Volvo é campeã de convocações até agora, com cinco chamados (Foto:Volvo/Divulgação)
MILENE RIOS
O número de recalls no Brasil de 1º de janeiro até ontem superou total de todo o ano de 2010. Apenas neste mês, Audi, Volvo e Honda anunciaram convocações, elevando para 34 os chamados de carros e motocicletas. De acordo com dados do Procon, no ano passado foram 31 campanhas, incluindo ônibus e caminhões.
Apesar disso, o volume de unidades envolvidas caiu quase pela metade. Até a primeira semana de setembro de 2010 foram chamados às oficinas 1,05 milhão de veículos, ante 578.621 neste ano. Ontem a Honda convocou 586 utilitários-esportivos CR-V, ano/modelo 2006, por risco de falha no interruptor dos vidros elétricos.
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Segundo o conselheiro da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Francisco Satkunas, há uma tendência mundial de alta no número de convocações com queda no total de unidades envolvidas. “Isso mostra que as fabricantes estão empenhadas em controlar o problema antes que ele se espalhe para fora da fábrica”, diz o engenheiro.
Dados da Agência Americana de Segurança Viária dos EUA (NHTSA, em inglês) mostram que em 2004 foram chamados naquele país 30,8 milhões de veículos em 600 campanhas. Em 2008, 10,5 milhões de unidades voltaram às oficinas em 684 recalls. “Lá as convocações costumam superar o volume de vendas anuais de veículos”, afirma Satkunas.
No Brasil, o recorde de recalls foi em 2009, com 43 convocações. “Como o número de chamados tende a crescer neste ano, é provável que tenhamos outro recorde.”
Dos recalls deste ano, 23 foram para carros e motocicletas importadas e 11 para nacionais. “As convocações de importados no Brasil preocupam”, diz o especialista. “Uma parte pode ser explicada pela legislação mais rígida na Europa e EUA.”
A Volvo é campeã em chamados aqui neste ano, com cinco convocações. Em seguida vem a Harley-Davidson, com quatro. Honda e Citroën tiveram três cada.
