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Nissan cobra preço de marca ‘premium’ por macaco
Defenda-se

Nissan cobra preço de marca ‘premium’ por macaco

Leitor foi repor o macaco de seu Nissan March e se assustou quando autorizada pediu R$ 1.500 pela peça

28 de ago, 2016 · 8 minutos de leitura.

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 Nissan cobra preço de marca 'premium' por macaco
Nissan respondeu que macaco de R$ 1.500 está dentro de sua política de preços

Meu March foi arrombado e levaram o estepe e o macaco. Pedi um orçamento para a reposição do macaco e a autorizada pediu R$ 1.500 pela peça, que não tem componentes eletrônicos ou tecnologia que justifiquem esse valor. Quando trocar meu carro, trocarei também de marca. A política de preços da Nissan não é justa.
Antonio Carlos Amado, CAPITAL

Nissan responde: o valor da peça está em conformidade com nossa política de preços.

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O leitor conta que repôs as peças no mercado paralelo e o macaco lhe custou R$ 44,50.

Advogado: regime de preços livres não significa que valores abusivos ou arbitrários sejam toleráveis. O leitor pode pedir a ajuda do Procon, que solicitará à montadora explicações para o preço cobrado, inclusive considerando os valores de mercado para o componente.

Veja outros casos publicados na coluna Defenda-se desta semana


VW TIGUAN
Dor de cabeça após a garantia

Comprei um Tiguan zero-km em 2011. Há dois meses, um aviso no painel recomendou “levar carro para oficina imediatamente”. Na autorizada Sorana, disseram que era preciso trocar a tampa do cabeçote, o que foi feito. Quando recebi o carro de volta, rodei 15 minutos, o aviso voltou e o motor “ferveu”. Dessa vez, a concessionária constatou que cabeçote e válvulas, danificados, teriam de ser substituídos – por minha conta, já que a garantia havia expirado. Isso me pareceu inaceitável, já que o carro tem apenas 44 mil km e passou por todas as revisões. Terminada a garantia, o veículo se torna descartável? Questionei a montadora e espero uma definição há mais de 60 dias. Preciso do carro para trabalhar, não estão dando a devida atenção ao caso e ainda me negaram veículo reserva.
Henrique Waintraub, CAPITAL

VW responde: avaliamos o veículo, que está fora da garantia. Estamos à disposição para realizar os reparos, mediante aprovação de orçamento pelo cliente.


O leitor diz que a Sorana arcou com o ônus do conserto, depois de quase quatro meses de discussão. Ele critica a posição da montadora de não responder pela qualidade do produto.

Advogado: terminada a garantia contratual, a montadora ainda responde pela qualidade do veículo até o fim da vida útil de seus componentes, pela chamada garantia legal. Assim, se as avarias no motor forem incompatíveis com a quilometragem do carro, o consumidor pode pleitear o reparo sem ônus.

FIAT IDEA
Dor de cabeça após a garantia 2


Comprei um Idea zero-km na Itavema no início de 2014. A nota fiscal foi emitida em 24 de fevereiro e retirei o carro em 21 de março. No dia 18 de fevereiro de 2016, o carro tinha 19.400 km e eu estava aguardando os 20 mil km para levá-lo à revisão. Parei em um posto para abastecê-lo e o frentista mostrou que o reservatório do líquido de arrefecimento estava quase seco. O sistema foi completado com dois frascos e meio de aditivo. Uma semana depois, em nova verificação no posto, o radiador estava na mesma situação e voltei a completar o nível com aditivo. Mesmo não tendo atingido 20 mil km, agendei a revisão para o dia 1º de março e relatei o problema. No mesmo dia, o consultor ligou dizendo que havia localizado um vazamento no radiador, que teria de ser trocado. E apresentou orçamento de R$ 815,42, acrescentando que a garantia havia expirado. O manual informa que a cobertura começa a ser contada da data da emissão da nota fiscal, mas só recebi o carro 25 dias depois da emissão. Não é justo o prazo da garantia começar a correr antes de o veículo ser entregue ao cliente.
Luiz Tosatto, SANTO ANDRÉ (SP)

Fiat responde: conforme indicado no manual do proprietário, a garantia tem início na data de faturamento do veículo que, via de regra, é a mesma data de entrega do veículo.

O leitor diz que foi lesado pela forma como a Fiat contou o prazo de garantia de seu carro.


Advogado: sem dúvida, não é justo o prazo da garantia contratual se iniciar antes do efetivo uso do veículo, quando ele não é entregue no ato da emissão da nota fiscal. O leitor também poderia pleitear o reparo, sem ônus, com base na garantia legal de qualidade, que tem vigência até o fim do prazo de vida útil do componente.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”