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Estudo sugere que o “cheiro de carro novo” não faz bem à saúde
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Estudo sugere que o “cheiro de carro novo” não faz bem à saúde

Pesquisa feita por universidade da Califórnia diz que os gases que formam o “cheiro de carro novo” contém toxinas como o benzeno

Diogo de Oliveira, Especial para o Estado

22 de fev, 2021 · 3 minutos de leitura.

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Mercedes C-300-interior
Pesquisa de universidade da Califórnia aponta que o "cheiro de carro novo" pode conter substâncias cancerígenas
Crédito:Mercedes-Benz/Divulgação

Um estudo da Universidade Riverside da Califórnia , nos Estados Unidos, sugere que o “cheiro de carro novo” é, na verdade, nocivo à saúde. Segundo a pesquisa dos cientistas Aalekhya Reddam e David C. Volz, o odor que conhecemos como característico dos veículos novos é resultado da liberação de gases por alguns materiais da cabine, como adesivos, plásticos, espumas e tecidos.

De acordo com a pesquisa, o cheiro — que soa mais como um perfume para muitos — carrega elementos químicos perigosos. Entre as substâncias, estão o benzeno e formaldeídos. Ambos constam na lista de elementos químicos considerados cancerígenos pela lei californiana (Proposição 65). Ou seja, o contato com eles podem levar à doença.



Seguro apenas por 20 minutos

O estudo da universidade californiana tem o tempo como principal variável. Com o passar dos dias e horas, os materiais liberam toxinas que se espalham pela cabine. E, assim, criam o “cheiro de carro novo”. Dessa forma, quanto mais tempo a bordo, maior é a exposição a essas substâncias.

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A proposta foi calcular em que ponto há uma exposição severa a esses agentes. Nesse sentido, foi verificado que uma viagem de apenas 20 minutos a bordo de um carro novo seria “segura”. Isso, respeitando os níveis exigidos pelas autoridades da Califórnia. E dentro dessa lógica, moradores de Los Angeles e São Francisco têm 10% a mais de risco.

Contudo, o estudo não é conclusivo. Há variáveis condicionais como frequência e grau de exposição. Ou seja, não há comprovação científica de que o contato com essas substâncias vai desenvolver câncer em alguém. Entretanto, a análise é reveladora. E mostra que, ainda hoje, há elementos nocivos à saúde nos materiais usados pela indústria.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”