Você está lendo...
Empresa vai produzir etanol de soja
Notícias

Empresa vai produzir etanol de soja

Caramuru Alimentos vai usar melaço de soja para produzir combustível vegetal no Mato Grosso

Redação

22 de set, 2017 · 4 minutos de leitura.

Publicidade

Plantação de soja - Foto: Clayton de Souza/Estadão
Crédito:

A empresa Caramuru Alimentos, produtora de proteína concentrada de soja, passará a produzir etanol a partir do melaço. O resíduo do grão será reaproveitado. Pioneiro no País, o projeto se tornou viável graças ao financiamento de R$ 69 milhões da Finep. A empresa pública fomenta tecnologia e inovação.

Com os recursos da própria companhia (R$ 46 milhões), o investimento total será de R$115 milhões para a construção e a operação da fábrica, que começa a funcionar em dois anos. Dos valores do financiamento, já foram liberados R$ 40 milhões para a Caramuru iniciar o projeto. Além da fabricação de etanol de soja, ele prevê a produção de lecitina de soja de segunda geração. A fábrica terá a capacidade de produzir 6,8 milhões de litros de etanol por ano. De leticina de soja serão e 3 mil toneladas.

A empresa iniciou em 2012 a produção de proteína concentrada de soja na fábrica de Sorriso, no Mato Grosso. Desde então, tem destinado as 230 toneladas diárias de melaço para alimentação do gado e geração de energia. Agora, a expectativa é que o novo projeto, quando estiver em pleno funcionamento, agregue R$ 20 milhões por ano à empresa. A companhia faturou R$ 4 bilhões em 2016 e a previsão é que atinja R$ 4,2 bilhões este ano. O empreendimento deverá gerar 60 empregos diretos e 200 indiretos.

Publicidade


Em contato com ‘O Estado’, Luis Felipe Maciel de Souza, gerente do departamento de Agronegócios e Biocombustíveis da Finep, afirma que o projeto é inovador e que é a primeira vez que existe a possibilidade de viabilizar a produção de etanol de soja em escala comercial. Segundo o especialista, porém, não é possível comparar o custo do etanol do grão com o da cana e o do milho. Souza explica que a produção de soja para etanol se torna economicamente viável como subproduto. Em relação a outros insumos, a cana é “imbatível” na extração de etanol por causa da elevada concentração de açúcar.

Tecnologia brasileira. A tecnologia para produção de etanol de soja é nacional. Foi desenvolvida pela engenheira química Paula Fernandes de Siqueira, que fundou o Intecso, um centro de tecnologia avançado em agronegócio. A Caramuru obteve a autorização da engenheira para explorar comercialmente a produção. O acordo, que não prevê exclusividade, concede um valor fixo e outro por desempenho para a Intecso, mas os números não foram divulgados por questões contratuais.

Deixe sua opinião