José Antonio Leme
Sistema de comando de válvulas proporciona aos motores maior rendimento e consumo reduzido
Atualmente, motores aspirados com capacidade entre 1.4 e 1.6 conseguem gerar potência equivalente à de antigos motores 1.8. Segundo o diretor de comissões técnicas da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Edson Orikassa, para chegar a esse resultado os propulsores menores passaram por redução de atrito e aumento de rotação.
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Com isso, foi privilegiada a potência em detrimento do torque. Para melhorar a equação e ter motores mais lineares em todas as faixas de rotação, surgiu o comando variável de válvulas, que permite aproveitar melhor a queima da mistura ar-combustível ao calcular quanto e por que tempo é necessário abrir as válvulas.
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O sistema evoluiu com o objetivo de melhorar também o aproveitamento dos gases da explosão que ocorre no cilindro, criando-se assim o comando variável na exaustão.
Todos os motores com essa tecnologia trabalham com cálculos pré-programados para algumas variáveis, como a rotação do motor e a pressão feita sobre o acelerador. Partindo desses parâmetros, a central eletrônica informa ao sistema não somente o tempo ideal de abertura das válvulas, mas também se deve ser feita de maneira reduzida ou acentuada. O resultado é um motor que consegue entregar torque conforme a necessidade e ainda reduzir consumo e emissões, já que queima melhor o combustível pulverizado no cabeçote.
MARCAS
Entre os propulsores com capacidade entre 1,4 e 1,6 litro, os de Citroën, Fiat, Ford, Honda, Hyundai, JAC, Kia e Peugeot utilizam comando variável de válvulas. Os mais modernos são o 1.4 Multiair, da Fiat, que tem acionamento eletroidráulico, e o 1.6 Sigma, da Ford, único com comando variável duplo.
O Multiair conta com acionamento independente dos ressaltos em cada cilindro para variação do tempo e abertura, controlando a entrada do ar por solenoides que ativam um balancim sobre o ressalto. O sistema da Ford é mais tradicional. Usa a pressão do óleo do motor para mover variadores de fase e molas de pressão dentro da roda de comando na ponta da “árvore de cames”.