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Renault 4CV 1954 é joia de fã de antigos
Carro do leitor

Renault 4CV 1954 é joia de fã de antigos

Sedã francês foi restaurado com capricho pelo engenheiro João Carlos Bajesteiro

20 de mar, 2016 · 6 minutos de leitura.

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 Renault 4CV 1954 é joia de fã de antigos
Enquanto alguns colecionadores de antigos se dedicam a uma certa marca ou época, o foco do engenheiro mecânico João Carlos Bajesteiro está nos modelos pequenos, como Romi-Isetta e Mini Cooper. Mas seu xodó é um Renault 4CV de 1954.

O hobby surgiu na vida de Bajesteiro em 1982, quando ele ganhou um Romi-Isetta de presente do irmão. “O carro estava muito danificado. Aí comprei outro, e a coisa começou. Meu pai teve um Renault 4CV e, quando surgiu a oportunidade de comprar um exemplar, em 2006, não pensei duas vezes.”

A originalidade intacta do sedã fez com que o engenheiro relevasse o desgaste acentuado de itens como pintura e suspensão. Quando a cegonha que trouxe o Renault de Porto Alegre chegou à capital paulista, Bajesteiro já sabia o que tinha de fazer: respirar fundo e desmontar a relíquia, peça por peça.

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O trabalho de restauração consumiu dois anos. Da França, vieram peças como motor, tapetes, borrachas e calotas. Empenhado, o colecionador pesquisou informações em clubes dedicados ao carro e tutoriais na internet para reconstituir a tapeçaria à luz dos preceitos originais. “Tive até de resgatar o idioma francês, que eu havia aprendido na escola”, conta.

Tanto esforço foi recompensado. Atualmente, o Renault 4CV dá muitas alegrias e pouco trabalho ao dono, que só precisa fazer a manutenção de praxe: trocar o óleo do motor, peças como lonas de freio e, eventualmente, regular o carburador. A única dificuldade é repor a bateria de 6 volts, feita por uma única fabricante no País.

Como mora na Granja Viana, é fácil para o engenheiro chegar às rodovias Raposo Tavares e Castelo Branco. Mas ele diz que prefere rodar por estradas vicinais para poder curtir o sedã com tranquilidade.“Ele não passa dos 90 km/h. O motor de 0,8 litro e 32 cv era moderno para os anos 50, quando começou a ser feito, e até fez o 4CV ganhar corridas, graças à leveza do conjunto. Mas hoje a gente vê as limitações dele.”


Susto. Essas limitações ficaram evidentes em um episódio ocorrido na volta de um evento de antigos em Águas de Lindoia, no interior paulista. Era para ter sido um comboio de três antigos, mas os outros dois tiveram problemas mecânicos e Bajesteiro teve de voltar sozinho com seu 4CV para a capital.

“Em um dado momento, um caminhão surgiu e ‘colou’ na traseira do meu carro, jogando fachos de farol, buzinando e me ameaçando. Ele quase me tirou da estrada, mas segui viagem impávido, a 80 km/h, e no final deu tudo certo”, afirma.

No Brasil, modelo recebeu o apelido de ‘Rabo Quente’


O Renault 4CV surgiu em 1946 como um carro popular, barato e econômico, para ser usado em uma França combalida pela Segunda Guerra Mundial. O modelo foi inspirado no projeto de “carro do povo” desenvolvido pela Alemanha, que deu origem ao veículo que ficou conhecido no Brasil pelo nome de Fusca – os primeiros protótipos tinham frente parecida com a do “besouro”.

No lançamento, o motor do Renault rendia apenas 17 cv. Depois, vieram as versões Grand Luxe (21 cv) e Sport (32 cv). Com desenho simpático, o carrinho somou mais de 1 milhão de vendas na França, onde ganhou o apelido de “Tablete de Manteiga”, em alusão à cor bege das primeiras unidades. Aqui, onde chegou nos anos 50, recebeu uma alcunha mais irreverente. “Rabo Quente” faz alusão ao motor na traseira, até então inédito no País. O 4CV teve a produção encerrada na França em 1961.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.