O mercado de carros elétricos disparou nas vendas no mundo inteiro, e diversas marcas já começam a aparecer nos números. A Tesla é a referência desse mercado. No entanto, a montadora do bilionário Elon Musk viu recentemente a liderança ameaçada pela chinesa BYD, que superou a norte-americana quando somados carros elétricos e híbridos do tipo plug-in. Mas não é só. Outras gigantes da indústria, como Ford, General Motors e Volkswagen, já estabeleceram metas para produzir entre 1,5 milhão e 2 milhões de veículos elétricos a partir de 2025. Pois a Tesla quer manter a supremacia e anunciou uma nova meta de produção para 2022: a montadora da Califórnia (EUA) vai entregar 2 milhões de EVs.
De acordo com o site Automotive News, o anúncio foi feito durante a reunião anual dos acionistas da Tesla, onde Musk confirmou que esse será o objetivo se ”tudo sair como planejado”. Contudo, sabemos que atualmente a situação geral da indústria leva a crer que dificuldades podem aparecer no caminho. Afinal, existem consequências evidentes derivadas da pandemia, como a falta de semicondutores. Por isso, o CEO confirmou que teve que mudar algumas estratégias por conta das variáveis dos últimos tempos.
O fato é que, caso a Tesla consiga alcançar a produção de 2 milhões de modelos movidos a baterias neste ano, será um grande feito. Isso porque, como dissemos, outras montadoras estão comprometidas com o segmento de elétricos, mas em um período mais longo de tempo. A VW, por exemplo, quer produzir 1,5 milhão de EVs até 2025. Já a Ford pretende entregar 2 milhões até 2026, enquanto a GM quer atingir 1 milhão até 2025.
E 20 milhões de EVs até 2030
Mas os objetivos ambiciosos não param por aí. Segundo o presidente do conselho da Tesla, Robyn Denholm, há mais uma meta grande para o futuro, e é ainda mais ousada. Isso porque a montadora pretende construir cerca de 20 milhões de carros 100% elétricos até 2030. Essa intenção, inclusive, já havia sido mencionada em outras ocasiões. Dessa forma, a Tesla definitivamente busca permanecer no topo da categoria.
Para tornar esse plano em realidade, a empresa do Musk deve implementar algumas mudanças importantes no método de fabricação. Equipamentos como a Giga Press, uma máquina que consegue fundir uma peça única de alumínio, será uma delas. Assim, vai evitar o trabalho de utilizar diversas peças diferentes unidas por uma solda. Além disso, o CEO também chegou a mencionar o aumento das Gigafactories. De acordo com ele, 10 ou 12 dessas fábricas devem ser suficientes para atingir o objetivo final.
BYD na cola
Na primeira metade de 2022, a Tesla perdeu o posto de maior vendedora de carros elétricos do mundo. A marca foi superada pela BYD, que emplacou cerca de 641 mil modelos de janeiro a junho deste ano. Dessa forma, vendeu 77 mil carros a mais do que a fabricante norte-americana, que registrou 564 mil unidades. Assim, no total, a chinesa apresentou um crescimento de 315% em relação ao mesmo período de 2021.
Vale dizer que, desde março deste ano, a BYD deixou de produzir carros com motor apenas a combustão. Agora, a marca só faz veículos eletrificados. Ou seja, híbridos plug-in e elétricos. A mudança faz parte da estratégia global que a chinesa traçou para neutralizar as emissões de carbono até 2030. E o impacto será bem grande. Afinal, a BYD é uma das maiores fabricantes de veículos da China e, agora, a maior de elétricos do mundo.
Importante lembrar que, aqui no Brasil, A BYD acaba de lançar o seu terceiro carro elétrico. Mas o novo modelo chega com foco nas vendas diretas e nos motoristas de aplicativo. Trata-se do D1, minivan feita em parceria com a Didi Chuxing, gigante chinesa de mobilidade e dona do aplicativo 99. Ele chegou em duas versões de acabamento – GL e GS – com preço inicial de R$ 269.990.
Volkswagen corre atrás
Quem vem surpreendendo no segmento de elétricos é a Volkswagen, que promete ser uma grande pedra no sapato da Tesla. A responsável pelo modelo de maior sucesso no mundo em todos os tempos, o Fusca, vem apostando nas vendas de carros elétricos. A última delas, inclusive, trata-se da releitura de outro clássico: a Kombi. Com portfólio consolidado, a VW quer cativar a clientela mundial não só pela emoção (apelando para a nostalgia da releitura de modelos) como pela razão. Afinal, seus modelos vêm ganhando cada vez mais autonomia e sistemas extras, sem contar os investimentos da marca no desenvolvimento de baterias e suprimentos.
Além disso, em julho, a alemã deu início à construção da sua primeira ”giga fábrica” de baterias para carros elétricos na Alemanha. A unidade, que fica em Salzgitter, receberá um investimento maciço de mais de 20 bilhões de euros até 2030 e promete contratar cerca de 20 mil pessoas na Europa. Tal como a Tesla e outras marcas, a VW chama a nova fábrica de ”Gigafactory” por conta do tamanho equivalente a 30 campos de futebol.
Com gestão da PorwerCo, a unidade terá capacidade anual de 40 gWh e vai fornecer baterias para cerca de 500 mil veículos elétricos. Dessa forma, a nova empresa será responsável por gerenciar as operações internacionais, bem como cuidará do desenvolvimento da tecnologia das células. A produção, inclusive, está prevista para começar em meados de 2025.