Ok, o EcoSport – finalmente – chegou com mudanças. Motor novo, painel novo, frente nova… Mas será que agora vai?
As mudanças são suficientes? Não sei, mas receio que a Ford foi tímida na reformulação de seu campeão de vendas.
O ponto central é: em pouco mais de dois anos, o segmento dos SUVs compactos entrou em efervescência. O EcoSport estava lá, feliz da vida, correndo quase sozinho na estrada, e vendo o Duster bem pequenininho no retrovisor.
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De uma hora para outra, porém, tudo mudou. Apareceram carros bem mais modernos, como Jeep Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks, Hyundai Creta, Peugeot 2008, Renault Captur e, recentemente, outro Honda, o WR-V.
O caminho ficou movimentado e o EcoSport foi perdendo posições. E desconfio que o modelo da Ford não vai mais recuperar seus dias de glória.
A questão é que o comprador quer novidade. Não sei se o interessado em trocar de carro vai sair de casa e passar na frente de uma autorizada da Jeep, ignorar a concessionária da Honda na esquina seguinte e só estacionar quando chegar a uma loja da Ford.
O EcoSport mudou muito onde não se vê (motor 1.5 e câmbio automático), bastante onde pouco se vê (o painel, ao alcance apenas de quem está no carro) e pouco onde mais interessa, que é o estilo externo.
Não que o carro seja feio, até porque isso seria subjetivo. Pelo contrário.
Para uma carroceria lançada em 2012, o modelo está atual. Mas o problema é exatamente esse. Basicamente, o EcoSport 2018 é muito parecido com o modelo 2013. A dianteira mudou (grade, para-choque, etc.), mas é pouco diante da enxurrada de concorrentes novos.
De lado e de traseira, o carro é praticamente o mesmo. O estepe continua na tampa. O porta-malas permanece pequeno.
Dirigi um pouco a versão Freestyle 1.5, de três cilindros. Gostei muito. Se não soubesse antecipadamente a cilindrada, diria que o motor era maior. Responde muito bem aos comandos do acelerador. Também gostei das respostas da direção e do comportamento da suspensão. A Ford trabalhou muito bem nisso. O novo painel é bonito e tem superfície macia.
No Jornal do Carro, o modelo estreou vencendo o Honda WR-V (o link do comparativo está aqui). Não restam dúvidas de que o produto tem qualidades.
Mas a embalagem não convence muito. Fica a impressão de déjà vu…
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