Primeira Classe

Os SUVs compactos da turma do fundão

Quatro SUVs compactos brigam para entrar na zona intermediária do ranking de vendas

Rafaela Borges

06 de fev, 2019 · 7 minutos de leitura.

SUVs compactos Honda WR-V" >
Honda WR-V está na lista
Crédito: Foto: Felipe Rau/Estadão

Desde o ano passado, a briga no topo do ranking de vendas do segmento de SUVs compactos está boa. E, no primeiro mês de 2019, mostra que deverá continuar acirrada. Em janeiro, o Jeep Renegade foi o mais vendido, seguido, respectivamente, por Honda HR-V, Nissan Kicks e Hyundai Creta.

Ao olhar o lado oposto do ranking, percebe-se que há outra bela disputa sendo travada. Essa briga também ocorre entre quatro modelos. Trata-se dos SUVs compactos da turma do fundão. Eles concorrem para ver qual vai ser o próximo a sair da “zona de rebaixamento” e entrar na intermediária.

Nessa disputa estão o Caoa-Chery Tiggo2, o Peugeot 2008, o Citroën C4 Cactus e o Honda WR-V. Em janeiro, eles foram, respectivamente, 12º,11º, décimo e nono SUVs compactos mais vendidos do Brasil.

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O alvo desses quatro modelos são os compradores do Tracker. O Chevrolet foi, em janeiro, o último colocado da zona intermediária da tabela (veja o ranking no fim desta página). O SUV mexicano foi o oitavo mais vendido do segmento.

O Renault Duster apareceu em sétimo lugar, com o “irmão” Captur em sexto e o Ford EcoSport em quinto.


Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

GALERIA: Os carros mais vendidos no Brasil em janeiro

 


As boas chances dos SUVs compactos do fundão

Em minha opinião, C4 Cactus e Chery Tiggo 2 têm mais chances de sair da “turma do fundão” e ganhar posição entre os intermediários. Pode parecer estranho colocar o Chery feito em Jacareí (SP) nessa condição, já que ele foi o “lanterninha” de vendas do segmento em janeiro.

Porém, estamos falando de um utilitário-esportivo que cresceu mais de 1000% em vendas em 2018. Além disso, a Caoa-Chery, que surgiu após a compra da operação nacional da marca chinesa pela empresa brasileira, tem investido bastante na imagem do carro, que tem preço inicial de R$ 59.990, na versão com câmbio manual, e de R$ 66.990 na automática. São preços muito bons para o segmento.

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Também tem bons preços o C4 Cactus, que foi lançado no último trimestre do ano passado e, desde então, vem escalando o ranking. Tanto que o Citroën feito no Rio de Janeiro já é, dos quatro SUVs compactos do fundão, o com maiores chances matemáticas de abandonar essa zona.

O C4 Cactus com motor 1.6 de 122 cv parte de R$ 69.990 com câmbio manual e de R$ 81.990 com o automático. Já as versões THP, que combinam o 1.6 turbo de 173 cv ao câmbio automático de seis marchas, começa em R$ 95.490.


O fato de ser o mais potente do segmento aliado ao preço menor que o da maioria dos concorrentes podem depor a favor do C4 Cactus. Isso sem contar o fator novidade.

Chances menores

O WR-V já frequentou o pelotão intermediário. Em 2017, o Honda esteve entre a sexta e a sétima posições no ranking dos SUVs compactos mais vendidos.

Porém, o modelo feito em São Paulo foi perdendo apelo com os consumidores a partir de meados de 2018 e, consequentemente, posições no ranking de emplacamentos. Em um segmento cada vez mais competitivo, fica difícil imaginar uma reviravolta do WR-V. A não ser que a marca japonesa faça um reposicionamento do modelo.


No caso do 2008, o problema é a que falta uma opção com motor 1.6 turbo e câmbio automático. No Peugeot, esse propulsor só está disponível juntamente com a transmissão manual.

Pesa a favor o fato de o 2008 compartilhar a base do C4 Cactus, que traz essa combinação. Ou seja: hipoteticamente não seria complicado para a Peugeot resolver essa questão.

GALERIA: Carros com consumo de combustível absurdo

 


Os SUVs compactos mais vendidos em janeiro

1º Jeep Renegade – 4.783 unidades
2º Honda HR-V – 3.667
3º Nissan Kicks – 3.486
Hyundai Creta – 3.236
5º Ford EcoSport – 2.798
6º Renault Captur – 2.557
7º Renault Duster – 1.911
8º Chevrolet Tracker – 1.514
9º Citroën C4 Cactus – 1.016
10º Honda WR-V – 941
11º Peugeot 2008 – 706
12º Caoa-Chery Tiggo – 631

FONTE: FENABRAVE

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”