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Trump pode permitir carros mais beberrões e poluentes nos EUA
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Trump pode permitir carros mais beberrões e poluentes nos EUA

Novo presidente deve cancelar políticas de Obama e da Califórnia, que impunham metas de economia de combustível e desenvolvimento de carros elétricos

31 de jan, 2017 · 5 minutos de leitura.

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 Trump pode permitir carros mais beberrões e poluentes nos EUA
Donald Trump se reuniu com representantes de montadoras dos EUA na semana passada

O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece disposto a mostrar ao mundo que seu estilo de governar é bem diferente do de Barack Obama em uma série de temas econômicos e sociais. Uma das políticas do antecessor que está prestes a ser descontinuada é um plano que forçaria as montadoras a produzir carros mais econômicos até 2025.

Esse plano foi lançado pela EPA, a agência federal de proteção ambiental, nos últimos dias do mandato de Obama. Veio com mais de um ano de atraso, o que alguns analistas interpretaram como um desafio político deliberado à gestão do sucessor.

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Em um comunicado à imprensa feito na semana passada, Trump disse que a EPA deverá voltar seu foco para “sua missão essencial, que é proteger o ar e a água” do país – o que era o escopo da agência reguladora até 2009.

Essa pode ter sido uma resposta aos clamores das montadoras, que alegam que adequar-se aos regulamentos lançados por Obama lhes traria um custo de até US$ 200 bilhões e não há garantias de que os consumidores efetivamente se interessariam em adquirir os carros mais econômicos.

No entanto, um relatório publicado pela própria EPA em julho do ano passado concluiu que as fabricantes teriam condições de arcar com as adaptações necessárias e não teriam de vender grandes quantidades de carros híbridos e elétricos para cumprir as metas de economia propostas – que variam conforme o segmento (carros compactos precisariam ser mais econômicos que picapes grandes, por exemplo).


Califórnia. A Califórnia já vem impondo uma política de emissões de poluentes mais rigorosa que a do restante do país desde 1967, quando foi autorizada a legislar sobre poluição do ar de forma autônoma dentro de seu território. Naquele Estado, foi estabelecido que os carros elétricos deverão responder por 12% das vendas de carros novos de grandes montadoras a partir de 2021 e 22% após 2025. Para fabricantes de menor porte, o porcentual mínimo exigido será de 16%.

Essas regulações foram adotadas por treze outros Estados norte-americanos, o que deu um estímulo crucial para que as montadoras se empenhassem em desenvolver novos modelos elétricos, como o Jaguar i-Pace.

O governo de Trump, porém, ameaça cancelar a autonomia da Califórnia sobre o tema e tomar para si a fiscalização de emissões, o que pode colocar a perder todo o esforço que vem sendo construído nesse sentido. O impasse político que isso provocará parece não intimidar o novo presidente, que está determinado a desonerar e destravar o desenvolvimento da indústria norte-americana, custe o que custar.


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