Em celebração aos 45 anos da fábrica em Betim, a Fiat revelou o balanço semestral de vendas em 2021, o que foi um segundo motivo para comemorar. A montadora cresceu 105% no 1º semestre em relação ao mesmo período de 2020. Assim, a Fiat prepara agora o aguardado lançamento do SUV Pulse. E, para 2022, a marca confirmou o lançamento do seu 2º SUV nacional, que nascerá da base do sedã Cronos.
O novo modelo será inspirado no conceito Fastback, que foi exibido no último Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018. Assim, o protótipo foi a grande atração da marca italiana na feira daquele ano. Chamado internamente de “Progetto 376”, o novo SUV será um pouco maior que o Pulse e terá traseira com estilo cupê, tal como o Volkswagen Nivus, que será um de seus rivais diretos ao lado do T-Cross.
Nova Plataforma MLA
Antes de revelar o nome do SUV Pulse, que foi escolhido por voto popular, a Fiat apresentou a nova plataforma MLA. Embora tenha parentesco com a arquitetura MP1 do Argo e do Cronos, a nova base é bem mais moderna, feita com aços e alta e ultra resistências, além de poder receber as novas tecnologias de assistência à condução, bem como receber uma possível eletrificação. Esta será a base dos próximos carros da marca.
Estratégia para seguir líder
De acordo com o balanço da Fenabrave, foram 223.775 veículos comercializados pela Fiat desde o começo do ano. Líder entre as montadoras, esse número representa uma participação de 22,2% no mercado. Realidade bem diferente de junho de 2019, quando a marca contava com somente 13,73% de markeshare no 1º semestre.
Em junho, com Strada, Argo, Mobi, Toro e Cronos entre os 10 mais vendidos, a participação da italiana chegou aos 26,2%, uma performance recorde da montadora, de acordo com Herlander Zola, diretor do Brand Fiat América do Sul e Operações Comerciais Brasil. Zola atribui o ótimo momento à modernização da marca e à renovação dos produtos.
Dependência da Strada?
Cabe ressaltar, no entanto, que cerca de 45% das vendas da Fiat está nos comerciais leves, com Toro, Strada e Fiorino — trio que responde por 54% do segmento. Entre os automóveis, a disputa pela liderança fica mais apertada. Enquanto o Hyundai HB20 foi o carro mais vendido do semestre, o Argo liderou em junho.
Zola considera saudável tal dependência no segmento das picapes, bem como importante que duas picapes consigam performar assim.
Contudo, o diretor da Fiat projeta uma diminuição percentual na venda de comerciais leves frente a de automóveis na Fiat. Ele acredita que, com a introdução do novo SUV Pulse, assim como a atualização de seus modelos com os novos motores turbinados, a procura por carros da marca aumentará perante a busca por comerciais leves.
Dois novos SUVs e um carro elétrico
Para o 2º semestre, a Fiat importará o 500e, versão elétrica do icônico compacto. O hatch, no entanto, deve superar os R$ 200 mil. Ainda sim, a marca o considera relevante para a estratégia de eletrificação no Brasil. Além disso, o presidente da Stellantis América Latina, Antonio Filosa, confirmou que, além do Pulse, a marca produzirá um segundo SUV para 2022. Ainda sem nome, o Progetto 376 já foi fotografado em testes no Brasil e será maior do que o irmão compacto.
Inspirado no conceito Fastback, ele promete ter um visual inédito na traseira, com uma caída de teto semelhante a de um carro cupê. Alusão que deixará o seu design mais esportivo. O SUV também deverá herdar uma série de elementos visuais e equipamentos da Toro. Isso inclui o novo motor 1.3 turbo T270 de 185 cv de potência e 27,5 mkgf de torque.
A Fiat não estima o período em que o modelo chegará às lojas, mas a estreia deve acontecer no 2º semestre do ano que vem. Ou seja, no mínimo um ano após o Pulse chegar nas concessionárias. Tudo dependerá, também, de como a montadora de Betim lidará com a escassez de semicondutores nas linhas de produção.
Falta de componentes
Embora seja discreta em relação à operação da fábrica em Betim, a Fiat também precisou limitar sua produção por causa da falta de chips. Sem especificar quando e por quanto tempo ficou inativa, a fabricante revelou que precisou interromper a linha de produção em Betim por alguns momentos e, em outros, precisou parar os turnos.
Como consequência, a entrega da Strada está levando até 120 dias. Já a Toro, em especial na versão Ranch, pode levar até 90 dias para chegar ao cliente. Seja como for, o tempo de entrega dos modelos está levando, em média, entre 25 a 30 dias.