Gertrudes virou estrela. E dá lucro

Há sete anos, o designer gráfico e fotógrafo Flávio Doin, de 38 anos, comprou uma Kombi Standard 1974 atraído pelo carisma da “Velha Senhora”.

Ele reformou a perua, caprichou na pintura saia-e-blusa nas tonalidades Branco Lotus e Verde Savana, mudou o revestimento interno e o acabamento para o padrão luxo da época, com direito a cortinas.

Foram quatro anos até tudo ficar pronto, incluindo a parte mecânica, mantida original.

O carro ganhou nome: “Gertrudes. Escolhi por acaso, acho que é de origem alemã”, diz Doin.

O fotógrafo curtia a Kombi quando começaram a surgir “oportunidades de trabalho” para ela. “A intenção não era essa, mas comecei a alugar para levar madrinhas em casamentos”, conta. “Depois,  noivas que viram  as fotos se interessaram e começaram pedir que eu as transportasse também. E não parou mais”.

Além dos casamentos, Gertrudes ¬-  já devidamente anunciada na internet ¬- é coadjuvante em campanhas publicitárias, ensaios de moda e eventos de decoração.

Da última campanha para uma marca de roupas, que ainda nem foi ao ar, ela ainda carrega a adesivagem. “Gostei do padrão e decidi manter”, conta Doin.

O trabalho do utilitário, é claro, rende dinheiro. O cachê varia de R$ 500 a R$ 1 mil, dependendo do trabalho a que é submetida, à distância e ao tempo em que fica à disposição. E Gertrudes não fica sem sua recompensa: “O que ganho, reinvisto nela”, diz o fotógrafo, orgulhoso.