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Como o novo Citroën C3 vai reerguer os hatches de entrada no Brasil
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Como o novo Citroën C3 vai reerguer os hatches de entrada no Brasil

Com a despedida de medalhões como Fiat Uno e Volkswagen Fox, o novo Citroën C3 mostra um caminho para o ressurgimento dos hatches de entrada

Diogo de Oliveira

23 de set, 2021 · 9 minutos de leitura.

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Novo Citroën C3
Novo Citroën C3 chega às lojas brasileiros no início de 2022 com produção local e promessa de preços competitivos
Crédito:Citroën/Divulgação

O ano de 2021 marcará o fim do ciclo de alguns carros tradicionais do mercado brasileiro. Entre eles, o Fiat Uno vai se despedir após ficar em linha por nada menos que 37 anos – desde 1984, com duas gerações por aqui. O fim do Uno, portanto, será um marco e indica uma tendência de enfraquecimento dos hatches de entrada. Mas essa curva de declínio pode ter uma nova guinada com a nova geração do Citroën C3.

Depois de ficar abandonado nos últimos anos no Brasil, o hatch compacto da marca francesa saiu de linha no início deste ano. Porém, já tem retorno marcado para o primeiro trimestre de 2022, quando chegará às lojas completamente renovado e com produção local na fábrica da PSA (agora Stellantis) em Porto Real, no Rio de Janeiro.

Fiat Uno perto do fim de linha
Fiat/Divulgação

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Por enquanto, a Citroën apenas mostrou o hatch, sem divulgar detalhes técnicos. Entretanto, o novo C3 será diferente do anterior. Ele continuará a representar bem a marca simbolizada pelo duplo chevron, mas, nesta nova geração, o hatch apresenta características de SUV. Além disso, terá preços acessíveis. E, nesse sentido, será quase um sucessor do Uno.

O objetivo do novo C3 é brigar na entrada do mercado que, ainda hoje, responde por uma generosa fatia de 37,8% das vendas. Com a união da FCA com a PSA, que criou o grupo Stellantis, teremos, então, um novo C3 com motor e câmbio do Fiat Uno, bem como previsão de alto volume. Afinal, a fábrica no Rio de Janeiro tem capacidade anual para 150 mil carros.

Novo Citroën C3
Citroën/Divulgação

Novo padrão de hatch

O novo C3, portanto, vem brigar no topo do ranking de vendas. E, para tanto, terá a seu favor o estilo de SUV. Para se ter ideia, no acumulado de 2021 até o mês de agosto, os emplacamentos de SUVs já somam 41% do total de carros novos licenciados no País. Ou seja, é o segmento favorito do brasileiro na atualidade, e também o que mais cresce.

Antes, com menos utilitários no mercado, tinha-se espaço para, por exemplo, versões aventureiras dos hatches. Mas agora é diferente. Esses modelos já não têm grande saída. Tanto que a Renault vai tirar de linha o Sandero e o Stepway, para apostar em um novo SUV. O candidato é o Kiger, utilitário menor que o Duster, mas feito sobre a base modular do Kwid.

Por falar nele, o Renault Kwid é outro exemplo de modelo que já nasceu com traços de SUV. É uma tendência mundial. Os novos hatches estão ganhando características de utilitários esportivos, como bons ângulos de entrada e saída, balanços curtos e cintura e teto altos. Tal como revelamos no Jornal do Carro, o próximo VW Gol será um mini SUV.


Assinatura
Divulgação/Renault

Segundo a Citroën, essa característica se impôs desde a concepção do C3, que apresenta maior altura em relação ao solo. Embora tenha o tamanho de um hatch, o compacto parece maior e mais robusto. Nas laterais, traz os airbumps, que são as molduras pretas na base das portas, além de colunas traseiras encorpadas e lanternas em posição elevada.

Outro ponto alto é a cabine do novo C3, que se vale do design mais vertical para entregar um interior espaçoso. Por ora, a Citroën não revelou muitas imagens e dados, mas disse que o hatch será um dos mais espaçosos da categoria. Além disso, por dentro, o novo C3 terá a maior tela multimídia do segmento, com 10 polegadas e conectividade com smartphones.




Preços competitivos

Para conseguir ter preço acessível, o novo Citroën C3 terá versão com lista de equipamentos simplificada. No vídeo oficial de revelação do compacto, a imagem (abaixo) mostra o painel com a grande multimídia, mas com hastes de ajuste manual dos retrovisores externos, ar-condicionado acionado por botões comuns, e alavanca do câmbio manual.

Novo Citroën C3
Citroën/Divulgação

Além disso, nos modelos mais acessíveis, o novo C3 deverá ter o 1.0 Firefly da Fiat, com até 77 cv e 10,9 mkgf de torque com etanol, combinado ao câmbio manual de cinco marchas. Trata-se do mesmo conjunto usado por modelos como Mobi e Argo, que atualmente é a dupla de entrada da marca italiana no Brasil. Assim, o C3 promete ser acessível.


Mais acima, espera-se que o Citroën C3 ofereça a mecânica do Peugeot 208. Ou seja, motor 1.6 16V flexível de até 118 cv e 15,47 mkgf, e câmbio automático de seis marchas. Isso nas versões de topo. Por fim, pode ter ainda o novo 1.0 GSE turbo, da Stellantis. Este motor vai estrear no Fiat Pulse nas próximas semanas, com um novo câmbio CVT.

Com estes conjuntos, terá condições de brigar em ampla faixa de preços, que poderá começar em certa de R$ 60 mil e ir até próximo de R$ 100 mil, ficando, assim, abaixo do C4 Cactus.

Novo Citroën C3
Citroën/Divulgação

Economia de escala

A chegada do C3 marcará a estreia da nova plataforma modular na fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro. A arquitetura é uma versão mais simples que base CMP usada por modelos europeus e pelo novo 208, que vem importado da Argentina. Sobre essa plataforma, a marca francesa promete lançar outros dois modelos até o ano de 2024.

Um deles será um crossover que deve herdar o (conhecido) sobrenome Aircross. O outro é um sedã, para disputar vendas com Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20S. Com o trio, a Citroën almeja brigar no topo do ranking dos mercados emergentes, globalizando a marca, que tem maior presença somente no mercado europeu.

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