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Carro do Leitor: Passat TS 1977
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Carro do Leitor: Passat TS 1977

THIAGO LASCO FOTOS: JF DIORIO/ESTADÃO Quando o hoje empresário Marcelo Castanheira era garoto, o carro dos seus sonhos era o... leia mais

21 de abr, 2013 · 6 minutos de leitura.

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 Carro do Leitor: Passat TS 1977

THIAGO LASCO
FOTOS: JF DIORIO/ESTADÃO

Quando o hoje empresário Marcelo Castanheira era garoto, o carro dos seus sonhos era o Passat. Mas não qualquer Passat. Os que faziam seus olhos brilharem eram os incrementados pela Dacon, concessionária da Volkswagen que, aproveitando a experiência de ter sido representante da Porsche no País, equipava os modelos feitos em São Bernardo do Campo com acessórios inspirados na marca de Stuttgart.

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“Meu pai sempre teve Passat, mas ele comprava os comuns, e sempre na cor bege. Eu admirava os da Dacon, que eram os ‘tops’ da época. Em 1999, finalmente decidi ter um”, diz.

Como não seria fácil achar um Passat Dacon em bom estado, Castanheira optou por comprar uma versão TS 1977 convencional e ir aos poucos garimpando acessórios da preparadora. “Não me bastava ter um Passat original, com volante ‘magro’, rodas de ferro e rádio AM/FM.”


Ele pagou R$ 1 mil pelo Volkswagen. “O carro até estava em bom estado, mas não era um clássico, e sim um Passat velho.”

O primeiro passo foi desmontar o hatch. A lataria foi raspada e recebeu tratamento antiferrugem. A tampa traseira teve de ser refeita e os vidros, recuperados.

GARIMPO
Em seguida, o empresário saiu à caça dos acessórios. Visitou de autorizadas às autopeças da região da Av. Duque de Caxias, no centro da capital. “Em muitos desses locais, as peças ficavam jogadas nos fundos da loja. Várias vezes eu fuçava nos estoques e pegava o que queria.”


Depois de muitas aventuras próprias e alguma ajuda de amigos, Castanheira conseguiu juntar itens variados, como para-choques, lanternas, painel, volante e até botões dos vidros elétricos. “Todos idênticos aos usados pela Dacon”, garante.

Após três anos de restauração, o carro ficou pronto. Era uma época anterior ao início da onda do antigomobilismo, que viria a estimular a demanda e inflaria os preços de componentes e serviços. “Se tentasse montar o carro hoje em dia, seria inviável. A lanterna traseira ou um retrovisor valem uns R$ 2 mil.”


Por ser tão precioso para seu dono, o Passat é muito bem cuidado. “Tenho medo até de andar com ele, de haver eventuais esbarrões nas portas. É um carro visado por ladrões e não tem seguro.” Castanheira afirma que chegou a ficar um ano sem guiá-lo.

“É um carro bom de dirigir. Na época dos rachas, o Passat TS, que tem motor 1.6, dava pau em Opalas seis-cilindros. O Passat revolucionou nossa indústria automobilística. Foi o primeiro Volkswagen nacional a ter tração dianteira”, conta.

HISTÓRIA
Baseado no Audi 80, cujo desenho é obra de Giorgetto Giugiaro, o Passat nacional surgiu em 1974. Seu eficiente motor 1.5 longitudinal tinha 65 cv. No ano seguinte veio a versão de quatro portas e, em 1976, a esportiva TS, com o 1.6 de 80 cv.


Em 1979, a linha ganhou sua primeira reestilização. Isso incluiu faróis retangulares, grade preta com friso cromado e setas nas pontas, além de motor a álcool.

Quatro anos depois, houve nova atualização visual, marcada pelos quatro faróis retangulares. Em 1984, o GTS Pointer substituiu o TS. Em 2 de dezembro de 1988, o Passat saiu de linha após cerca de 600 mil unidades feitas.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”