Ambulância do Chopp

Nove entre dez empreendedores que montam um food truck pensam em algo como uma Kombi ou um furgão antigo para abrigar o negócio. Mas o ex-analista Márcio Ionck foi radical. Transformou um utilitário que serviu ao Exército Brasileiro, uma picape Ford fabricada em 1975, em choperia ambulante. Nascia, então a Ambulância do Chopp.

A ideia surgiu após o rapaz passar sete meses na Austrália, em um intercâmbio. “Quando voltei, queria fazer algo diferente, não voltar para o antigo trabalho. Aí vi o carro na garagem e deu o estalo”, conta. Como é comum, os puristas abominam esse tipo de transformação num veículo antigo e raro, mas a ex-Viatura de Transporte Especializado (VTE), que tem como base a Rural Willys, é um sucesso de público e de vendas.

Os puristas abominam a ideia de se modificar um veículo com essa história, mas o carro parece “chamar” os clientes, interessados não só no chope, mas em conhecer um pouco de sua história. A ambulância, comprada de um colecionador, preserva boa parte das características originais, e sofreu adaptações apenas viabilizar o negócio, como a instalação de quatro torneiras de chope, estilizadas como balas de fuzil. O “cofre” do negócio é uma antiga caixa de aço, que servia para guardar munição. “A maca também tenho, está guardada em casa”, diz Ionck.

No painel, uma plaqueta informa se tratar de uma “viatura Ford 1/2 ton 4×4”, com tanque de gasolina de 66 litros, 4,953 metros de comprimento e 2,15 metros de altura – isso “com toldo”. Se o para-brisa for rebatido, a altura cai para 1,466 metro. O motor é um Ford 2.3 OHC (comando de válvulas no cabeçote), de quatro cilindros e 99 cv. O câmbio, no assoalho, é de quatro velocidades.

A pintura verde oliva, os adesivos militares e acessórios como sirene original, funcionando, são chamarizes para o público. Para completar, dois capacetes ficam à disposição para os mais entusiasmados tirarem fotos.

Também chama atenção a família vestida a caráter, com roupas camufladas. Ionck toca o negócio com a namorada. Fabiana, e a mãe, Ivani. A filha Letícia o acompanha. E, pelo visto, todos se divertem com o trabalho.