Primeira Classe

Carros que são maiores que suas marcas

Lista inclui renomados e históricos modelos, como Camaro e Mustang, mas também carros recentes e bastante conhecidos no País, como a relativamente nova picape Toro

Rafaela Borges

02 de mai, 2018 · 8 minutos de leitura.

Picape Toro" >
Picape Toro
Crédito: Em pouco tempo de mercado, modelo já conseguiu garantir sucesso independente da Fiat (Foto: Nilton Fukuda/Estadão)

Há alguns carros que são maiores que suas marcas. Eles poderiam ser feitos por qualquer montadora, e cairiam nas graças do público mesmo assim. São capazes de manter o sucesso mesmo quando suas fabricantes estão em momentos ruins. Um dos exemplos mais curiosos dessa lista é um modelo relativamente novo no mercado. Trata-se da picape Toro.

LEIA TAMBÉM

A picape Toro, lançada há cerca de dois anos, já é maior que a Fiat. Ideia muito criativa da montadora italiana, ela daria certo mesmo se fosse feita pela Volkswagen, Chevrolet, Ford, Toyota, etc.

Publicidade


E aí você pode perguntar: mas por que, então, a Duster Oroch não faz tanto sucesso? Isso não tem nada a ver com a marca, e sim com a qualidade do produto. A picape Toro é superior.

 

(Você também pode me encontrar no Instagram: @Rafaelatborges)


 

Mas vamos falar da picape Toro à frente. Antes, precisamos listar outros carros que são maiores que suas marcas. A lista tem modelos históricos e de renome mundial, como o Camaro e o Mustang.

E, claro, o Toyota Corolla jamais poderia ficar de fora desse grupo. Para completar um clube de cinco, eu coloco um modelo que, assim como a picape Toro, é autenticamente brasileiro. Qual? O Volkswagen Gol.


 

VEJA TAMBÉM: OS CARROS MAIS FEIOS DO BRASIL

 


PICAPE TORO

A ideia da Fiat ao criar a picape Toro foi tão boa que não tinha como não dar certo. É uma picape de porte médio, mas com conforto que os modelos convencionais do segmento não oferecem.

A marca aproveitou a associação com a Jeep, e a plataforma de Compass e Renegade, para criar uma picape urbana. Isso porque muitos clientes do segmento não usam esses carros para o trabalho, e sim nas cidades.

Nos últimos anos, a Fiat não estava indo muito bem no mercado, especialmente no segmento de carros de passeio. A Toro, porém, estourou em vendas. Seu sucesso não dependia do triunfo da marca. A luz tornou-se própria.


É complicado dizer que um modelo tão novo no mercado já se tornou maior que sua marca. A picape Toro, porém, conseguiu obter esse mérito.

VOLKSWAGEN GOL

A Volkswagen já teve momentos bons e ruins. O Gol sobreviveu a tudo. Criado nos anos 80, ele teve várias gerações, e é o carro que ocupou a liderança do mercado brasileiro por mais tempo.

Houve época que a Volkswagen tinha poucos produtos de sucesso. O Gol, porém, salvava a honra da marca, mantendo-se na ponta.


Mesmo após perder o primeiro lugar, o Gol não perdeu o brilho. No ano passado, foi o Volkswagen mais vendido. Além disso, é um veterano que se mantém na lista dos dez mais vendidos.

O mesmo não se pode dizer de outros “dinossauros” do Brasil. Exemplos são o Uno, que despencou no ranking, e o Palio, que saiu de linha.

O Gol se tornou uma “lenda” no Brasil. Com reputação de ser durável e bom de mercado, passou a ser considerado uma boa compra. Não importava mais se era ou não era Volkswagen: as pessoas queriam um Gol.


TOYOTA COROLLA

Esse fenômeno não é só brasileiro; é mundial. Carro que disputa, ano a ano, o título de mais vendido do mundo, o Corolla é praticamente uma instituição.

Nenhum outro Toyota faz tanto sucesso. A marca é desejada (especialmente no Brasil), sem dúvida, mas o Corolla é ainda mais.

O sedã é aquele carro que faz o consumidor se sentir seguro. Ainda mais que no caso do Gol. Tem fama de não quebrar nunca, e é muito bom de revenda.


No Brasil, a grandeza do Corolla fica escancarada. O segmento de sedãs médios está perdendo força por causa da proliferação dos SUVs. O Toyota, porém, se mantém firme na lista dos dez mais emplacados.

CAMARO E MUSTANG

Eles não são mais carros. São “lendas”. Chevrolet e Ford? Alguém realmente se lembra que Camaro e Mustang são fabricados por essas marcas?

Nos dois casos, acho que eles poderiam, inclusive, ser nomes de marcas independentes de suas montadoras. Não me espantaria se isso já tivesse sido estudado pelas respectivas fabricantes.


Camaro e Mustang já tiveram várias gerações. O Chevrolet foi lançado em 1966 e passou por um “hiato” nos anos 2000. Porém, em 2009 voltou com força total, e caiu nas graças de uma legião de adoradores.

A carreira do Mustang é parecida. Ele surgiu em 1964, e está em sua sexta geração – recém-lançada no Brasil.

Os dois “muscle car” são um estilo de vida. Uma representação da história, da indústria americana e da paixão por automóveis. Nem importa mais se bons ou ruins, ou se têm concorrentes à altura. São maiores que tudo isso.


Newsletter Jornal do Carro - Estadão

Receba atualizações, reviews e notícias do diretamente no seu e-mail.

Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de privacidade de dados do Estadão e que os dados sejam utilizados para ações de marketing de anunciantes e o Jornal do Carro, conforme os termos de privacidade e proteção de dados.
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.