Completando 99 anos de operações no Brasil, a GM fará investimentos de R$ 7 bilhões no País até 2028 para renovar sua gama de produtos e focar, principalmente, a mobilidade sustentável. Além disso, a empresa pretende modernizar suas fábricas para desenvolver tecnologias customizadas para o mercado brasileiro. Mas o que isso, de fato, significa?
Desde que a montadora anunciou, em 2021, que produziria apenas carros zero emissões em todo o mundo a partir de 2035, muito se especulou sobre quais seriam os passos seguintes da Chevrolet no mercado brasileiro. Afinal, a marca era uma das que menos se manifestava quando o assunto era eletrificação, tanto em relação à produção nacional quanto em trazer modelos importados.
Os únicos carros elétricos em seu portfólio eram, por exemplo, são o Bolt EV e o Bolt EUV, e ambos deixaram de ser fabricados nos EUA no final do ano passado. Outros modelos foram cogitados em diversas ocasiões, mas nunca desembarcaram aqui.
GM terá híbridos flex
O fato é que, agora, apesar de não se pronunciar abertamente, a GM vai apostar suas fichas nos carros híbridos flex no Brasil. É o que disse nas entrelinhas o presidente da GM International, Shilpan Amin. “O Brasil é estratégico para o plano global de expansão de negócios da GM. Além de ser um polo exportador de veículos para a América do Sul, conta com um amplo centro de desenvolvimento de engenharia e é um mercado com alto potencial de crescimento com vocação também para veículos de novas tecnologias, em sintonia com a matriz energética predominantemente limpa do País.”
Ou seja, a “matriz energética predominantemente limpa” que o executivo cita é nada mais, nada menos que o etanol. Então, combinar o combustível de origem vegetal a novas tecnologias de propulsão significa que os próximos passos tão aguardados da Chevrolet no País apontam nessa direção.
Quais carros receberão a tecnologia?
Ainda é cedo para cravar quais modelos receberão a tecnologia híbrida flex no País. Mas dá para afirmar sem medo de errar que o que faz mais sentido é implementar o sistema nos modelos focados no mercado nacional. Ou seja, que são fabricados aqui, claro.
Se pensarmos no que a concorrência planeja, o caminho que a GM deverá trilhar fica mais claro. Isso porque Stellantis, Volkswagen, Nissan, Toyota e Renault já revelaram projetos para carros híbridos – sejam leves, plenos ou plug-in – em suas linhas a partir de 2024.
Desse modo, a GM deve iniciar seu processo de eletrificação na categoria que mais cresce no Brasil (e no mundo): os SUVs. Assim, o candidato mais provável para estrear um conjunto híbrido flex leve é o Tracker. Outra aposta seria a Montana, picape intermediária que vem crescendo nas vendas. Já o Trailblazer e a S10 poderiam receber um sistema mais sofisticado plug-in, por exemplo. Além disso, os carros de entrada também passariam a usar a tecnologia, como Onix e Onix Plus.
Rivais também têm planos para híbridos flex
A Volkswagen sempre foi defensora do etanol para o mercado brasileiro. No fim de 2023, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté, no interior de São Paulo, confirmou que a marca alemã vai produzir um conjunto híbrido flex no Brasil. O sistema vai combinar o motor 1.5 TSI a um elétrico e substituirá o atual 1.4 turboflex, que será aposentado. Desse modo, o primeiro modelo a receber a tecnologia será o Taos. Mas carros compactos não devem ficar de fora mais adiante, como as linhas Polo e T-Cross.
Já a Stellantis planeja incluir diferentes tipos de tecnologias híbridas em uma grande variedade de modelos das marcas que fazem parte do conglomerado. Jeep Renegade, Peugeot 2008 e as picapes Fiat Toro e Ram Rampage são cotadas para ter versões eletrificadas. Entretanto, o veículo que deverá ser o primeiro a receber o sobrenome Bio-Hybrid será o Fiat Pulse.
Entre as japonesas, a Toyota – pioneira na criação do híbrido flex, com o Corolla – terá mais um carro com a tecnologia em seu portfólio neste ano, o Yaris Cross. A Nissan também prepara a versão e-Power do Kicks, cotada para estrear ainda em 2024. Por fim, a Renault vai lançar um SUV médio, ainda sem nome, que poderá trazer motor 1.3 turboflex aliado a outro elétrico.
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