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Freio-motor é uma mão na roda
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Freio-motor é uma mão na roda

Utilizar o recurso aumenta a segurança em descidas e proporciona economia de combustível

20 de mai, 2015 · 6 minutos de leitura.

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 Freio-motor é uma mão na roda
Em descidas fortes, a marcha reduzida oferece resistência à força da gravidade

À primeira vista, parece um contrassenso. O motor, que foi criado para impulsionar o veículo, às vezes trabalha como auxiliar nas frenagens. Mas não se trata de desvio de função. É apenas mais uma habilidade desse trabalhador multitarefa. Em descidas, quando a lei da gravidade se encarrega de movimentar o carro, o propulsor pode (e deve) funcionar como freio. É o tal do freio-motor que entra em ação.

De acordo com o proprietário da Auto Mecânica Scopino, Pedro Luiz Scopino, nessa condição há uma inversão de funcionamento: em retas e subidas, o motor é responsável por fazer as rodas girarem. Em descidas, são as rodas que fazem o propulsor funcionar – como ele oferece resistência a esse movimento, a velocidade do veículo é reduzida.

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Há várias vantagens. A principal é o aumento da segurança. Como o motorista precisa pisar menos no pedal do freio, há menor desgaste de peças como discos, pastilhas e lonas.O resultado imediato é o menor aquecimento do sistema. Se superaquecer, haverá perda de eficiência na frenagem.

Ha ainda o fator economia. Enquanto o propulsor funciona para diminuir a velocidade do carro, não se gasta nem uma gota de combustível. Isso porque, embora os cilindros estejam funcionando, os bicos injetores permanecem fechados durante o processo.

A velocidade cai porque a compressão do propulsor dificulta a movimentação das rodas. “É como se uma bola estivesse se enchendo de ar”, compara Scopino.


Nesse caso, as rodas funcionam como se fossem uma bomba, “soprando” ar para dentro dos cilindros. Quanto mais cheios, maior será a resistência oferecida pelo motor.

Para que o processo ocorra de forma eficiente, é necessário engrenar uma marcha mais reduzida em declives, tanto em veículos com câmbio manual quanto nos automáticos. O aumento de rotação do propulsor indica que ele está atuando como freio.

Assim, em vez de descer em quinta marcha, deve-se selecionar a quarta ou a terceira, dependendo do grau de inclinação da via onde o carro estiver.


Mesmo os modelos com transmissão automática – em especial os mais antigos – requerem intervenção do motorista. O ideal é mover a haste da posição “D”, de drive (dirigir) e selecionar a “3” ou “2” , dependendo do caso, para segurar o veículo.

Adeus à banguela

Até alguns anos atrás, era comum os motoristas buscarem economizar combustível utilizando a “banguela”, nome que se dava quando o veículo descia uma rampa com o câmbio em “Neutro”. Segundo Scopino, o termo se tornou conhecido porque não havia conexão entre as rodas e os dentes de engrenagem das marchas – era uma descida “sem dentes”.


Quando os carros tinham carburador, isso resultava em alguma economia de combustível, porque o motor permanecia em marcha lenta, mas à custa de desgaste excessivo de freios e risco de acidentes – em descidas, pode-se perder totalmente a capacidade de frear.

Com a chegada da injeção eletrônica, não há contraindicação. Não importa se o motor for a diesel, GNV ou flexível, o importante é deixá-lo trabalhar também na descida. Faz parte das tarefas dele.


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