a confiabilidade do veículo e reduz seu valor de revenda no mercado.

Veja outras queixas da coluna Defenda-se desta semana


HYUNDAI TUCSON
Manutenção exorbitante

Fiz a revisão dos 20 mil km de meu Tucson e fiquei assustado com os valores cobrados pelas peças. Já achei estranho ter de trocar todas as pastilhas após o carro ter rodado tão pouco. No mercado paralelo, o maior valor que encontrei não passava de R$ 200, enquanto a autorizada me cobrou R$ 507 pelas dianteiras e R$ 322 pelas traseiras, mais R$ 225 de mão de obra. Só nesse serviço, a conta já fica em R$ 1.054, ante os R$ 300 orçados por uma oficina independente. É um tremendo abuso. E eles ainda tiveram a cara de pau de cobrar pela lavagem do carro.
Elias Navarro, CAPITAL

Hyundai responde: nossas concessionárias utilizam apenas peças originais e a mão de obra é extremamente especializada, visando oferecer qualidade e segurança aos clientes.


O leitor diz que não ficou convencido com a explicação da montadora e continua achando exorbitantes os preços praticados pela empresa.

Advogado: os preços no mercado são livres, mas isso não quer dizer que possam ser abusivos. Dada a grande diferença entre os valores praticados no mercado e os das concessionárias, o consumidor pode recorrer ao Procon ou ao Centro de Conciliação do Tribunal de Justiça de S. Paulo (Rua Barra Funda, 930, 2º andar, fone: 2171-6393) e tentar uma conciliação para reduzir os valores cobrados pela rede de autorizadas. Não havendo acordo nesse sentido, o caso pode ser levado ao Juizado Especial Cível, que julgará a legalidade dos valores cobrados.

NISSAN LIVINA
Reparo adiado no ar-condicionado


Fiz todas as revisões obrigatórias em meu Livina para preservar a garantia. A última delas, pelos 30 mil km de uso, custou R$ 824. Mas surgiu um defeito no ar-condicionado que ninguém consegue resolver, mesmo após várias idas à concessionária. Eles não se negam a fazer o reparo, mas sempre dão uma desculpa e dizem que o problema será resolvido na minha próxima visita. A peça de reposição nunca chega ao estoque e quem perde tempo e dinheiro sou eu.
Newton da Silva Bauer Jr., CAPITAL

Nissan responde: a Nissan já solucionou os inconvenientes reportados pelo cliente.

O leitor optou por fazer o serviço em uma oficina independente, por cerca de 20% do valor pedido pela concessionária. E já se desfez do carro.


Advogado: nesses casos, quando a concessionária insiste em protelar o conserto do veículo, o consumidor pode realizar o reparo em oficina independente de sua confiança, como foi feito, e pedir o posterior ressarcimento dos valores pagos. Para isso é necessário que ele comprove que, por mais de uma vez, tentou e não conseguiu obter uma solução definitiva para o problema.

Quer participar? Envie um resumo do problema com seu nome, telefone, endereço com município, RG e CPF para o e-mail: jcarro@estadao.com


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”