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Segurança e inovação nas pistas
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Segurança e inovação nas pistas

Em duas décadas Fórmula 1 ficou mais segura; já o WEC virou um grande laboratório de montadoras

08 de mar, 2015 · 9 minutos de leitura.

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 Segurança e inovação nas pistas
Carros de Fórmula 1 foram os que mais tiveram alterações em relação a segurança

Já se foram mais de 20 anos desde os acidentes na Fórmula 1 que tiraram as vidas do piloto Ayrton Senna e o austríaco Roland Ratzenberger. A tragédia mudou a maneira como os carros da categoria são construídos, pois se investiu em segurança a tal ponto que nunca mais houve um acidente com vítima fatal.

Em contrapartida, a necessidade de reduzir custos limitou o desenvolvimento de muitas tecnologias pelas equipes de Fórmula 1. Assim, outras categorias do automobilismo ganharam projeção, como o Mundial de Endurance, um grande laboratório de desenvolvimento de sistemas para carros de rua para marcas como Audi, Toyota e Porsche.

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Confira, abaixo, o que mudou nos últimos 20 anos do automobilismo:

Fórmula 1 – Após 1994, a Fórmula 1 mudou suas regras, inicialmente em busca de segurança adicional para os carros. A mudança mais visível é a posição de guiar dos pilotos. Até então, eles guiavam quase sentados e com a cabeça quase toda para fora do monoposto. Agora, ficam praticamente deitados e com o mínimo do corpo exposto.

Além disso, os carros, cujos motores tinham até 1.200 cv, agora não passam de estimados 750 cv. Isso com o objetivo de reduzir velocidade, objetivo para o qual também contribui a aerodinâmica. Outra mudança importante foi o crescimento dos monopostos, com o objetivo de oferecer maior área de deformação à frente do piloto. A dimensão dessa região passou de 15 centímetros para 30 centímetros.


Barras de direção e suspensões começaram a passar por crash test mais rigorosos. Dois anos após essas mudanças, as rodas começaram a trazer um cabo de aço que as prendia ao chassi em caso de acidentes. Além de aumentar o nível de exigência nos testes de impactos, em 2003 os carros ganharam mais fibra de carbono e Zylon, um polímero com alta resistência a calor e altamente maleável, em pontos estratégicos da célula de segurança.

A categoria proporcionou um amplo desenvolvimento de um recurso que já existia, o sistema de recuperação de energia (Kers). A tecnologia armazena energia a partir das frenagens e a transforma em potência entregue ao motor a combustão durante alguns segundos a cada volta. De acordo com a Ferrari, a experiência adquirida com esse sistema na F-1 contribuiu para o desenvolvimento de um dos híbridos mais potentes do mundo, a LaFerrari.

Campeonato Mundial de Endurance (WEC) – A categoria de provas de longa duração cresceu e passou a ser o principal laboratório de experiências e desenvolvimento de tecnologias – superando a própria Fórmula 1.As mudanças mais recentes na categoria foram o fechamento das cabines dos carros da categoria principal, a LMP1, e o desenvolvimento de motores cada vez mais potentes e econômicos, sejam a diesel, como faz a Audi com o V10 do R18 TDI, ou a Porsche e a Toyota com utilizando motores a gasolina de quatro e oito cilindros, sempre auxiliados por unidades elétricas.


Campeonato Mundial de Rally (WRC) – Nos anos 90 e no início dos 2000, os carros que competiam na principal categoria do Mundial utilizavam motores de deslocamento volumétrico máximo de 2 litros, se baseando nas regras da Super 2000 da FIA.

Na segunda década dos anos 2000, a categoria mudou e reduziu o tamanho dos propulsores na categoria principal para quatro cilindros e 1,6 litro, com turbo, cuja potência é limitada a 300 cv máximos. Se a categoria anterior permitia carros só com tração traseira, agora é imperativo o uso de tração integral nos modelos.

Isso tudo levou à mudança na base dos veículos utilizados. Antes, as marcas optavam pelos hatches ou sedãs médios, a exemplo de Ford Focus, Peugeot 307 ou Subaru Impreza. Agora, a vez é dos hatches compactos, como o Fiesta, Citroën DS3 e o Volkswagen Polo, por exemplo.


WTCC – O Campeonato Mundial de Carros de Turismo viu os sedãs do começo dos anos 2000, como o Alfa Romeo 156 ou o BMW Série 3, abrirem espaço para carros menores e mais leves, como o Chevrolet Cruze e o Honda Civic (versão hatch). Os motores continuaram a ser quatro-cilindros com até 2 litros de capacidade cúbica, associados a um turbocompressor, mas houve a abertura para modelos a diesel com a mesma configuração.

Fórmula Indy – As últimas grandes mudanças na Fórmula Indy ocorreram em 2010, quando a categoria fez uma concorrência entre várias empresas para a construção do novo chassi para os carros – que são todos iguais.

Já o kit aerodinâmico deixou de ser padrão; cada equipe podia comprar ou desenvolver o seu com base em restrições divulgadas pela categoria. Isso até 2013, quando uma nova mudança deu aos fornecedores de motores das equipes o poder de criação dos kits aerodinâmicos para os carros.


Até 2011, os monopostos utilizavam motores V8 3.5, enquanto a partir de 2012 o regulamento mudou e eles foram reduzidos para V6 de 2,2 litros, contando com o retorno da Chevrolet a categoria para rivalizar com a Honda.

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