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JC 40 Anos: os fatos que marcaram importantes transformações no País
História

JC 40 Anos: os fatos que marcaram importantes transformações no País

Relembre 40 acontecimentos que mudaram o panorama da indústria no Brasil e colocaram o Brasil entre os maiores mercados de veículos no mundo

Hairton Ponciano Voz

31 de ago, 2022 · 14 minutos de leitura.

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Jornal do Carro JC 40 Anos
Jornal do Carro acompanhou a despedida para VW Fusca, no fim dos anos 1980, e o retorno do ícone da VW em 1993
Crédito:Acervo/Estadão

Há 40 anos, Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen dividiam um mercado interno de pouco mais de 600 mil veículos por ano no Brasil. As importações estavam proibidas, a inflação corroía o poder de compra e os carros estavam atrasados tecnologicamente. Desde então, o Jornal do Carro (JC), que surgiu como um caderno impresso, acompanhou todos os planos econômicos que buscavam conter o processo inflacionário. E que, portanto, sempre atingiam os automóveis, como na reabertura dos portos aos importados, a introdução de novas tecnologias, na chegada de várias fabricantes ao País.

Relembre alguns dos principais momentos dessas quatro décadas, passando por congelamentos de preços, ágio, o fim do Fusca, em 1986 – e seu retorno, em 1993 –, a implantação do programa que criou o “carro popular”, bem como o crescimento do mercado e o aumento da competição no setor até a introdução de tecnologias pioneiras no mundo, como o sistema híbrido flexível.

Jornal do Carro JC 40 Anos
Acervo/Estadão

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Confira 40 fatos marcantes desde a criação do JC

Anos 1980

ESTREIA – Nasce o Jornal do Carro, em 4 de agosto de 1982. A indústria nacional era composta por quatro montadoras – Volkswagen, Ford, General Motors e Fiat –, que, naquele ano, venderam 641.992 veículos.

PRIMEIRO PRÊMIO – Em 1982, o JC ganha, assim, o Prêmio Chico Landi de Jornalismo. A reportagem “Por que é tão caro o carro mais barato do mundo”, de Marcos Garcia de Oliveira, mostrava o peso da carga tributária no País.

EDIÇÃO SEMANAL – Ao completar dois anos, em 15 de agosto de 1986, o JC passa a circular semanalmente.


TABELAMENTO – O Plano Cruzado entrou em vigor em fevereiro de 1986 e, então, congelou os preços dos veículos. A medida não surtiu o efeito desejado e resultou em ágio.

DE OLHO NA POLUIÇÃO – Em junho do mesmo ano, o Conselho Nacional do Meio Ambiente publicou a Resolução nº 18. Era o início do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve.

ADEUS AO BESOURO – O Fusca sai de linha e ganha uma capa especial do Jornal da Tarde, em 13 de agosto 1987.


SURGE A AUTOLATINAVW e Ford se unem, em 1987, para reduzir custos por meio de sinergia entre produtos. É o caso, por exemplo, de Santana/Versailles e Apolo/Verona.

JC 4 EM 1 – Em 19 de agosto de 1988 começa a circular a edição com quatro cadernos independentes: Carro, Moto, Mercado e Serviço.

AVANÇO TECNOLÓGICO – Em 1988, a VW leva o Gol GTi, primeiro carro nacional com injeção eletrônica, ao Salão do Automóvel. O esportivo chegou às lojas no ano seguinte.


Jornal do Carro JC 40 Anos
Acervo/Estadão

Anos 1990

PLANO COLLOR – Para tentar controlar a hiperinflação, em 1990 o Plano Collor confiscou o dinheiro das contas, que ficaram só com Cr$ 50 mil. Surgiram boatos de gente vendendo carros por valores irrisórios. O JC mostrou que a história era falsa e encontrou apenas um Fiat 147 em péssimo estado, por Cr$ 56 mil.

PRIMEIRO IMPORTADO – Após 24 anos com portos fechados, em 1990 as importações são liberadas. O JC avaliou, com exclusividade, o primeiro importado a chegar ao País, um BMW 520i. O sedã tinha câmbio automático, freios ABS e motor 2.0 de 95 cv.


A ESTREIA DO CATALISADOR – Em 1991, o VW Santana torna-se o primeiro carro nacional com catalisador e ABS.

POPULAR – O governo federal lança, em 1993, o programa que cria o, então, carro “popular”. Surgem modelos com motor 1.0 e acabamento espartano.

BESOURO RESSUSCITA – Incentivada pelo presidente Itamar Franco, a VW retoma a produção do Fusca em 1993. Dessa forma, JC faz uma edição especial com o título “De volta ao passado”.


SHOW DO MILHÃO – Graças ao programa do “carro popular”, em 1993, pela primeira vez, as vendas superam 1 milhão de autos e comerciais leves.

TURBO DE FÁBRICA – Em março de 1994, a capa do JC trazia um Uno vermelho, o primeiro turbo nacional de fábrica.

PRECISÃO – O JC passa a fazer testes no Campo de Provas da Cruz Alta, da GM, em 1994. Um Mercedes-Benz C280 estreou, dessa forma, o sistema eletrônico.


BOLSAS QUE SALVAM – Fiat e GM disputaram o pioneirismo do airbag nos nacionais, em 1996. Com bolsa para motorista, o Tipo veio antes. O Vectra chegou depois, mas com o item também para o carona.

Era das “newcomers”

MAIS FÁBRICAS – Novas empresas começam a produzir no País. A primeira foi a Honda, que, em 1997, inaugura a planta de Sumaré (SP) para, então, fazer o Civic nacional.

RENAULT PARANAENSE – Em 1998, a Scénic estreia a linha de produção da Renault, em São José dos Pinhais (PR).


L200 GOIANA – A Mitsubishi passa a fazer, em 1998, a picape L200 em Catalão (GO).

COROLLA PAULISTA – A Toyota inicia a produção do Corolla em Indaiatuba (SP).

DAKOTA PARANAENSE – A Chrysler lança a picape Dakota feita em Campo Largo (PR).


DEFENDER PAULISTA – Em São Bernardo do Campo (SP) a Land Rover passa a montar o Defender.

A3 E GOLF PARANAENSES – Em 1999, o Grupo VW inaugura a fábrica de São José dos Pinhais (PR) e, assim, passa a fazer o VW Golf e o Audi A3.

CLASSE A MINEIRO – Em Juiz de Fora (MG), a Mercedes-Benz começa a montar o Classe A.


Jornal do Carro
JORNAL DO CARRO/ESTADÃO

Novo Século

O novo século trouxe mudanças importantes para o setor de veículos em todo o planeta, bem como no Brasil.

PEUGEOT E CITROËN VIRAM FLUMINENSES – Em 2001, o grupo francês PSA inaugura uma fábrica para produzir veículos da Peugeot e da Citroën em Porto Real, na região sul do Rio de Janeiro. De início, da linha de montagem saíam o hatch Peugeot 206 e a minivan Citroën Xsara Picasso.


FRONTIER PARANAENSE – A Nissan passa a produzir a picape Frontier na mesma fábrica da Renault, em 2002. A novidade foi, portanto, um dos primeiros frutos da união da marca francesa com a japonesa, iniciada em 1999. Anos depois, a Nissan teria sua planta própria no País, no Rio de Janeiro, bem perto da fábrica do Grupo PSA.

A revolução da tecnologia flex

MOTORES FLEXÍVEIS – Uma das mais importantes inovações tecnológicas do setor de veículos foi lançada em 2003: os motores flexíveis. O VW Gol Total Flex foi, então, o pioneiro a permitir a utilização de gasolina, etanol e/ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção. A tecnologia, que também ajuda a reduzir as emissões, em seguida seria adotada pela maioria das marcas no País.

CAOA EM GOIÁS – O Grupo Caoa, fundado pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, inaugura sua fábrica em Anápolis (GO) em 2007. A planta fazia, inicialmente, os Hyundai Tucson (SUV) e HR.


RECORDE DE VENDAS – Pele primeira vez na história, em 2007 as vendas de automóveis e comerciais leves superam as 2 milhões de unidades no mercado brasileiro. Naquele ano, foram registrados 2.341.223 emplacamentos.

VENDAS DE 3 MILHÕES – Como resultado do aumento da produção e da estabilidade econômica, em 2009 o País rompe a barreira de 3 milhões de emplacamentos, com 3.008.867 unidades. No mesmo ano, Chery anunciou que traria o SUV Tiggo do Uruguai.

Jornal do Carro
JOSE PATRÍCIO/AE

Anos 2010

HYUNDAI PAULISTA – Em 2012, a Hyundai inicia as operações de sua fábrica em Piracicaba, no interior paulista (à dir.), para produzir o hatch HB20, inédito no Brasil. Mas a importação de veículos da marca continua a cargo do Grupo Caoa.

SÉRIE 3 CATARINENSE – A BMW inaugura a planta de Araquari (SC), em 2014. Com isso, o sedã Série 3 e o SUV X1, que vinham da Alemanha, passam, assim, a ser brasileiros.

MARCH FLUMINENSE – No mesmo ano, a Nissan inicia a produção nacional do March. O hatch inaugurou a nova fábrica da empresa em Resende (RJ), que fica a 17 km da linha de montagem da PSA. 


CELER PAULISTA – Também em 2014, a Chery inaugura sua fábrica em Jacareí (SP), a primeira fora da China. Com isso, a até então importadora inicia a produção da linha Celer no Brasil. Porém, as vendas nunca decolaram. Para salvar o negócio, em 2017 a marca vende parte da operação para o Grupo Caoa, o que criou a Caoa Chery, empresa que chegou a figurar entre as dez mais emplacadas do País.

Brasil vira polo de produção global

RENEGADE PERNAMBUCANO – A FCA (Fiat Chrysler Automóveis) inaugura a fábrica de Goiana (PE), em 2015, para produzir o Jeep Renegade. Mais tarde, a planta passaria a fazer a Fiat Toro e os Jeep Compass e Commander.

DEFENDER FLUMINENSE – Em 2016, a Jaguar Land Rover inaugura a fábrica de Itatiaia (RJ). E passa a montar o Land Rover Discovery Sport no Brasil.


CLASSE C PAULISTA – No mesmo ano, a Mercedes-Benz inaugura a fábrica de Iracemápolis (SP) para fazer o sedã Classe C e o SUV GLA. A linha funcionou até 2020. Em 2021, a planta foi vendida à chinesa Great Wall Motors.

INÉDITO HÍBRIDO FLEXÍVEL – A Toyota lança, em 2019, o primeiro veículo híbrido flexível do mundo, o Corolla. Com isso, dá início a uma nova fase tecnológica no País, que, em breve, contará com várias outras marcas.




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