A Toyota está convencida de que precisa de novos SUVs no Brasil. Afinal, 41% das vendas de 2021 são de utilitários esportivos. Por isso, depois de ficar por seis anos olhando as rivais ganharem mercado, a japonesa finalmente lançou o Corolla Cross, seu primeiro SUV nacional. Mas um é pouco. E a marca já tem outra carta na manga: o Daihatsu Rocky.
A fabricante japonesa de carros pequenos e acessíveis, velha conhecida de alguns brasileiros, é peça-chave nos planos da Toyota do Brasil. Isso porque o futuro SUV compacto nacional nascerá do Rocky, o pequeno utilitário da Daihatsu que estreou no fim de 2019, no Japão. O modelo, inclusive, serve de base para o Toyota Raize, seu irmão gêmeo.
Para que isso vire realidade, a Toyota utilizará a plataforma da Daihatsu, que é uma versão simplificada da arquitetura TNGA (Toyota New Global Architecture), base do Corolla sedã e pelo Corolla Cross. A nova base é indicada pela sigla DNGA (de Daihatsu New Global Architecture) e tem custos menores para, então, permitir ao SUV ter preços competitivos.
A marca japonesa, assim, já trabalha no projeto do SUV pequeno. Segundo revelou o Autos Segredos, o Daihatsu Rocky é tratado internamente pelo código DB03B e está em fase de cotação. Se aprovado, ganhará a linha da fábrica da Toyota em Sorocaba dentro dos próximos dois ou três anos, sucedendo, portanto, o Yaris.
Substituto do hatch
Com produção no interior paulista, o Daihatsu Rocky – ou Toyota Raize – promoverá a aposentadoria do Yaris hatch, à venda a partir de R$ 85.790. Mas a mecânica será aproveitada no SUV. Assim, espera-se que o novato traga o motor 1.5 Dual VVT-i Flex de 110 cv de potência. Informações do Autos Segredos apontam que há uma opção híbrida nos planos para as versões de topo, que podem ter o sistema dos Corollas sedã e Cross.
A Toyota, contudo, não comenta projetos futuros. Lá fora, o Rocky usa motor 1.0 turbo de 12 válvulas e 3 cilindros, capaz de gerar 98 cv de potência. Assim como a versão brasileira, a asiática usa câmbio CVT.
Design
Na estética, a ideia é dar certa robustez ao SUV. Para tanto, a marca usa apliques plásticos nos para-lamas e um skidplate na base do para-choques dianteiro que se faz de quebra-mato. Curiosamente, não há rack de teto no veículo. Tem luzes diurnas iluminadas por LEDs. Em tamanho, a carroceria tem 3,99 de comprimento, 1,69 m de largura e 1,62 m de altura. Ou seja, dimensões de um hatch compacto – é até um pouco menor que o Yaris e ficará na medida para encarar Fiat Pulse e Volkswagen Nivus.
Lá dentro, com entre-eixos de 2,52 m, o espaço para cinco ocupantes oferece mimos como ar-condicionado digital e central multimídia flutuante – justamente aquele formato que fez os clientes torcerem o nariz no começo da década passada, mas que, hoje, tornaram-se padrão. O quadro de instrumentos é 100% digital, com display colorido.
Ou seja, em nada lembra os minicarros oferecidos por aqui entre 1994 e 1999 (tanto o SUV Terios, quanto o hatch Cuore tinham medidas extremamente compactas). Desta vez, portanto, será um produto feito sob medida para o mercado brasileiro – como parece ser o caso do novo Citroën C3, que estreia no Brasil no início de 2022.
Agora, resta saber se a montadora vai mesmo investir no lançamento de uma nova marca no País, o que envolve a criação de uma rede de concessionários, algo bem mais complexo de se criar. Ou se vai apenas aproveitar a plataforma para fazer um SUV da marca – o que parece mais racional. Neste caso, é bem provável que seja o Toyota Raize. Até porque o Yaris Cross europeu, também cotado, é mais caro de produzir.
Yaris será reestilizado em breve
Como o projeto do SUV de entrada ainda vai levar um tempo, a Toyota trabalha no momento na atualização da linha Yaris. A marca vai lançar nos próximos meses uma leve reestilização para as carrocerias hatch e sedã. A dupla vai seguir as mudanças de desenho feitas na Tailândia. E, assim, os compactos ganharão fôlego até a chegada do novo SUV.