Logo no começo de “Se Beber, Não Case”, o pai da noiva, Sid Garner (Jeffrey Tambor) oferece ao futuro genro, Doug (Justin Bartha), sua relíquia automotiva para que o rapaz viaje até Las Vegas, onde será sua despedida de solteiro. O carro, um Mercedes-Benz dos anos 60, inicia a comédia de 2009 tinindo, de tão bem conservado. Mas em consequência de uma noite de farra com Doug e três amigos, encerra o longa bastante deteriorado. Vai do luxo ao lixo.
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O CLÁSSICO
O conversível é um dos frutos do projeto W111, que tinha também versões com carrocerias sedã e cupê. Para o filme, foram utilizados dois modelos: 220 SE de 1965 e 280 SE de 1969. No visual, eles são idênticos – as diferenças estão no motor e no período de produção. As versões destinadas ao mercado norte-americano, como as usadas no filme, têm faróis duplos. Nas europeias, eram utilizados conjuntos únicos.
O 220 SE foi apresentado durante o Salão de Frankfurt (Alemanha) de 1961. Feito até 1965, traz motor de seis cilindros em linha e 2,2 litros de 120 cv. O 2.8 do 280 SE (que foi produzido entre 1967 e 1971) também tem seis cilindros, mas gera 160 cv. Na mesma época (de 1965 a 1967), houve também o 250 SE, com seu 2.5 de 150 cv. Para o 280 SE havia ainda a opção de oito cilindros, feita entre 1969 e 1971. Com 3,5 litros, entrega 200 cv.
De acordo com o jornalista e colecionador de carros clássicos Boris Feldman, o “E” da sigla é a abreviação da palavra alemã einspritz, que significa injeção. “Já naquela época, o carro tinha injeção de combustível, em vez de carburador.” Ele conta que os modelos do projeto W111 ficaram conhecidos pelo apelido de “charutão” entre os colecionadores brasileiros. “Por serem compridos e redondos”, explica.
A versão conversível, como a do filme, tem 4,88 metros de comprimento e 2,75 metros de entre-eixos.
ENREDO
Ao entregar seu Mercedes clássico ao pretendente da filha, a única recomendação de Sid Garner foi: “Não deixe o Alan dirigir.” Ele se referia a seu filho, personagem interpretado por Zach Galifianakis.
Prestes a se tornar cunhado de Doug, Alan foi incluído na viagem organizada por dois amigos do noivo. Desde o início do filme, fica implícito que ele tem transtornos psicológicos. Trata-se de um cara esquisito, para dizer o mínimo. Ele é também o responsável pelo fato que desencadeia o enredo de “Se Beber, Não Case”.
Juntamente com, Phil (Bradley Cooper) e Stu (Ed Helms), os amigos de Doug, ele acorda de ressaca e sem memória. Para piorar, os três descobrem que perderam o noivo durante a farra. O Mercedes também desapareceu – foi trocado por um carro da polícia.
Alan, Phil e Stu recuperam o conversível, que milagrosamente está intacto. Mas não por muito tempo. Logo eles percebem que há alguém no porta-malas. É quando entra em cena Leslie Chow (Ken Jeong), mafioso de descendência chinesa, bastante caricato.
Mais tarde, um dos capangas de Chow destrói parte do Mercedes ao atingi-lo com um Chevrolet Escalade. Antes disso, o revestimento interno do conversível já havia sido arrancado pelo tigre do boxeador Mike Tyson, que interpreta a si mesmo na comédia.
O mérito do filme é mostrar situações que, por mais absurdas que pareçam, poderiam de fato acontecer com qualquer um em uma despedida de solteiro em Las Vegas. Essa comédia lançou ao estrelato o prestigiado Bradley Cooper, que, entre outros grandes papéis, deu vida ao ex-atirador da marinha dos EUA em “Sniper Americano”.
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