Gastar bilhões na eletrificação de carros e em processos de desenvolvimento de baterias mais duráveis. Isso tudo sem eliminar a poluição na ponta, proveniente da geração de energia termoelétrica, queimando carvão e fazendo fumaça. Esse tem sido o caminho adotado pelas marcas de carros.
O governo da Alemanha, que tinha tudo para apoiar esse processo, já que muitas fabricantes de automóveis são de lá, pretende seguir outra estratégia. Ela é ao mesmo tempo óbvia e genial.
Para reduzir as emissões de gases poluentes e o congestionamento, até o fim do ano cinco cidades irão oferecer transporte público gratuito. Isso será um teste para ver se o projeto poderá ser usado em todo o país. As cidades são Bonn, Essen, Mannheim e mais duas a serem escolhidas ainda.
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É claro que a estrutura de transporte público da Alemanha é muito mais eficiente que a do Brasil. E que a da maioria dos lugares do mundo. Mas ao impulsionar desta forma o transporte público, o cálculo do governo da Alemanha, além da retração da poluição, prevê economizar com o gasto que o transporte privado, geralmente unitário, causa. Leva-se em conta custos com manutenção de pistas, agentes de trânsito, atendimento a feridos em acidentes e por aí vai.
Daria certo no Brasil?
Isso daria certo no Brasil e de forma global? Com certeza não. É a falta de um serviço de transporte público decente (junto de alguns outros fatores) que cria a dependência do carro. Mas é uma excelente quebra de paradigma que pode ser seguida por outros lugares e se multiplicar.
Se isso desse certo, o automóvel poderia deixar de caminhar para ser visto apenas como um meio de transporte e ficar mais perto de seu conceito popularizado. Porque no dia que os automóveis deixarem de ter volante, pedais e barulho de motor, como alguns conceitos que já circulam por aí, será o fim do mundo. O fim do meu mundo, pelo menos.
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