Um dos mais famosos slogans da história das montadoras no Brasil foi “Você conhece, você confia”, da Volkswagen. Nos tempos atuais, esse lema poderia ser muito bem aplicado à Toyota. Dificilmente, quem conhece (o cliente da marca) deixa de confiar na empresa. Porém, um problema com air bag pode estar “queimando o filme” da marca diante de seus consumidores.
(No Instagram: @blogprimeiraclasse)
Para contextualizar, há um recall mundial sendo efetuado há anos, envolvendo diversas marcas – especialmente as japonesas. É preciso substituir air bags defeituosos fabricados pela Takata. Quando acionadas, essas bolsas podem emitir fragmentos metálicos, causando ferimentos aos usuários dos veículos.
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Aqui no Brasil, esse recall envolve algumas marcas. A Nissan, por exemplo, anunciou recentemente ação para quase 200 mil carros. Na convocação para troca dos air bags da Takata, estão envolvidos exemplares de Livina e Frontier, entre outros.
A Toyota também está realizando no Brasil recall para substituição de peça dos air bags da Takata – ou de todo o conjunto, no caso da Hilux. E isso tem sido motivo de queixa constante dos clientes da marca. A queixa não é em relação à ação, e sim ao procedimento adotado pela Toyota.
QUAIS SÃO AS QUEIXAS?
Nas últimas três semanas, recebemos três queixas semelhantes em relação à Toyota. São clientes relatando que a marca, em vez de substituir o air bag defeituoso, está desabilitando o sistema. Apenas depois de um tempo, que pode variar, a troca do air bag é feita.
Os proprietários se mostram temerosos sobre as consequências de sofrerem um acidente sem que o air bag esteja funcionando. Querem saber se isso representaria um risco às suas vidas.
A Toyota respondeu as queixas enviadas pelos consumidores à seção “Defenda-se”. De acordo com a montadora, o air bag é apenas um sistema complementar de segurança. O principal mecanismo de proteção, em caso de acidente, é o cinto de segurança.
O advogado especialista em defesa do consumidor Josué Rios, que também é consultor do Jornal do Carro, não concorda com a prática da Toyota. Também na seção “Defenda-se”, o especialista disse que, se um veículo tem air bags, o sistema tem de estar apto ao uso.
Por isso, se não há peça de reposição (o que também infringe o Código de Defesa do Consumidor), a montadora deve oferecer ao cliente um carro reserva com air bags em condições de uso.
POR QUE ISSO PODE ‘QUEIMAR O FILME’ DA MARCA
Se fosse outra a montadora envolvida nesse caso, talvez o fato não chamasse tanto a atenção. Mas essa fabricante é a Toyota, uma marca quase à prova de críticas. Pelo menos, de críticas de quem tem, ou já teve.
Nos últimos anos, entre as milhares de queixas enviadas à seção “Defenda-se”, a presença da Toyota foi rara. Até a história do recall de air bags, as reclamações envolvendo a montadora não haviam chegado a cinco.
Entre os proprietários de carros da Toyota, a aprovação é quase geral. Quem se torna cliente da marca dificilmente a abandona. Isso porque os carros têm fama de não quebrar.
Além disso, segundo os próprios donos desses modelos, se há problemas, a solução é imediata. Nada de falta de peças ou alegações, feitas pela fabricante, de mau uso, problemas constantes sofridos pelo consumidor de carros no Brasil.
Talvez seja por isso que as queixas sobre o procedimento no recall estejam ficando mais constantes. O cliente da Toyota está acostumado a ter seu problema resolvido, não postergado.
Mas isso pode queimar o filme da marca? Se o problema for logo resolvido, como alega a montadora (leia mais abaixo), provavelmente não.
Além disso, a falta de peças (que é o que está ocorrendo nesse caso) não pode se tornar uma constante nas concessionárias da marca. Afinal, a fama de excelente pós-venda é o maior “patrimônio” da Toyota no Brasil. E, neste ano, a marca já perdeu a primeira posição no ranking que avalia o pós-venda das montadoras.
O QUE ALEGA A TOYOTA
Além dos pontos citados acima, a Toyota precisa treinar suas concessionárias para explicar que esta ação tem o objetivo de reduzir o risco ao consumidor, não aumentá-lo.
A marca explica que, de fato, não tinha peças no dia 4 de abril, quando anunciou o recall do air bag do passageiro para Corolla e Etios. Nos dois casos, a troca é apenas do deflagrador, responsável pela ocorrência do problema, não de toda a peça.
As substituições no Corolla começaram em 26 de junho e no Etios, em 7 de agosto. De acordo com a montadora, as peças agora já estão sendo trocadas e o problema está caminhando para uma solução. Porém, ainda pode haver alguma espera entre o agendamento do serviço e a troca efetiva – em São Paulo, ela pode chegar a 30 dias.
De acordo com a Toyota, desativar o air bag no período de espera não foi a solução ideal, mas a única que a marca podia oferecer. Isso porque, uma vez identificado um problema, a montadora tem de apresentar uma solução.
Desativar os air bags com peça defeituosa foi a solução apresentada às autoridades de Brasília, e aprovada por elas, informa a montadora. A empresa reforça que o recall está sendo feito em duas fases: primeiro a desativação e, depois, a troca.
De fato, há montadoras que esperam o total abastecimento de peças para anunciar a ação de recall. A Toyota considerou que este não era o caso, pois uma peça defeituosa de seus carros estava colocando em risco a integridade dos ocupantes do veículo.
Para esclarecer essa ação a seus clientes, a Toyota preparou os vídeos – um deles você pode ver acima.
A Toyota informa também que 1,4 milhão de modelos (Hilux, Toyota e Etios) estão envolvidos nesse recall. Do total, 800 mil têm problema no air bag do motorista e 600 mil, no do passageiro.
VEJA TAMBÉM: DEZ VERSÕES DE CARROS QUE VOCÊ DEVE EVITAR
1/8
Mobi com motor de 4 cilindros
A Fiat lançou o Mobi com o defasado motor 1.0 de 4 cilindros, gastão para um propulsor desse tipo. Meses depois, veio o Mobi Drive, com o de três cilindros, mais moderno e econômico. Porém, a versão antiga foi mantida nas concessionárias. Esse motor não condiz com um carro que se propõe entregar modernidade. Ao menos, ele é mais barato: parte de R$ 34.210, ante os R$ 41.260 do Mobi Drive.
2/8
Kwid Life
A versão de entrada do Kwid, aquela de R$ 30 mil, é muito mais para fazer propaganda do preço do que para comprar de verdade. Ela não tem nada além do obrigatório. Para quem quer o mínimo de conforto (com ar-condicionado e direção assistida, pelo menos), vale investir na opção intermediária, de cerca de R$ 35 mil. A diferença, para quem vai financiar, não é tão grande na parcela.
3/8
Volkswagen SpaceCross
Imagine pagar mais de R$ 85 mil em um SpaceFox manual com suspensão elevada? E esse é o preço de entrada. Com opcionais, são cerca de R$ 100 mil. Se quiser uma perua, compre uma SpaceFox normal. Ela tem o mesmo motor (1.6 de 120 cv) e dirigibilidade melhor. Seu preço começa em R$ 68.019.
4/8
Chevrolet Onix Activ
Entre as versões "aventureiras" dos hatches, esta talvez seja a mais dispensável. Ela parte de R$ 59.950 e traz só "firulas" visuais. Diferentemente dos rivais, não tem suspensão elevada.
5/8
Renegade flexível
O Renegade, mesmo oferecendo limitações no espaço interno e porta-malas, poderia ser o melhor carro da categoria de SUVs compactos. Ele tem suspensão independente, dirigibilidade exemplar e muita tecnologia. Porém, o motor 1.8 é fraco para o peso do carro, deixando as acelerações lentas demais, algo bastante decepcionante. Além disso, esse propulsor é gastão. O Renegade que realmente vale a pena é o a diesel.
6/8
Honda HR-V Touring
No Civic, a versão Touring custa bem mais que a intermediária, mas tem um motor melhor (1.5 turbo de 173 cv) e mais tecnologia. Bem mais. No HR-V, a opção Touring, de topo, acrescenta, ante a EXL, faróis com DRL, lanternas de LEDs e sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento traseiro. Custa R$ 107.900. Seu motor é o mesmo 1.8 das demais. A dica é ficar com a EXL. Ela custa R$ 5 mil a menos e traz quase tudo o que é essencial.
7/8
Toyota Corolla Altis
Aqui, vale a mesma lógica do HR-V Touring. A versão Altis tem o mesmo motor das demais, e custa R$ 116.990. A XEi já é bastante completa, e sai a R$ 103.990. Não é à toa que, há anos, é a versão mais vendida do Corolla.
8/8
Volkswagen Up! Imotion
O Up! é o melhor carro de entrada do Brasil. Tem excelente dirigibilidade e é muito econômico. Porém, o câmbio automatizado de uma embreagem, confuso e áspero, tira muito do brilho do carro. Evite as versões com essa transmissão.
Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?
Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade
26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.
Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.
Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.
Centro de gravidade
Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.
Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento.
E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.
Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:
– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.
– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.
– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.
– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.
– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.