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Não adulterarás! O sétimo mandamento vale para combustíveis?

A lenta chegada de combustíveis aos postos está trazendo imensas filas e também o fantasma do produto adulterado

Hairton Ponciano

30 de mai, 2018 · 4 minutos de leitura.

Abastecimento de combustível" >

Crédito: Nos últimos dias, cenas como esta, de fila para abastecer, estão sendo comuns no País. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Quando todo mundo começou a achar que o pior da crise de abastecimento de combustíveis estava passando, a realidade – sempre ela – veio para mostrar que tudo sempre pode piorar. A lenta chegada de combustíveis aos postos trouxe não apenas imensas e torturantes filas, mas também o fantasma do produto adulterado. Fantasma, não. Ele era bem real.

Apenas nos dois últimos dias, o mecânico Pedro Luiz Scopino, dono de uma oficina na zona norte da capital, atendeu a três clientes com o mesmo problema: combustível adulterado. Em todos os casos, Scopino constatou a presença de uma excessiva quantidade de água no etanol, o que impede o funcionamento do motor.

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O mecânico precisou esgotar o tanque e inutilizar o que havia lá dentro (líquido que certamente custou caro ao motorista, diga-se). Depois foi preciso alimentar o carro com combustível menos suspeito – na medida do possível, já que a escassez permanece.

Sem escolha

Quando as condições de abastecimento estão normais, o cliente tem a liberdade de optar pelo tipo de combustível que quiser: pode escolher pela bandeira do posto e pelo tipo de produto (comum, aditivado, premium, etc.).

Com a falta generalizada, todos correram desesperadamente para qualquer estabelecimento que tivesse algo para vender. Pior: formaram filas até diante de postos sem nada para vender, na esperança de que o fornecimento viesse. Resumindo, todos à espera de um milagre.


Diante da excessiva demanda e da absoluta falta de produto, muitos revendedores viram a possibilidade de ganhar um dinheiro fácil, multiplicar o lucro, por exemplo adicionando água ao etanol.

No grupo de WhatsApp do condomínio onde moro, constatei a determinação de abastecer a qualquer custo:

“O posto tal tem combustível”, escreveu um vizinho, ressalvando que a fila estava imensa, mesmo às 6h30 da manhã.


“Estão vendendo combustível adulterado neste posto”, alertou outro morador.

“Vou para lá, não tenho escolha”, resignou-se uma vizinha.

Moral da história: quem puder, que espere um pouco mais. Com a retomada gradual do abastecimento e o aumento da oferta, a concorrência pode mais uma vez separar o joio do trigo, a gasolina do solvente, ou a água do etanol.


Enquanto isso, o pecado – ou a ilegalidade – vai continuar

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.