Você está lendo...
Novato Fiat Argo encara líder de vendas Chevrolet Onix
Comparativo

Novato Fiat Argo encara líder de vendas Chevrolet Onix

Versões intermediárias com câmbio manual se encaram em duelo de custo e benefício acirrados

Hairton Ponciano Voz

19 de jul, 2017 · 7 minutos de leitura.

Publicidade

Fiat Argo Drive 1.3 x Chevrolet Onix LTZ 1.4 - Foto: Gabriela Bilo/Estadão
Crédito:

Durante o lançamento do Argo, no final de maio, a Fiat não escondeu que seu novo hatch vinha para encarar Onix e Hyundai HB20. Pois a hora chegou, e a gente promove o encontro. Neste comparativo, o Argo Drive 1.3 (R$ 53.900) desafia o bicampeão nacional de vendas, o hatch Chevrolet – na versão LTZ 1.4 (R$ 56.650).

A novidade larga na frente por causa do preço, e acaba levando a melhor por ser mais moderna, econômica, potente e tecnológica – além de ter seguro mais em conta. O Argo traz de série itens que o Onix não tem nem como opcionais, como sistema start-stop e dispositivo Isofix para fixação de cadeirinha infantil.

O Chevrolet, por sua vez, contra-ataca com câmbio manual de seis marchas (cinco no Argo). Além disso, vem com rodas de liga aro 15, faróis de neblina, sensor de obstáculo na traseira e comandos elétricos para espelhos e janelas traseiras. Todos esses itens são opcionais no Argo. Completo, o Fiat chega a R$ 58.200.

Publicidade


Em comum, ambos oferecem central multimídia com tela de sete polegadas, compatível com espelhamento de smartphones (Android e Apple), direção elétrica e monitoramento de pressão dos pneus, entre outros equipamentos.

Vistos de fora, os dois ostentam visual moderno. Isso é praticamente uma obrigação para quem acabou de chegar (caso do Argo), mas o Onix não faz feio. A reestilização pela qual o modelo passou, há um ano, atualizou a aparência, especialmente na frente.

Por dentro, o Fiat é o que recebe melhor o motorista. O visual do painel é bem mais atraente, com monitor central na mesma linha horizontal do quadro de instrumentos. Isso facilita a visualização e a segurança, porque o motorista não precisa baixar a vista para acessar os comandos na tela sensível ao toque, como no Onix.


O quadro de instrumentos do Fiat também é melhor. No Onix, o mostrador minimalista causou boa impressão na época do lançamento do carro, em 2012, mas o fator novidade já passou. Tem somente computador de bordo, enquanto o Argo 1.3 traz um display entre o conta-giros e o velocímetro que oferece diversas informações adicionais, como, por exemplo, tensão da bateria e horas de funcionamento do motor.

Os dois têm comando de som no volante, assim como ajuste de altura na coluna de direção e no banco do motorista. Achar a melhor posição é bem mais fácil no Argo, porque no Onix o comando rotativo de altura do assento não é prático. O Fiat tem custo das três primeiras revisões um pouco mais baixo.

Argo tem motor menor, porém mais potente


O Argo compensa o motor um pouco menor (1.3, diante do 1.4 do Onix) com mais tecnologia. Embora os dois tenham somente oito válvulas e comando único, no propulsor da nova família Firefly da Fiat o comando é variável, o que resulta em melhoria tanto no consumo quanto no rendimento.

Com etanol, o Argo tem 109 cv e faz média de 9,2 km/l na cidade, ante os 8,6 km/l do Onix (106 cv). O torque do Fiat também é superior, e é entregue em rotação mais baixa: 14,2 mkgf a 3.500 rpm, contra 13,9 mkgf a 4.800 giros no Onix (ambos com combustível renovável).

Os dois mostram boa agilidade na cidade, e mesmo na estrada nenhum decepciona (a sexta marcha reduz o nível de ruído do Onix). Ambos têm direção elétrica bem calibrada, mas a do Argo mostrou-se mais direta e “comunicativa” (passa melhor as informações do piso). Já a suspensão do Onix continua a ser referência: isola bem as imperfeições do piso, trabalha silenciosamente e garante boa estabilidade.


O Fiat comporta-se bem nas curvas, mas a carroceria balança um pouco mais que a do rival, revelando acerto um pouco mais macio.

Opinião
Hora de se mexer
Hairton Ponciano

O Onix chegou há cinco anos sacudindo paradigmas: trazia para a categoria dos compactos algo inédito, um sistema multimídia (MyLink), equipamento que só se via em carros bem mais caros. Mais tarde, acrescentou a ele o dispositivo OnStar, de auxílio remoto. O Onix também representou um salto em termos de dirigibilidade, quando comparado aos antigos modelos da Chevrolet, como Celta e Corsa. E foi o pontapé inicial da renovação de linha da empresa, tanto que depois dele veio o restante da família (sua plataforma é a mesma de Prisma, Cobalt, Spin e Tracker). Não é à toa que ele tem se mantido como o mais vendido do País nos últimos dois anos. E também não é por acaso que a Fiat se inspirou nele e no Hyundai HB20 para fazer o Argo. Conseguiu. Mas agora é hora de o Onix voltar a se mexer, até porque, embora continue com a aprovação do público, no teste de colisão do Latin NCAP ele tirou nota zero. Se parar…


Deixe sua opinião