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Vídeo: conhecemos a nova Chevrolet Montana no ‘QG’ da GM do Brasil
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Vídeo: conhecemos a nova Chevrolet Montana no ‘QG’ da GM do Brasil

O Jornal do Carro teve acesso a um protótipo da nova Chevrolet Montana, que estreia no início de 2023 para disputar vendas com a Fiat Toro

Eugênio Augusto Brito, Especial para o Jornal do Carro

05 de set, 2022 · 13 minutos de leitura.

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Nova Chevrolet Montana
Nova geração da Chevrolet Montana terá tamanho de Fiat Toro, motores turbo e poderá receber atualizações remotas pelo ar
Crédito:Chevrolet/Divulgação

O Jornal do Carro ficou lado a lado com um dos protótipos da nova Chevrolet Montana, que está na fase final de desenvolvimento. Esse primeiro contato com a picape foi bastante restrito, dentro de um laboratório do campo de provas da General Motors do Brasil, em Indaiatuba (SP). A unidade estava totalmente camuflada com adesivos e disfarces.

A GM começou a desenvolver a nova Montana ainda em 2019. Por isso, a picape já deveria ter estreado no Brasil para rivalizar com a Fiat Toro. Mas a pandemia da Covid-19 e a consequente escassez de chips eletrônicos atrasou os planos da montadora, que aproveitou para modernizar a fábrica de São Caetano do Sul (SP), onde a picape ganhará produção.

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Desenvolvimento virtual

Segundo engenheiros e executivos da GM, o tempo de desenvolvimento para novos modelos caiu de quatro para três anos. Tudo por causa da adoção de novas tecnologias, algumas inclusive importadas da Fórmula 1. Ainda assim, estamos na reta final de 2022 e nada da nova Montana nas lojas. Mas a ideia da GM é não ter mais atrasos: a picape entrou no estágio final de preparação. Ou seja, as primeiras unidades (SOP, para acerto fino de projeto e calibração do maquinário produtivo) começam a ser feitas em São Caetano do Sul no final deste ano. As vendas terão início em seguida, “no começo de 2023”, anunciam os executivos da GM.



Nova Chevrolet Montana
Chevrolet/Divulgação

Tecnologia de F1

No “workshop” sobre a nova geração da Montana, os engenheiros da GM bateram repetidamente numa mesma tecla: o uso de supercomputadores. Esses equipamentos permitem acelerar o desenvolvimento de produtos, com aumento de produtividade, melhoria de processos e redução de custos. Segundo os executivos da empresa, são exatamente os mesmos equipamentos usados por equipes da Fórmula 1, como McLaren e Red Bull.


Com esses supercomputadores, a GM reduziu o uso dos tradicionais “mocapes” de diferentes escalas, que são feitos à mão. Dessa forma, os testes de rodagem, bem como os crash-tests de segurança, ganharam avançadas simulações virtuais. Dessa forma, a nova Montana já “percorreu” 15 milhões de quilômetros de provas de rodagem virtuais. E realizou mais de 15 mil testes de colisão em simulador, sem desperdiçar metal e plástico.

A nova tecnologia também ajuda a encontrar possíveis fragilidades. Por exemplo, os engenheiros da GM verificaram o posicionamento dos cerca de 5 mil pontos de solda da nova Montana. Tudo para otimizar a estrutura de carga, os pontos de impacto e de deformação, proporções e o uso de diferentes materiais. Com isso, a promessa é que a picape tenha uma cabine enxuta, mas estável e amplamente segura, além de confortável e espaçosa para cinco ocupantes.

Mesma base do SUV Tracker

A nova Montana será feita sobre a plataforma modular GEM, que serve aos compactos Onix, Onix Plus e Tracker. Essa base já permite afirmar algumas características, como, por exemplo, os seis airbags de série. Contudo, pela primeira vez em modelos nacionais, o capô e o para-choques vão proteger melhor os pedestres em caso de atropelamento. Dessa forma, a expectativa é de que a nova Montana tenha nota máxima nos testes de impacto do Latin NCAP.


Nova Chevrolet Montana
Chevrolet/Divulgação

Pertinho da nova Montana, mas nem tanto

Depois do laboratório sobre produção, finalmente pudemos chegar pertinho da nova Montana. Mas nem tanto. A GM estabeleceu um forte conjunto de regras para nos aproximarmos da picape, que estava nas dependências do Campo de Provas de Cruz Alta (CPCA), região de Indaiatuba (SP). Primeiro de tudo: nada de imagens próprias. Todos os celulares tiveram as câmeras cobertas com adesivos, enquanto câmeras profissionais tiveram de ser desligadas.

Além disso, as unidades da picape estavam completamente camufladas, com a tradicional cobertura dos chamados “segredos automotivos” – os padrões em preto e branco ajudam a esconder as formas e proporções. Por fim, nada de movimento: todas as unidades estavam paradas em galpões ou salas de testes, totalmente estáticas.


Mas, mesmo sob forte esquema de proteção, o encontro com a picape nos permite algumas impressões. Se o Onix foi projetado lá em 2012 para ser rival direto do VW Gol, que era o líder absoluto de vendas na época, agora é a vez da GM mirar totalmente a Fiat Toro. Ou seja, a nova Montana terá dimensões muito próximas às da Toro no comprimento, na largura e na altura.

Além disso, assim como no modelo da Fiat, o foco é ter uma cabine dupla que privilegie o conforto a bordo. Com isso, a caçamba é funcional, mas será distante da proposta das picapes médias. Desse modo, terá área de carga menor e caçamba mais alta. Assim como ocorre com a Toro, temos uma carroceria que parece bem elevada por conta da suspensão mais alta. A proposta é mista: carroceria em monobloco derivada de carro de passeio, com porte de SUV e a caçamba, que precisa aguentar o tranco de carregar cargas sem penalizar o conforto.

Nova Chevrolet Montana
Chevrolet/Divulgação

Camuflagem ainda pesada

Por causa da camuflagem, ainda não é possível dizer se a Montana vai herdar soluções de quando era uma picape compacta, como os sidesteps. É possível que haja algum tipo de inovação na borda da caçamba ou na tampa traseira. Mas é certo que a GM dará seu toque especial à receita. Por exemplo, a coluna C da nova Montana é mais perpendicular em relação ao teto (quase um ângulo reto). Com isso, a picape da Chevrolet parece mais alta.

Segundo Eduardo Almeida, engenheiro líder de desenvolvimento da picape, o objetivo desde os primeiros esquetes é ampliar o conforto no assento traseiro, algo que a GM considera “limitado” na Toro e na Renault Oroch, outro modelo do segmento. Almeida afirma que a Montana será 20 mm maior que a rival da Fiat neste ponto, com área envidraçada maior.

Chevrolet
Chevrolet/Divulgação

“Toro da GM”

Outro ponto que parece certo é que a nova Chevrolet Montana vai ser tão ousada visualmente quanto é a líder Fiat Toro. Enquanto falavam sobre o desenvolvimento final, os executivos da GM mostraram um teaser da picape (ainda inédito para o público geral) que brinca com as curvas e linhas de grade e faróis. O desenho sinuoso é algo bem próximo à imagem consolidada da Toro, que usa filetes de LEDs e tem o conjunto óptico dividido em dois nichos.

No caso da Montana, já é possível enxergar os LEDs, mesmo com a camuflagem. Eles formam a nova identidade visual da Chevrolet. E a nova Montana será essa ponte entre o que vemos no Onix atual e no Tracker, e as últimas novidades em mercados como os EUA e a China. Traduzindo: pegue uma foto do Tracker RS chinês e, muito provavelmente, você terá o conjunto óptico da nova Montana. A grade frontal ainda deve ser semelhante à do nosso Tracker.

Na traseira, é possível que tenhamos uma solução de lanternas horizontalizadas, que são divididas pela tampa da caçamba. Mas o desenho geral das chapas metálicas deve ter o perfil vertical, como nas picapes S10 e Silverado.


Montana
GM/Divulgação

Motor ainda é segredo

Infelizmente, a demonstração estática negou qualquer vislumbre da possível motorização da nova Chevrolet Montana. Da mesma forma, a equipe da GM pouco falou sobre o tema, e limitou-se a apontar que o uso de motor turbo, mais compacto, ajuda a liberar espaço dentro da cabine. Ou seja, já sabemos que a picape vai herdar a mecânica de Onix e Tracker. Mas terá central eletrônica com três vezes mais capacidade de processamento que geração atual, o que “melhora eficiência e desempenho, mas reduz consumo”, de acordo com a engenharia da GM.

Os atuais modelos da plataforma GEM usam motores 1.0 turboflex de até 116 cv e 16,8 mkgf com etanol (Onix e Onix Plus), bem como o 1.2 turboflex de até 133 cv e 21,4 mkgf de torque (Tracker). Contudo, há a possibilidade de que traga o novo motor do Tracker chinês. Assim, especula-se uso do 1.3 turbo de até 163 cv, ou do 1.5 turbo, que, com gasolina, gera 184 cv e 25,5 mkgf máximos. Este também permite a oferta de tração integral AWD.


A picape também pode herdar a central multimídia integrada ao painel de instrumentos, ambos digitais. No Tracker chinês, estes equipamentos ganham vida na forma de duas telas encavaladas, aparentemente de 10 polegadas cada. Mas, independente dos detalhes de eletrônica, é certo que a nova Montana será o primeiro modelo nacional a permitir atualização remota de sistemas. A GM já confirmou que a picape terá conexão de internet e atualizações sem fio (OTA, sigla de “Over The Air”). Assim, dispensará idas à concessionária para obter atualizações.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.