Primeira Classe

Os SUVs de luxo que não valem a pena

SUVs de luxo mais em conta já estão defasados tecnologicamente ante rivais maiores e mais baratos

Rafaela Borges

21 de nov, 2017 · 9 minutos de leitura.

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Crédito: Modelos como Q3 e GLA não trazem tecnologias que podem ser encontradas em Compass , Equinox e cia (Foto: Rafael Arbex/Estadão)

Com a chegada de novos modelos no Brasil, aos poucos os SUVs de luxo vão deixando de valer a pena. Por quê?

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Primeiro, é preciso contextualizar o conceito de SUV de luxo abordado aqui. Estamos falando especificamente dos modelos de entrada das marcas premium. Por ora, esse grupo inclui Audi Q3, BMW X1 e Mercedes-Benz GLA.


No ano que vem, chegam Jaguar E-Pace e Volvo XC40. Eles, inclusive, podem elevar o padrão do segmento em tecnologia. Porque, ironicamente, é no quesito tecnologia, aspecto no qual os SUVs de luxo deveriam sobressair, que está a defasagem.

Ao ler esta análise, esqueça modelos como Q5, Q7, X5, XC60, XC90, etc. Eles estão em outro patamar. Aqui, o assunto é o SUV que, para os padrões brasileiros, é considerado médio. E que, por aqui, concorre com os médios (grupo que tem como referência o Jeep Compass).

Deixando de lado aspectos emocionais, como o status de ter um carro de marca de luxo, ou aspectos de qualidade de construção, dos quais falaremos mais abaixo, esses modelos não estão mais se mostrando vantajosos na comparação com carros mais generalistas.


O grupo dos generalistas, além do Compass, inclui o recém-chegado Equinox e a nova geração do CR-V, que será lançada por aqui no ano que vem. Outro modelo que se destaca tecnologicamente entre os médios é o Hyundai Tucson. Não aquele antigo, que saiu de linha, e sim o novo, que chegou no ano passado.

TECNOLOGIA QUE O CONSUMIDOR PODE VER

O comparativo entre Q3 e GLA, publicado no Jornal do Carro no dia 12 de dezembro, deixou claro uma nova realidade. As marcas de luxo têm de atualizar seus produtos mais rapidamente do que no passado.


Se não começarem a fazer isso – uma renovação em tempo inferior a cinco anos – terão, como alternativa, a obrigação de desenvolver  plataformas que permitam fazer alterações profundas em uma mesma geração de um modelo em curto espaço de tempo.

Isso porque, com as tecnologias de conectividade, entre outras, os carros estão evoluindo rapidamente. Principalmente nos aspectos que o consumidor pode ver.

O Equinox, por exemplo, tem coisas que SUVs de luxo como GLA e Q3 não oferecem. Sua central multimídia é mais moderna e fácil de usar. A dos dois modelos das marcas alemãs são pouco intuitivas, complicadas, cheias de botões.


O Equinox traz ainda carregador de telefone celular por indução, sistema muito útil no mundo dominado pelos smartphones, e frenagem de emergência, bem como auxílio ao estacionamento. No Compass, o auxílio para manutenção em faixas é um destaque.

O CR-V, que chega no ano que vem, deverá contar com opção de sete lugares. Todos esses itens não estão nos SUVs de marcas de luxo. Há duas razões: a primeira é que eles realmente não têm alguns desses recursos em nenhum País do mundo.

 


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Em outros casos, suas fabricantes optam por não colocá-los nas versões vendidas no Brasil, porque esses sistemas os deixariam muito mais caros. Isso é um grande erro. Quem compra luxo, além do status, quer também a “vanguarda da tecnologia” (que, a título de curiosidade, é o slogan da Audi, em português).


O cliente pode até não usar, mas ele quer ter. Caso contrário, por que ele está pagando mais?

No caso dos carros que não podem receber alguns sistemas, é hora de as montadoras repensarem a velocidade das mudanças. Modelos de Jeep, Honda, Chevrolet e Hyundai, entre outras, jamais podem conseguir ter tecnologias mais avançadas que as de marcas de luxo. E estão conseguindo.

PREÇOS DOS SUVS DE LUXO

Alguns SUVs generalistas não são necessariamente mais modernos que seus equivalentes de luxo. No entanto, por investirem em tecnologias que podem ser vistas e usadas no dia a dia, passam a impressão de ser.


E isso pode ser primordial na escolha dos consumidores mais racionais. Afinal, o Q3 parte de cerca R$ 150 mil e o GLA, de R$ 158 mil. O X1 começa em R$ 184.950. Ambos têm pouco mais de 150 cv e 4,4 metros, aproximadamente.

O Equinox, por R$ 149.900, é mais de 20 cm maior e tem entre-eixos mais amplo, o que garante melhor espaço interno. Já o Compass, que tem diversidade de versões, começa em um preço bem inferior: cerca de R$ 108 mil.

O CR-V, se vier mesmo com os sete lugares, terá uma imensa vantagem. Qual SUV de entrada de marca de luxo oferece isso? Nenhum!


OUTRAS VANTAGENS DO SUV DE LUXO

Nem só do que pode ser visto e usado vive o carro de luxo. Vamos deixar o status, um fator totalmente emocional, de lado. Os SUVs como Q3, GLA e X1 oferecem acabamento muito superior ao dos generalistas, no geral.

Além disso, e essa é a parte mais importante, eles têm construções mais sofisticadas. Com isso, os SUVs de luxo quase sempre são melhores de dirigir, mais estáveis, com maior aptidão para fazer curvas. O conforto é outro destaque.


E há também os conjuntos mecânicos. Todos usam sofisticados propulsores turbo, com injeção direta de combustível, combinados a excelentes câmbios.

O Equinox tem um 2.0 turbo que traz essas tecnologias, e rende excelentes 262 cv. No entanto, não oferece consumo de combustível baixo, por exemplo. Tecnologicamente, os motores dos SUVs de luxo são mais avançados. O consumidor, no entanto, não vê isso na hora de comprar.

 


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