Difícil é falar da história automotiva brasileira sem mencionar o VW Fusca. Desde sua chegada ao País em 1950, ainda importado e em CKD (completamente desmontado), até seu “fim” em 1986 e “ressurreição” em 1993, o modelo faz parte do cenário nacional como nenhum outro modelo. Desde 1989, comemora-se por aqui o Dia Nacional do Fusca, sempre na mesma data: 20 de janeiro.
A iniciativa partiu de fãs do modelo no Brasil, e teve o apoio da Volkswagen, e hoje apaixonados pelo modelo levam adiante a celebração. O chamado “DNF” faz alusão à data escolhida pela marca para o início da produção nacional do modelo: 20 de janeiro de 1959. Entretanto, o curioso é que, mesmo 28 anos após sair de linha no País, o modelo segue firme pelas ruas, seja graças a entusiastas do besouro, ou emprestando seu motor e transmissão aos mais diferentes projetos.
Vale lembrar que há também outra data, o “Dia Mundial do Fusca”, comemorado em 22 de junho, fruto da sugestão do colecionador brasileiro Alexander Gromow. Em 1995, o VW foi eleito o carro do século, e Gromow fez uma campanha mundial para que esse dia fosse comemorado como o mundial do Fusca.
Um modelo que mudou bastante, mas sem mudar demais sua principal característica: o desenho. A carroceria arredondada, fruto de um projeto originado de Ferdinand Porsche, perdurou por décadas a fio, desde os primeiros protótipos ainda nos anos 1930, até a última unidade feita no Mundo, em 2003, no México, por exemplo.
No Brasil, Fusca teve longa vida e sucesso nas vendas
No Brasil, o Fusca foi um modelo de inúmeras vidas e nomes. Abriu espaço para o utilitário Kombi, e para uma variedade de outros modelos nacionais com a mesma concepção básica: motor boxer refrigerado a ar na traseira, simplicidade mecânica, e a capacidade de resistir a quase todo tipo de terreno, por conta do assoalho robusto.
Por aqui, inicialmente, teve motor 1.200, que nos anos 60 deu lugar ao 1.300, dando-lhe mais fôlego. O Fusquinha tornaria-se “Fuscão” em 1970, graças a aprimoramentos técnicos e a chegada do motor 1.500, mais forte. Mais adiante, e focando ainda mais no público jovem, chegaria sua única versão esportiva, o 1600S/Bizorrão, trazendo o motor 1.6 que o acompanharia até o fim da vida.
Dividindo o público entre suas versões 1.300 e 1.600, a álcool ou gasolina, o Fusca segurou firme a chegada dos rivais Chevrolet Chevette, Ford Corcel e Fiat 147, até 1986, quando saiu de linha pela primeira vez. Para se ter uma ideia, o modelo correspondia a 30% da frota nacional, um número bastante expressivo até hoje.
Modelo ainda teve duas reinterpretações modernas
Em 1993, a pedido do então presidente Itamar Franco, o Fusca retornou à linha de produção, por onde ficaria por mais três anos. Entretanto, sem repetir o sucesso do passado, mas igualmente disputado por colecionadores, se despediu do mercado brasileiro pela segunda vez em 1996, com a chamada “Série Ouro”.
Contudo, ainda assim, o modelo “renasceu” outras duas vezes, tamanho o carinho do público. A primeira delas em 1998, na pele do New Beetle, feito usando o Golf como base, com motor dianteiro refrigerado à água. Entretanto, o modelo não emplacou por aqui.
Por fim, a segunda e última foi como o Novo Fusca, com motor 2.0 com injeção direta de gasolina, capaz de entregar 200 cv. Com proposta mais esportiva, disputava mercado com modelos como Mini Cooper e Citröen DS3, mas também saiu de linha, já em 2019.
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