Primeira Classe

Tarok é a jogada de mestre da VW

Com Tarok, montadora alemã mira briga pela liderança do mercado brasileiro com a Chevrolet

Rafaela Borges

16 de nov, 2018 · 10 minutos de leitura.

Volkswagen" >
Volkswagen Tarok
Crédito: Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Há quem diga que o Project One, da Mercedes, é o “carro do salão”, embora eu prefira o McLaren Senna. Mas, nos dois dias de prévia do evento, que termina no domingo (18), não foi nenhum dos dois o modelo que mais causou comoção. Esse posto ficou com a Volkswagen Tarok.

SAIBA MAIS

Embora a marca tenha mostrado também o T-Cross, que considera seu principal lançamento, a maior parte da imprensa (a qual os dias de prévia foram destinados) já havia visto o SUV que chega em março. Já a Tarok, no evento, faz sua primeira aparição.

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Mas que carro é este? É o ataque certeiro da Volkswagen à concorrência, na briga pela liderança de vendas. A atual vice-líder, com T-Cross e Tarok, ganha bons argumentos na briga com a Chevrolet pelo primeiro lugar. O próprio presidente da Volkswagen, Pablo di Si, afirmou durante o Salão, em entrevista ao Jornal do Carro, que a marca está no caminho para a retomada da liderança.

A Volkswagen já vem se aproximando da líder. No mês passado, a diferença foi mais ampla que o normal, pois o Onix bateu recorde histórico. Como o carro teve mais de 22 mil unidades emplacadas, a Chevrolet ficou cerca de 7 mil exemplares à frente da Volkswagen.

A média anual de diferença, porém, é mais baixa do que esta. Fica em torno de 4.500 e 5 mil unidades.


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Fontes de inspiração

Nos últimos três anos, a Volkswagen tem investido em uma fórmula que se mostra bastante eficiente. Diferentemente da Fiat, que inovou muito com algumas características da Strada, ou a Ford, que praticamente criou o segmento mais badalado do Brasil (com o EcoSport), a VW não faz esse tipo de criação. A VW se inspira na concorrência, e aprimora os conceitos inaugurados pelas rivais.

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Euzinha e um dos carros mais tops de todos os tempos!!!! Gente, esse Mercedes Project One mata a gente de paixão avassaladora. Só que vão ser só 275 unidades produzidas, e todas já estão vendidas. Ainda assim, você pode ver o Fórmula 1 das ruas de 8 a 18 de novembro no Salão do Automóvel #BoaNoite #mercedes #mercedesbenz #projectone #saopaulo #sp #brasil #brazil #lifestyle #salaodoautomovel2018 #interlagos #f1 #formulaone #fast #speed #instadaily #legend

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Com isso, a Volkswagen vem se dando bem em quase todos os segmentos em que atua. A Saveiro, por exemplo, acabou recebendo também cabine dupla, como a Strada.

O Polo veio depois do Argo, e bem depois do líder Onix. A marca percebeu que não eram mais os modelos “pelados”, e sim os hatches mais bem equipados, como Onix e HB20, que estavam vendendo bem.


Aí, lançou o Polo, que é um hatch compacto muito superior, mas bebe na mesma fórmula de HB20 e Onix. O carro já foi lançado vendendo mais que o Argo, que chegou bem antes.

Além disso, quando lançou o Polo, a VW anunciou que esperava o carro na lista dos cinco mais vendidos do País. Desde o início do ano, o hatch lançado em novembro de 2017 está nesse grupo.

Tarok

Com uma fórmula inversa à da Fiat nos tempos de liderança, a Volkswagen é uma das marcas que mais crescem no Brasil. Enquanto a italiana lança tendência (Strada de três portas e Toro, por exemplo), a Volks aprimora o que vai bem.


O próximo lançamento vai ser o T-Cross, em maio. A marca não divulgou preço, mas promete que ele não ficará muito diferente da média do segmento de SUVs compactos.

 

VÍDEO: EM DETALHES, TAROK, T-CROSS E OUTROS DESTAQUES DO SALÃO


 

O T-Cross tem visual, tecnologia e motores para brigar com os líderes HR-V, Creta, Kicks e Renegade. Estamos falando de um volume entre 3 mil e 4 mil unidades por mês.


A Tarok também vem na cola de uma campeã, a Toro, que é uma das fundadoras do segmento de picapes intermediárias (junto com a Oroch) e a “dona” da categoria quando o assunto é emplacamento. As vendas médias do modelo da Fiat são de cerca de 4 mil unidades por mês.

E, como a Volkswagen não está para brincadeira, a Tarok vem em busca da liderança e de pelo menos metade desse volume – ou um pouco mais. Tirando, claro, participação da rival.

Segmento de sucesso

As picapes intermediárias são uma aposta certeira pois caíram no gosto do brasileiro. Elas custam menos que as picapes médias, mas oferecem caçamba bem semelhante, além de conforto superior (pois são feitas em base de carro de passeio).


Assim como a Toro divide base com Compass e Renegade, a Tarok dividirá com o T-Cross. Ela traz uma inovadora solução na carroceria (que pode formar assoalho único com a cabine, rebatendo-se os bancos de trás). Ou seja: Toro aprimorada. Afinal, quem chega depois tem de chegar melhor.

São modelos voltados ao público urbano, mas que também podem atender no trabalho. São quase carros de passeio com caçamba.

Quem quiser ser líder precisará ter um hatch compacto, um hatch compacto premium, um sedã compacto, um sedã compacto premium, um SUV, uma picape intermediária e uma picape média.  São esses os segmentos com volumes relevantes.


Até o fim de 2019, data prevista para a chegada da Tarok, a Volkswagen terá representantes em todos esses segmentos. E com grandes chances de brigar pela liderança em todos eles (talvez, só a Amarok, entre as picapes médias, não consiga cumprir essa missão, como já ocorre atualmente).

A marca vai lançar também um segundo SUV médio, além do Tiguan. Ele virá para concorrer com o campeão Jeep Compass.

E a Chevrolet?

A Chevrolet já tem um SUV, que é feito no México e não alcança volume de vendas muito altos (ocupa posições intermediárias no segmento). Agora, trabalha em uma versão brasileira de utilitário-esportivo compacto. O modelo, porém, chegará depois do T-Cross.


A marca também terá picape intermediária, mas é a perspectiva é que chegue depois da Tarok.

A verdade é que a Chevrolet é líder por causa da liderança disparada do Onix, que vende mais que segundo e terceiro colocados juntos. Nos demais segmentos, a marca não se destaca muito. E aí está a vantagem da Volkswagen. Essa briga promete ficar cada vez melhor.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.