Provavelmente vocês devem ter acompanhado notícias sobre o calor beirando os 40°C durante a semana passada em várias cidades europeias. O assunto sempre rende boas fotos, com crianças e até adultos se refrescando em fontes públicas. Mas, na prática, as altas temperaturas provocam sérios transtornos a quem não está acostumado com isso. O que seria algo comum no Brasil torna-se um caos no velho continente.
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Na França, a palavra mais ouvida nos noticiários era "canicule", termo que designa "onda de calor". Pois ela causou influência até sobre a circulação de carros. Isso porque, juntamente com a elevação da temperatura, a Europa está sendo assolada por uma grave seca.
Rios outrora caudalosos, como o Loire (o mais longo da França, e repleto de castelos em suas margens), perderam muita água (foto abaixo).
Basta andar pelo interior do país para ver trechos com leito quase seco em alguns pontos.
Calor, seca e poluição
Com a seca, a dispersão de poluentes piora. Por isso, na terça-feira da semana passada, dia 23/7, Paris proibiu a circulação de veículos mais poluentes (leiam-se antigos) na região central. Na França, de acordo com o nível de gases que emitem, os automóveis devem exibir obrigatoriamente um selo no para-brisa, que vai de 0 (para os menos poluentes) a 6 (os que mais emitem). Naquele dia, só puderam entrar na parte central da capital veículos com selos 0, 1 e 2.
Redução de velocidade em estradas
Outra providência adotada em situações consideradas críticas é a redução da velocidade nas estradas. Por causa da poluição, painéis eletrônicos ao longo das vias passaram a exibir mensagens para a redução da velocidade em 20 km/h. Assim, em auto-estradas, nas quais a máxima costuma ser de 130 km/h, a limitação baixou para 110 km/h. Pelo que foi possível observar (eu estava rumando para Paris exatamente nesse dia), a maioria dos motoristas acata a orientação.
Trem fora dos trilhos
Além dos automóveis, os trens também foram afetados pelo calor. Com o aquecimento fora do comum dos trilhos, várias partidas foram canceladas ou sofreram atrasos. O motivo é que a alta temperatura causou dilatação além do esperado nos trilhos. Como consequência, os trens tiveram de circular com velocidade reduzida, para evitar aquecimento ainda maior do material. Em casos extremos, havia o risco de descarrilamento.
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