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Aceleramos o Haval H6, SUV híbrido plug-in que chega ao Brasil em 2023
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Aceleramos o Haval H6, SUV híbrido plug-in que chega ao Brasil em 2023

Primeiro lançamento da Great Wall no Brasil, SUV médio Haval H6 é híbrido plug-in com autonomia impressionante de 170 km em modo elétrico

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

28 de nov, 2022 · 8 minutos de leitura.

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GWM Haval H6
GMW lidera com o Haval H6 PHEV, BYD vem em seguida
Crédito:Vagner Aquino/Jornal do Carro

O primeiro passo da Great Wall Motors (GWM) no Brasil foi comprar a fábrica da Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP). Daí, dava para saber que viria coisa grande. Afinal, a marca chinesa – estreou oficialmente na última quarta-feira (23) – já tem cronograma de inauguração das primeiras 50 lojas espalhadas pelo País. Bem como a data de estreia do primeiro modelo por aqui: o SUV híbrido Haval H6, no primeiro semestre de 2023.



De início, o utilitário virá importado da China. Ainda não se sabe o preço, mas é esperado que tenha valor próximo de SUVs rivais de Jeep, Toyota e Volkswagen. Tal como apontam os executivos da marca, o valor deve ficar entre os híbridos Toyota Corolla Cross XRX (R$ R$ 208.390) e Toyota RAV4 (R$ 311.890). Ou seja, o Haval H6 custará cerca de R$ 250 mil.

Como é a mecânica?

O novato se destaca pelo conjunto mecânico híbrido plug-in, que pode ser recargado em rede elétrica. A composição é a seguinte: motor 1.5 turbo a gasolina embaixo do capô dianteiro e outros dois motores elétricos que ficam instalados um em cada eixo. Assim, tem tração integral. Há ainda um terceiro motor elétrico perto das rodas dianteiras, mas este funciona somente como gerador. O conjunto principal gera 393 cv de potência combinada.

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GWM Haval H6
Vagner Aquino/Jornal do Carro

Ainda na mecânica, a tecnologia PHEV P4, criada pela GWM para o Brasil, prioriza o modo elétrico. Dessa forma, ao contrário do padrão, é o motor a combustão quem auxilia os elétricos. Ou seja, o modelo consome a energia da bateria quase 100% do tempo. Salvo exceções. De acordo com a fabricante, a tecnologia permite que o motor a combustão tracione as rodas em situações que exigem pressão superior a 50% no pedal do acelerador. Como, por exemplo, em ultrapassagens.

GWM Haval H6
GWM/Divulgação

Entretanto, para que isso não aconteça, basta configurar o carro para o modo puramente elétrico. Ainda assim, caso o motorista ultrapasse a velocidade de 140 km/h (proibida nas estradas brasileiras), o motor a combustão passa a atuar automaticamente.

Duas marchas

Todo esse trabalho é feito por um câmbio diferente. A transmissão do Haval H6 tem só duas marchas atreladas ao motor a combustão. Uma para médias, outra para altas velocidades. O motor elétrico, por fim, como de praxe, usa marcha única com redução. Na prática, o baixo uso de gasolina garantiu excelentes médias de consumo ao SUV. De acordo com a GWM, o H6 faz 28,7 km/l na cidade e 25,3 km/l na estrada no ciclo brasileiro NBR.

Por falar em percorrer maiores distâncias, a bateria com capacidade de 34 kWh garante autonomia elevada de 170 km em modo puramente elétrico. Além disso, o carregamento em corrente rápida (DC) leva pouco mais de 20 minutos para recuperar de 30% a 80% da carga. Já em corrente lenta (AC), o tempo sobe para 10 horas, no caso da recarga total.


GWM
GWM/Divulgação

Test-drive

Para entender o comportamento do Haval H6 na prática, a marca elaborou um breve test-drive com o modelo para a imprensa especializada. Basicamente, uma volta no aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ), onde a velocidade máxima é de 90 km/h. Um trecho bastante curto, mas suficiente para entender que o SUV quer impressionar os brasileiros.

O percurso foi realizado apenas com o uso do motor elétrico. Ou seja, a esperteza do torque imediato em 100% do tempo chama a atenção no desempenho. Além de não emitir gases poluentes, o SUV não faz barulho, apenas um leve zumbido nas acelerações.


Embora a marca diga que alguns detalhes mecânicos, como ajuste de direção e suspensão, por exemplo, ainda precisam ser calibrados pela engenharia no Brasil, não dá para reclamar. O SUV se mantém “nas mãos”. Só poderia “rolar” um pouquinho menos em curvas. Mas a fabricante admite que este ainda não é o modelo que chegará às mãos do consumidor. “Haverá ajustes”, afirmam os executivos. O isolamento acústico e o acabamento, entretanto, são bons.

GWM Haval H6
Divulgação/Great Wall

E não é só. A GWM também modificou detalhes estéticos para o gosto do brasileiro. Uma das ações foi o “delete crome”. A ação é conhecida por escurecer os detalhes cromados do veículo. Ou seja, diversos frisos espalhados pela carroceria foram pintados em preto brilhante. Destaque para as rodas, também exclusivas para o Brasil, com 19 polegadas.


GWM Haval H6
Vagner Aquino/Jornal do Carro

Itens

A lista de equipamentos do Haval H6 é bem ampla. Tem central multimídia com tela de 12,3″ e espelhamento sem fio com Apple CarPlay e Android Auto. Além disso, o veículo receberá atualizações remotas “pelo ar” (via sistema OTA, sigla de “over the air”).

O utilitário também aposta em algumas tecnologias de ponta. Há, por exemplo, câmera de reconhecimento facial, Head-Up display (projeta dados no para-brisas), sistema de condução semiautônoma de nível 2 e internet 5G. Outros recursos de série são o controle de cruzeiro adaptativo com frenagem automática de emergência (e detector de pedestres e ciclistas), e o monitor de ponto cego. Exceto o teto solar, tudo virá de fábrica.


*O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da GWM.

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Prós

  • SUV é híbrido plug-in com autonomia de até 170 km em modo puramente elétrico, a maior disponível no País; acabamento interno é caprichado e há amplo espaço na cabine

Contras

  • Embora a GWM prometa outros ajustes, Haval H6 ainda deixa a desejar no trabalho das suspensões, que poderiam ser mais firmes; SUV ainda não tem preço definido, mas não será barato

Ficha Técnica

GWM Haval H6

Motor

1.5, 16V, turbo, a gaoslina + 2 motores elétricos (um dianteiro e um traseiro)

Potência

393 cv (combinada)

Torque

Não divulgado

Câmbio

Sistema DHT: duas marchas com embreagem (motor a combustão); uma marcha com redução (motores elétricos)

Consumo

28,7 km/l (C); 25,3 km/l (E)

Autonomia

170 km (elétrico)

Autonomia total

Não divulgada

Capacidade nominal da bateria

34 kWh

Comprimento

4,68 m

Largura

1,89 m

Altura

1,73 m

Entre-eixos

2,74 m

Tanque de combustível

55 litros

Rodas e pneus

235/55 R19

Porta-malas

560 litros

Peso (ordem de marcha)

2.040 kg

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.