As criptomoedas, chamadas popularmente de bitcoins, são alvo de notícias diárias por não serem perfeitamente entendidas ainda pela maior parte da população – e me incluo nesta lista. Mas, geralmente, elas se resumem à editoria de economia. O que elas estariam fazendo, então, em um blog dedicado à indústria automotiva? O motivo é sério e pode até matar.
Segundo a empresa de segurança virtual RedLock, hackers teriam invadido o moderno sistema dos carros da Tesla para minerar criptomoedas ilegalmente. Os aplicativos usados pelos carros estavam sendo usados para gerar as moedas virtuais. O plano era tão bem bolado que até um modo de uso reduzido de hardware foi instalado. O objetivo era que o usuário não percebesse a diferença no uso do sistema.
Essa situação, por si só, já seria um absurdo, mas agora vem a parte realmente perigosa. A Tesla sempre se gabou de que seu sistema era super seguro e que não seria invadido por hackers tão cedo. Mas parece que esse “tão cedo” já chegou e os dados dos proprietários de carros da fabricante de modelos elétricos não estão seguros mais.
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Risco real de morte
E há um fator ainda pior. Com o sistema do carros “mineirando” bitcoins de forma ierregular, o Autopilot, sistema semi-autônomo dos modelos Tesla, pode ficar lento e não calcular direito a hora de uma frenagem de emergência, por exemplo. Essa lentidão, em um caso extremo desse, pode resultar em morte.
Não seria a primeira vez que a ganância causa a morte de pessoas no mundo automotivo. Está aí a fabricante de air bags Takata que não me deixa mentir. Mas agora os inimigos estão por todos os lados, até onde não se vê. Os fragmentos atirados na deflagração das bolsas da Takata estão lá, como prova do crime. E a invasão do sistema do carro? Quem garante que ela será detectada em caso de acidente fatal? Espero que não seja a mesma pessoa que disse que o sistema era inviolável.
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