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Peugeot 2008: automático e turbo é bom, mas chegou tarde demais
Avaliação

Peugeot 2008: automático e turbo é bom, mas chegou tarde demais

Versão mais esperada chega tarde, antes da mudança de geração, mas aposta no custo-benefício

José Antonio Leme

01 de jan, 2020 · 8 minutos de leitura.

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peugeot 2008
PEUGEOT 2008 2020 COM 1.6 TURBO E CÂMBIO AUTOMÁTICO
Crédito:PEUGEOT/DIVULGAÇÃO

O Peugeot 2008 foi lançado como modelo 2015 e demorou quatro anos para ter a configuração ideal no mercado. Só neste ano chegou às lojas a versão de topo, Griffe, equipada com motor 1.6 turbo associado ao câmbio automático de seis marchas.

A versão montada em Porto Real (RJ) parte de R$ 99.990, uma boa jogada para tentar reduzir o prejuízo de quatro anos no atraso da configuração ideal. O modelo era oferecido com motor 1.6 aspirado de até 118 cv com o câmbio automático ou o turbo apenas na versão manual até então.

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Peugeot 2008: novidades

Na linha 2020, o câmbio manual foi abolido para as duas motorizações. Para o 1.6 turbo, além da nova transmissão, há o sistema Grip Control, que permite mudar a resposta conforme o tipo de piso. O pênalti desse sistema é que ele não traz nenhuma indicação no painel de qual a opção escolhida. É preciso tirar os olhos da pista para olhar no seletor giratório que fica no console central.

Outra novidade é a leve reestilização na dianteira. Ele ganhou faróis com chanfros, nova grade e para-choque – diferente da reestilização europeia. As molduras para os faróis de neblina são maiores e o para-choque tem um ressalto nas extremidades. Para as caixas de roda há ainda um aplique plástico, ao estilo dos carros aventureiros.

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Essa reestilização é diferente da que foi produzida na Europa, dois anos antes. As mudanças, segundo a Peugeot, foram pensadas para o público brasileiro. Apesar disso, leva até um tempo para garantir que há diferenças para os mais distraídos. Essa “cirurgia plástica” foi produzida para dar um fôlego ao 2008 no mercado até a chegada da nova geração, apresentada em junho de 2019 na Europa.

Itens de série

Na versão Griffe há seis air bags, ar-condicionado digital com duas zonas, trio e direção elétrica, controle de velocidade de cruzeiro e teto panorâmico. Ela oferece ainda sensores de luz, chuva e ré. Por fim, exclusivos da versão Griffe THP (Turbo) há faróis de neblina com função curva e acabamento em preto brilhante (black piano) no interior.

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Motor 1.6 turbo dá mais vida a boa dirigibilidade

O que era bom continua sendo um dos pontos positivos do Peugeot 2008, mas agora com uma pimentinha. A dirigibilidade com uma tocada mais esportiva foi ressaltada. O volante pequeno, as respostas diretas da direção ficaram mais interessantes quando há um motor que faz jus a essa parte do conjunto.

Se o 1.6 aspirado peca em retomadas e acelerações, com o 1.6 turbo basta pisar com vontade para o modelo responder com vigor. O câmbio casou bem com o propulsor e não fica dando “cabeçadas” nas trocas de marcha, já que o torque máximo surge a 1.400 rpm.

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Um pecado da versão é não oferecer aletas no volante para trocas de marchas, é possível fazer trocas manuais apenas pela alavanca de câmbio. Próximos a alavanca estão também os botões das funções Eco e Sport. O primeiro antecipa as trocas de marcha e deixa resposta do acelerador mais lenta, para reduzir o consumo, enquanto o segundo faz o oposto.

A suspensão do Peugeot 2008 tem um comportamento bipolar. Se você está em asfalto bom, ela é confortável e tem a firmeza ideal para não deixar a carroceria deitar exageradamente nas curvas, mas ao mesmo tempo, qualquer ressalto ou buraco oferece pancadas secas que a fazem mais dura do que realmente é para o conforto dos ocupantes.

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Espaço interno e acabamento

O espaço interno não mudou, bem como o painel. E nisso o Peugeot 2008 falha. Apertado, tem bancos dianteiros estreitos e curtos sob as pernas. O ajuste de “altura” do banco do motorista incomoda porque na verdade altera a inclinação e não a altura como um todo. Apesar de levar cinco, com conforto vão quatro adultos com não mais de 1,75 metro. Quem vai atrás sofre com pouco espaço para as pernas.

Apesar disso, o porta-malas tem boa capacidade de 402 litros de carga, muito além da maioria dos concorrentes que ficam na casa dos 300 litros ou abaixo, dependendo da versão. O acabamento interno agrada pelo estilo e o qualidade.

A central multimídia oferece integração a Android Auto e Apple CarPlay, o que facilita e muito a vida a bordo, especialmente para utilizar aplicativos de navegação. O painel de instrumentos tem uma boa visualização dos dados.


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FICHA TÉCNICA – PEUGEOT 2008 GRIFFE THP

Preço – R$ 99.990
Motor – 1.6, 4 cil., 16V, turbo, flexível
Potência – 173 a 6.000 rpm (E)
Torque – 24,5 a 1.400 rpm (E)
Câmbio – 6 marchas, automático
Porta-malas – 402 litros


PROS E CONTRAS

PRÓS – TREM DE FORÇA

Motor 1.6 turbo com o câmbio automático chegou tarde, mas é o melhor conjunto oferecido no 2008 e um dos melhores do segmento, apesar de não ser um pacote novo.


CONTRA – ESPAÇO

Apesar de ter outros problemas, o espaço interno é o que mais incomoda no 2008. Pessoas com 1,8 metro ou mais não ficam tão confortáveis e mesmo para quatro adultos é apertado, especialmente no banco traseiro.



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