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Carros mais roubados: VW Gol é o favorito, EcoSport lidera SUVs
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Carros mais roubados: VW Gol é o favorito, EcoSport lidera SUVs

Em alta desde o início da pandemia, roubos e furtos de carros em São Paulo ultrapassaram 12 mil casos no 1º bimestre de 2022; veja o top 10

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

19 de abr, 2022 · 9 minutos de leitura.

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Volkswagen gol sair de linha
CEO afirma que volta do Gol é falsa
Crédito:Volkswagen/Divulgação

Você estaciona na frente de casa, ou em uma rua próxima a um comércio. E quando volta, cadê o carro? Em outros casos, o motorista para no semáforo e é abordado por criminosos armados que, em questão de segundos, levam o veículo embora sem deixar qualquer chance de defesa. Estes são alguns exemplos de furtos e roubos muito comuns de carros, que voltam a assustar os paulistas, aproximando-se, assim, dos patamares de pré-pandemia. No topo da lista, mais uma vez, está o Volkswagen Gol.

De acordo com levantamento da Ituran, empresa especialista em monitoramento veicular, foram 12.921 roubos e furtos de carros em São Paulo no 1º bimestre deste ano. Os números são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). Eles apontam que, no acumulado de janeiro e fevereiro, os roubos correspondem a 23,48%, enquanto os 76,52% restantes são furtos.

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Chevrolet Onix de 1ª geração é o segundo carro mais visado pelos bandidos (GM/Divulgação)

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Para se ter ideia, no mesmo período de 2021, quando o País viveu o auge da pandemia, o número registrado de roubos e furtos de veículos ficou em 11.387 unidades no território paulista. “A restrição de circulação de pessoas fez com que os números diminuíssem, mas agora, mesmo com a população parcialmente em home office, temos índices retornando aos mesmos níveis (do período pré-pandemia)”, alerta Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran-Brasil.

Apesar dos índices maiores ou menores de roubos e furtos, o Volkswagen Gol é sempre o mais visado. Em síntese, o modelo segue na liderança como o modelo preferido dos bandidos tanto em 2021 quanto em 2022. Em números, foram, respectivamente, 980 e 1.014 crimes envolvendo carros.

Por que o Gol é o mais visado?

Questionado pelo Jornal do Carro sobre o motivo de o Gol aparecer sempre no topo da lista de carros mais roubados, Boutti aponta que “além de ser o modelo mais vendido do País (foi o veículo mais emplacado do Brasil por 27 anos consecutivos), o hatch da Volks é um dos modelos que tiveram mais versões comercializadas até hoje”, afirma. Por isso, “esses números acumulam”, explica.


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PIXABAY

Cabe relembrar, contudo, que esse dado explica o motivo do preço alto do seguro do popular da VW. Afinal, o índice dos veículos mais roubados do Brasil serve como parâmetro para as seguradoras de veículos. Ou seja, na maioria das vezes, quanto mais roubado, mais cara fica a apólice. “Em janeiro de 2020, quando troquei meu (Chevrolet) Classic pelo (Volkswagen) Gol levei um susto com o preço do seguro. Foi um salto de aproximadamente 200%. Ambos eram do mesmo ano (2011), mas é impressionante como o carro visado mexe do bolso do segurado”, explica o motorista José Fernandes de Souza.

Por outro lado, o mercado reserva boas surpresas para alguns clientes. De acordo com a analista comercial, Juliana Souza, que acabou de trocar um Ford Ka (2020/2021) por um Chevrolet Onix 2022/2023, o seguro ficou “absurdamente mais barato”, comemora. “Eu cotei (o seguro) antes de fechar a compra e o valor inicial ficou em R$ 1.730,71, enquanto o (valor do) Ka seria de R$ 3.645,76”, revela.


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Chevrolet/Divulgação

Nesse sentido, Juliana economizou, mesmo adquirindo um veículo mais visado. Entretanto, cabe lembrar que, de acordo com as seguradoras, os valores das apólices são bastante relativos por causa dos variados perfis de clientes.

Top 10 tem 80% de hatches

Pela tabela que mostra os dez veículos com maiores índices de roubos e furtos em 2022 (confira abaixo), 8 deles são hatches. A justificativa segue a linha do Gol. Afinal, quanto mais unidades em circulação, maior a demanda no mercado clandestino, o que, consequentemente, aumenta a atração dos bandidos.


Ranking de roubo/furto de veículos registrados pela Ituran com base na lista da SSP-SP:

1) VW Gol – 1.014
2) Chevrolet Onix – 811
3) Fiat Uno – 762
4) Fiat Palio – 572
5) Chevrolet Corsa – 534
6) Hyundai HB20 – 495
7) Ford Ka – 456
8) VW Fox – 367
9) Chevrolet Prisma – 261
10) Toyota Hilux – 260

De acordo com a SSP-SP, o dia da semana em que mais há registros de roubos é a quinta-feira. Em relação a períodos, a noite é a preferida dos ladrões, seguida por manhã, tarde e madrugada.


Já em relação a idade média dos veículos, os meliantes preferem modelos com mais de 10 anos de vida útil. Dos 12.921 casos de janeiro e fevereiro, portanto, 5.328 registros foram de carros neste perfil. Na sequência vêm: entre 5 e 10 anos (4.323), 2 a 5 anos (2.504) e, os exemplares novos – de até 2 anos – tiveram, por fim, 636 boletins registrados. A diferença de 130 unidades consiste em casos não informados.

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Ford/Divulgação

Nos SUVs, EcoSport lidera casos de sinistros

O índice aponta que, embora não estejam no top 10, os SUVs têm registrado cada vez mais números de furto e roubo em São Paulo. Dentre os 10 primeiros modelos da lista (veja abaixo), destaque para o Ford EcoSport, que aparece com 125 casos no primeiro bimestre do ano. E teve dobradinha, afinal, o utilitário esteve no topo do ranking também em 2021, com 130 sinistros.


Gol
Honda/Divulgação

Na lista deste ano, o Honda HR-V é segundo modelo do índice de roubos e furtos, com 112 unidades. Na sequência, vem o Jeep Renegade, que fecha o pódio com seus 89 casos.

Ranking de roubo/furto de SUVs registrados pela Ituran com base na lista da SSP-SP:


1) Ford EcoSport – 125
2) Honda HR-V – 112
3) Jeep Renegade – 89
4) Volkswagen T-Cross – 84
5) Hyundai Creta – 80
6) Hyundai Tucson – 76
7) Jeep Compass – 61
8) Renault Duster – 60
9) Nissan Kicks – 50
10) Volkswagen Nivus – 40

“Os SUVs têm caído no gosto dos brasileiros. E quando temos um alto número de determinados veículos em circulação, aliado a fatores como necessidade de reposição de peças, recessão da economia (do País), falta de componentes e envelhecimento da frota, acaba que o mercado paralelo de peças fica aquecido e, assim, há necessidade de reposição dos estoques nos desmanches ilegais. Por isso, os números de roubos e furtos da categoria sobem mês a mês”, finaliza Boutti.

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