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Presidente da Toyota critica rápida transição para carros elétricos e aponta futuro colapso da indústria
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Presidente da Toyota critica rápida transição para carros elétricos e aponta futuro colapso da indústria

Em entrevista coletiva, presidente da montadora foi contra as medidas governamentais para proibir carros a combustão. Executivo acredita que País não aguentará demanda energética

Emily Nery, para o Jornal do Carro

23 de dez, 2020 · 4 minutos de leitura.

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Crédito:Toyota/Divulgação

A mais nova polêmica sobre carros elétricos surgiu, curiosamente, pelo chefe de uma das maiores desenvolvedoras do segmento atualmente. O presidente da Toyota, Akio Toyoda, se queixou do crescente “exagero” envolvendo veículos elétricos e criticou às restrições políticas para modelos a combustão.

Durante entrevista coletiva para a Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão, da qual Toyoda é presidente, ele afirmou que o País ficaria sem eletricidade no verão caso todos os veículos fossem elétricos. De acordo com o presidente, uma estrutura energética favorável à uma frota 100% elétrica custaria ao Japão um valor entre US$ 135 bilhões a US$ 358 bilhões.

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“Quando os políticos estão dizendo: ‘vamos nos livrar de todos os carros que usam gasolina’, eles entendem isso?”, criticou Toyoda. Em seguida, reiterou sobre os possíveis problemas do banimento de veículos a combustão. “O atual modelo de negócios da indústria automobilística entrará em colapso.

Além disso, o líder da montadora colocou em cheque o real benefício ao meio ambiente do novo segmento. Ele afirmou que a maior parte da eletricidade japonesa é oriunda de carvão e gás natural. Ou seja, a energia provém de uma fonte poluidora.

Apesar de Toyoda ter se mostrado contra a rapidez da transição, a montadora apresentou neste mês uma nova plataforma que será base para seus próximos elétricos Toyota/Divulgação

Japão também terá prazo limite para carros a combustão

Com o intuito de estimular o desenvolvimento de elétricos, o Japão planeja banir as vendas de modelo a combustão até meados de 2030. O governo deve oficializar essa medida entre o final deste mês e começo de 2021. Entretanto, o governador de Tóquio pretende antecipar essa mudança na metrópole para 2030.

Apesar da fala, Toyota vai na contramão do executivo

Embora a fala do executivo seja uma resposta às prováveis medidas do governo do Japão, a montadora demonstra esforços para um futuro mais verde. Somente neste mês, a Toyota apresentou uma nova plataforma feita para carros elétricos, e anunciou que seu próximo modelo terá uma bateria que poderá ser recarregada em 10 minutos.

Vale reforçar que a fabricante foi a primeira a lançar um híbrido, com o Prius, em 1997.




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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”