A Honda do Brasil se prepara para eletrificar e ampliar sua gama de carros no Brasil. Nesta sexta-feira (19), executivos da montadora japonesa se encontraram com o presidente Lula em Brasília (DF) para anunciar o investimento de R$ 4,2 bilhões no País até 2030. A quantia servirá para o lançamento de novos produtos, o aumento da produção local, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias, dentre elas o sistema híbrido flex da marca.
Tal como o Jornal do Carro publicou ainda no fim de março, a Honda terá um novo SUV de entrada feito no País. O novo WR-V é a próxima grande novidade, com lançamento já em 2025, no segundo semestre. Recém-lançado no Japão, o modelo utiliza a mesma base da linha City, com a qual irá compartilhar mecânica e conteúdos.
Na gama brasileira, o novo Honda WR-V será posicionado logo abaixo do HR-V na tabela de preços, em uma faixa que começa a ficar super povoada, com Fiat Pulse, Chevrolet Tracker, VW Nivus e os novatos Citroën Aircross e Renault Kardian, entre outros.
Quando chega o novo Honda WR-V?
O novo SUV de entrada da Honda deverá estrear dentro de cerca de um ano, no início do 2º semestre de 2025. A produção nacional será na fábrica de Itirapina, no interior paulista. Entretanto, diferente do modelo anterior, que mais parecia uma versão aventureira do Fit, o novo WR-V será diferente da linha City. E terá carroceria bem mais robusta.
O SUV de entrada tem 4,31 m de comprimento, 1,79 de largura, 1,65 de altura e 2,65 m de entre-eixos – esta última medida maior que a do HR-V. Outro trunfo será o porta-malas de 458 litros. Entretanto, o WR-V virá posicionado mais abaixo na tabela de preços, com preço próximo de R$ 130 mil. Mas os dois modelos terão coisas em comum, tal como ocorre com Nivus e T-Cross.
Por exemplo, o novo WR-V terá a mesma mecânica dos demais, com motor 1.5 flex aspirado de injeção direta e comando variável, capaz de render 126 cv de potência e até 15,8 mkgf de torque (com etanol). E o câmbio automático do tipo CVT que simula sete marchas. Em todos os carros, a tração é sempre dianteira. Além disso, provavelmente virá com versão híbrida flex por causa dos novos limites de emissões do Proconve L8 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).
Produção a todo vapor
As fábricas da Honda no interior de São Paulo trabalharão em dois turnos para acelerar a produção de veículos da montadora japonesa. Os modelos HR-V, City e City Hatchback são feitos em Itirapina, enquanto os motores e as peças têm fabricação em Sumaré. Para isso, a fabricante vai abrir 1.700 novos postos de trabalho.
Assim, a Honda vai reduzir seu índice de ociosidade. Atualmente, a produção da montadora está em cerca de 50% da capacidade total de 120 mil unidades/ano. A japonesa aproveita também as boas vendas do HR-V em 2024. Somente no 1º trimestre deste ano, o SUV compacto já emplacou 9.706 unidades. Por fim, a produção do WR-V no País é a grande cartada da empresa para voltar a crescer nas vendas após as aposentadorias do Civic nacional e do Fit.
Com este investimento de R$ 4,2 bilhões, a Honda se fortalecerá na disputa de mercado. Apesar das boas vendas do HR-V no 1º trimestre, a japonesa briga por posições no segundo pelotão do ranking das marcas, enquanto a arquirrival Toyota, que já faz carros híbridos flex no País, está entre as cinco primeiras – e também vai lançar um SUV compacto nacional, o inédito Yaris Cross. Com a BYD logo atrás, é hora de acelerar e dar início à “hibridização”.
Sistema híbrido e:HEV flex
Além de lançar o novo WR-V, a Honda desenvolve sua tecnologia híbrida flex, que servirá também aos City sedã e hatchback e ao HR-V. A montadora vai tropicalizar o sistema e:HEV já presente nos seus últimos lançamentos, como, por exemplo, os novos Civic, Accord e CR-V. Entretanto, para ter preço competitivo, lançará um conjunto mais simples para os carros nacionais.
Este vai unir o motor 1.5 flex a outros dois elétricos e uma bateria que recupera energia e recarrega com o carro em movimento. Na versão com motor 1.5 a gasolina, o conjunto produz 131 cv de potência combinada e 25,8 mkgf de torque máximo.
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